ABSTRACT
Introdução: A violência contra à mulher é caracterizada especialmente pela desigualdade de gênero, diferença hierárquica, subordinação e pela agressividade do parceiro ou ex-parceiro. Entre os principais subtipos, cita-se; a violência física, psicológica, sexual, patrimonial e moral. Com o surgimento da pandemia de coronavírus em 2020 na tentativa de contenção da doença, medidas protetivas como o isolamento social aumentaram o convívio familiar. Dessa forma, as vítimas de violência passaram a ficar ainda mais tempo expostas aos seus agressores e consequentemente com maiores dificuldades para denunciar os abusos sofridos, pois a prestação dos serviços públicos, instituições de segurança e judiciais também foram restringidas. Objetivo: Caracterizar os casos de violência contra a mulher em tempos de pandemia de coronavírus em um município do Sudoeste do Paraná. Materiais e métodos: Trata-se de um estudo descritivo, documental e transversal com abordagem quantitativa realizada em um município do Sudoeste do Paraná a partir da coleta de dados, por meio das fichas de notificação de violência contra a mulher entre 2019 e 2021. Resultados e discussão: O estudo demonstrou prevalência de notificações no ano de 2019 em mulheres com idade de 12 a 18 anos (27,2%), brancas (71,3%), com ensino médio (21,9%), sendo ainda estudantes (23,1%) ou desempregadas (17,2%), sem companheiro (52,4%), residentes da área urbana (74%), heterossexuais (50,6%), sem possuir algum tipo de deficiência (51,8%). Ao verificar a tipologia da agressão com maior incidência, observou-se a lesão autoprovocada (53,6%) por meio da intoxicação /envenenamento (41,4%). Quanto a violência interpessoal, notou-se que a maioria das agressões foram ocasionadas pelo próprio cônjuge da vítima (12,4%), utilizando da força física (29,3%), salienta-se que o álcool não estava presente na maior parte das agressões. Conclusão: Evidencia-se a prevalência de violência autoprovocada (53,6%), em adolescentes com ensino médio, brancas, sem companheiro, residentes da área urbana, agredidas em ambiente domiciliar, motivadas por conflitos geracionais, sendo as violências mais incidentes a física por meio de envenenamento/intoxicação. Diante do exposto é importante abordar o fato de que é necessário realizar capacitações com os profissionais de saúde referente a ficha de notificação e orientá-los da importância de preenchê-la de forma correta, para haja a tomada de providências de acordo com cada necessidade.
Introduction: Introduction: Violence against women is characterized especially by gender inequality, hierarchical difference, subordination and aggressiveness of the partner or ex partner. Among the main subtypes are physical, psychological, sexual, patrimonial and moral violence. With the emergence of the COVID-19 pandemic in 2020 in an attempt to contain the disease, protective measures such as social isolation increased family coexistence. As a result, the victims of violence have been exposed to their aggressors for even longer and consequently find it more difficult to report the abuse they have suffered, since the provision of public services, security and judicial institutions have also been restricted. Objective: To characterize the cases of violence against women during the COVID-19 pandemic in a municipality in the southwest of Paraná. Materals and methods: This is a descriptive, documentary, and cross-sectional study with a quantitative approach carried out in a municipality in the Southwest of Paraná from data collection performed through the notification forms of violence against women notified between 2019 and 2021. Results and discussion: The study showed a prevalence of notifications in the year 2019 in women aged 12 to 18 years (27.2%), white (71.3%), with high school education (21.9%), being still students (23.1%) or unemployed (17.2%), without a partner (52.4%), residents of the urban area (74%), more specifically the Padre Ulrico neighborhood (12.4%), heterosexual (50.6%), without having any type of disability (51.8%). When checking the type of aggression with the highest incidence, we observed self-harm (53.6%) through intoxication/ poisoning (41.4%). As for interpersonal violence, it was noted that most aggressions were caused by the victim's own spouse (12.4%), using physical force (29.3%), and alcohol was not present in most aggressions. Conclusion: The prevalence of self- inflicted violence (53.6%) is evident in adolescents with high school education, white, without a partner, urban residents, assaulted in the home environment, motivated by generational conflicts, with the most incident violence being physical violence through poisoning/intoxication. Given the above, it is important to address the fact that it is necessary to conduct training with health professionals regarding the notification form and guide them on the importance of filling it out correctly, so that there is taking action according to each need.
Introducción: La violencia contra las mujeres se caracteriza especialmente por la desigualdad de género, la diferencia jerárquica, la subordinación y la agresividad de la pareja o ex pareja. Entre los principales subtipos, se menciona; la violencia física, psicológica, sexual, patrimonial y moral. Con la aparición de la pandemia de coronavirus en 2020 en un intento de contener la enfermedad, las medidas de protección como el aislamiento social han aumentado la convivencia familiar. Así, las víctimas de la violencia han quedado aún más expuestas a sus agresores y, en consecuencia, tienen mayores dificultades para denunciar los abusos sufridos, ya que también se ha restringido la prestación de servicios públicos, de seguridad y de instituciones judiciales. Objetivo: Caracterizar los casos de violencia contra la mujer en tiempos de pandemia de coronavirus en un municipio del sudoeste de Paraná. Materiales y métodos: Se trata de un estudio descriptivo, documental y transversal con enfoque cuantitativo realizado en un municipio del suroeste de Paraná a partir de la recolección de datos a través de las formas de notificación de la violencia contra las mujeres entre 2019 y 2021. Resultados y discusión: El estudio mostró una prevalencia de notificaciones en 2019 en mujeres de 12 a 18 años (27,2%), de raza blanca (71,3%), con estudios secundarios (21,9%), siendo aún estudiantes (23,1%) o desempleadas (17,2%), sin pareja (52,4%), residentes en el área urbana (74%), heterosexuales (50,6%), sin tener algún tipo de discapacidad (51,8%). Al verificar el tipo de agresión con mayor incidencia, se observó la lesión autoinfligida (53,6%) a través de la intoxicación / envenenamiento (41,4%). En cuanto a la violencia interpersonal, se observó que la mayoría de las agresiones fueron causadas por el propio cónyuge de la víctima (12,4%), utilizando la fuerza física (29,3%), se destaca que el alcohol no estuvo presente en la mayoría de las agresiones. Conclusión: Se evidencia la prevalencia de la violencia autoprovocada (53,6%), en adolescentes con educación médica, brancas, sin compañía, residentes del área urbana, agredidos en ambiente domiciliario, motivados por conflictos geracionales, siendo las violencias más incidentes a la física por medio de envenenamiento/intoxicación. Dado lo anterior es importante abordar el hecho de que es necesario realizar una capacitación con los profesionales de la salud respecto a la ficha de notificación y orientarlos sobre la importancia de llenarla correctamente, para que exista la toma de acciones de acuerdo a cada necesidad.
Subject(s)
Humans , Female , Pregnancy , Adolescent , Adult , Health Profile , Violence Against Women , Pandemics , COVID-19 , Poisoning , Social Isolation , Women , Wounds and Injuries , Cross-Sectional Studies/methods , Health Personnel , Health Personnel/education , Crime Victims/statistics & numerical data , Notification/statistics & numerical data , Aggression/psychology , Professional Training , Physical Abuse/statistics & numerical dataABSTRACT
Resumo No contexto de emergência da pandemia causada pela covid-19, o objetivo deste ensaio é refletir sobre as relações homem-poder-violência a partir das concepções de Hannah Arendt, problematizando o conceito normalizado de masculinidade hegemônica e buscando compreender o aumento de violência doméstica contra a mulher. Buscamos desconstruir a ideia de que existe um único modelo de masculinidade hegemônica que propõe uma dominação global dos homens sobre as mulheres, uma vez que mulheres também apresentam aspectos de masculinidade, sendo uma construção histórico-social que se transforma continuamente. Assim, diante das reformas históricas de gênero acrescidas da instabilidade provocada pela pandemia da covid-19, observa-se o aumento da violência domiciliar como efeito da diminuição do poder patriarcal, na tentativa de estabilizar o modelo de masculinidade definido por esse poder patriarcal, ou tenta-se reconstituí-lo (ressignificá-lo) em novas configurações.
Abstract In the context of the emergence of the pandemic caused by covid-19, the objective of this essay is to reflect on the man-power-violence relationships and the resignification of men's place, from the conceptions of Hannah Arendt, problematizing the normalized concept of hegemonic masculinity and seeking to understand the increase in domestic violence against women. Throughout this essay, we seek to deconstruct the idea that there is a single model of hegemonic masculinity that proposes a global domination of men over women, since women also present aspects of masculinity, being a historical-social construction that is constantly changing. Thus, in the face of historical gender reforms added to the instability caused by the covid-19 pandemic, there is an increase in domestic violence as an effect of the decrease in patriarchal power, in an attempt to stabilize the masculinity model defined by this patriarchal power, an attempt is made to reconstitute it (re-signify it) in new configurations.
Subject(s)
Humans , Male , Female , Domestic Violence , Violence Against Women , Masculinity , Gender-Based Violence , COVID-19ABSTRACT
Enquanto crises econômicas desencadeiam o aumento da insegurança alimentar (IA) e da desigualdade de gênero (DG), o apoio social tem mostrado aliviar esses impactos. No entanto, diferentemente de outros choques econômicos, a pandemia de Covid-19 incluiu no cenário de crise o isolamento social. Este estudo utilizou dados de pesquisa transversal coletados em 18 países da América Latina (AL) para avaliar as mudanças nas percepções de DG e sua associação com a IA e o apoio social durante período de crise econômica na região. Os resultados mostraram aumentos graduais nas percepções de DG na AL e que os entrevistados com IA e baixo apoio social eram os mais propensos a perceber a DG. Mulheres são mais vulneráveis à IA e à violência doméstica, e o isolamento social pode ser um agravante. Políticas públicas devem garantir que mulheres tenham maior controle sobre a renda e bens produtivos. (AU)
Social support has been shown to mitigate increased food insecurity (FI) and gender inequality (GI) triggered by economic crises. However, unlike other shocks to the economy, the crisis triggered by the Covid-19 pandemic included social isolation. This study used data from a cross-sectional study collected in 18 countries in Latin America to evaluate changes in perceptions of GI and its association with FI and social support in the region during the economic crisis. The findings show a gradual increase in perceptions of GI in FI and that interviewees suffering from FI and low levels of social support were more likely to perceive GI. Women are more vulnerable to FI and domestic violence, and social isolation may be an aggravating factor. Public policy should ensure that women have greater control over income and productive assets. (AU)
Mientras que las crisis económicas desencadenan el aumento de la inseguridad alimentaria (IA) y la desigualdad de género (DG), el apoyo social muestra un alivio de esos impactos. Sin embargo, diferentemente de otros impactos económicos, la pandemia de Covid-19 incluyó en el escenario de crisis el aislamiento social. Este estudio utilizó datos de investigación transversal colectados en 18 países de AL, para evaluar los cambios en las percepciones de la DG y su asociación con la IA y el apoyo social durante el período de crisis económica en la región. Los resultados mostraron aumentos graduales en las percepciones de la DG en AL y que los entrevistados con IA y bajo apoyo social eran los más propensos a percibir la DG. Las mujeres son más vulnerables a la IA y a la violencia doméstica y el aislamiento social puede ser un agravante. Las políticas públicas deben asegurar que las mujeres tengan mayor control sobre los ingresos y los bienes productivos. (AU)
Subject(s)
Humans , Male , Female , Adolescent , Middle Aged , Aged , Young Adult , Social Support , Gender Equity , Food Insecurity , COVID-19/complications , Public Policy , Social Isolation , Violence Against Women , Economic Recession , Latin America/epidemiologyABSTRACT
O objetivo do presente artigo foi analisar os rebatimentos do distanciamento social em tempos de Covid-19 em torno da violência doméstica. Trata-se de um estudo documental com abordagem qualitativa feito por meio do conteúdo de notícias disponíveis em quatro jornais on-line de circulação nacional. Foram incluídas notícias publicadas entre 20 de março e 25 de abril de 2020 com as temáticas distanciamento social e violência doméstica, analisadas pelo software Interface de R pourles Analyses Multidimensionnelles de Textes et de Questionnaires (Iramuteq) associado à análise de conteúdo de Bardin. A análise lexicográfica e de conteúdo do corpus textual de 102 notícias produziu quatro categorias temáticas com foco na rede de proteção, ambiente doméstico, elevação dos casos de violência doméstica e contexto de pandemia como potencializador do fenômeno. O distanciamento social decorrente da pandemia de Covid-19 potencializou as situações de violência doméstica, demonstrando necessidade de medidas de intervenção e fortalecimento da rede de proteção. (AU)
This study analyzed the effects of social distancing in times of Covid-19 on domestic violence. We conducted a documentary study of news content in four online national newspapers. The study included news published between 20 March and 25 April 2020 addressing social distancing and domestic violence. A content analysis was conducted using the software IRAMUTEQ adopting the approach proposed by Bardin. The lexicographic and content analysis of the corpus of 102 news items produced four thematic categories: protection networks, the home environment, the increase in cases of domestic violence, and the pandemic as a driver of the phenomenon. Social distancing imposed during the Covid-19 pandemic exacerbated domestic violence, demonstrating the need for interventions and the strengthening of the protection network. (AU)
Analizar las implicaciones del distanciamiento social en tiempos de Covid-19 alrededor de la violencia doméstica. Estudio documental con abordaje cualitativo, por medio del contenido de noticias disponibles en cuatro periódicos online de circulación nacional. Se incluyeron noticias publicadas entre el 20 de marzo y el 25 de abril de 2020 con estas temáticas: distanciamiento social y violencia doméstica, analizadas por el software IRAMUTEQ, asociado al análisis de contenido de Bardin. El análisis lexicográfico y de contenido del corpus textual de 102 noticas produjo cuatro categorías temáticas enfocadas en la red de protección, ambiente doméstico, elevación de los casos de violencia doméstica y el contexto de pandemia como potenciador del fenómeno. El distanciamiento social proveniente de la pandemia de Covid-19 potenció las situaciones de violencia doméstica, demostrando la necesidad de medidas de intervenciones y fortalecimiento de la red de protección. (AU)
Subject(s)
Humans , Domestic Violence , Physical Distancing , COVID-19 , News , Elder Abuse , Violence Against Women , Social Media/instrumentationABSTRACT
Resumo Nesse ensaio, objetivamos pensar a pandemia a partir da situação das mulheres. Para tanto, analisamos o modo como a crise sanitária aciona teórico-politicamente noções sobre a casa e a guerra, tomadas como dispositivos de análise. A casa tenciona fronteiras entre público e privado, principalmente ao olharmos para a violência contra mulheres e para o trabalho doméstico. A guerra, estratégia que tem sido usada para pensar o combate ao coronavírus, aciona masculinidades afastando as mulheres dos espaços de decisões políticas para enfrentamento da pandemia, apesar de estarem na linha de frente como trabalhadoras da saúde e em outros serviços essenciais. Entretanto, a gramática bélica também possibilita a denúncia de ataques às mulheres em tempos de crise. Nos usos destes dispositivos, identificamos modos de direcionar a comoção social e hierarquizar vidas. Atentamos para a importância de transversalizar a perspectiva de gênero na construção de políticas públicas durante e pós-pandemia.
Resumen En este ensayo, nuestro objetivo es pensar la pandemia desde la situación de las mujeres. Con este fin, analizamos la forma en que la crisis de salud desencadena nociones teóricas y políticas sobre la casa y la guerra, tomadas como dispositivos de análisis. La casa tiene la intención de establecer límites entre lo público y lo privado, especialmente cuando se analiza la violencia contra las mujeres y el trabajo doméstico. La guerra, una estrategia para pensar en combatir el coronavirus, desencadena las masculinidades al alejar a las mujeres de los espacios de toma de decisiones políticas para enfrentar la pandemia, a pesar de estar en primera línea como trabajadoras de la salud y en otros servicios esenciales. Sin embargo, la gramática de la guerra también permite denunciar los ataques contra las mujeres en tiempos de crisis. En los usos de estos dispositivos, hemos identificado formas de dirigir la conmoción social y jerarquizar vidas. Señalamos la importancia de incorporar la perspectiva de género en la construcción de políticas públicas durante y después de la pandemia.
Abstract In this essay, we aim to think about the pandemic from the women's situation, by analyzing how the health crisis theoretically and politically operates the concepts of house and warfare. The house tenses borders between public and private spheres, especially when considering the issue of violence against women and the domestic work. As the strategy that has been used to combat coronavirus, warfare triggers concepts of masculinity. That withdraws women from political decision-making spaces, even though they are at the forefront fighting the pandemics as health workers and among other essential services. However, the warfare discourse also enables to expose attacks against women during a period if crisis. These devices are being used to direct social commotion and create a hierarchy over which lives matter. Thus, we highlight the importance of reading gender relations as a transversal issue in the construction of public policies during and after the pandemic.
Subject(s)
Warfare , Coronavirus , Violence Against Women , Pandemics , Public Policy , Social Isolation , Health StrategiesABSTRACT
Resumo O artigo discute os desafios da assistência à violência contra a mulher (VCM) no início da pandemia de SARS-CoV-2/Covid-19. Informantes-chaves de serviços de acolhimento na cidade de São Paulo entrevistadas destacaram como a crise sanitária ampliou e intensificou a sinergia de violências coproduzidas pela crescente vulnerabilidade social. Os resultados indicaram uma resposta programática contraditória ao inédito contexto psicossocial marcado pela redução brusca da renda familiar e aumento do uso abusivo de álcool e outras drogas. Com governantes individualizando a VCM sem oferecer apoio suficiente para manter distanciamento/isolamento necessário à prevenção de SARS-CoV-2/Covid-19, diminuiu a procura dos serviços pelas mulheres mesmo enquanto as denúncias cresciam. Ao mesmo tempo que as usuárias do serviço perdiam acesso à comunicação remota, as profissionais usavam celulares e recursos pessoais para atendê-las, sem protocolos éticos de sigilo. Antecipa-se a necessidade de ampliação da rede intersetorial e do acolhimento em saúde-mental.
Resumen El artículo analiza los desafíos de la asistencia a las mujeres victimas de violencia (o violencia contra la mujer - VCM) al comienzo de la pandemia SARS-CoV-2/Covid-19. Informantes clave de los servicios de acogida en la ciudad de São Paulo entrevistadas destacaron cómo la crisis de salud se amplió y intensificó la sinergia de la violencia coproducida por la creciente vulnerabilidad social. Los resultados indicaron una respuesta programática contradictoria al contexto psicosocial sin precedentes marcado por una fuerte reducción de los ingresos familiares y un aumento en el abuso del alcohol y otras drogas. Con funcionarios del gobierno federal individualizando la VCM sin ofrecer suficiente apoyo para mantener la distancia/aislamiento necesarios para la prevención del SARS-CoV-2/Covid-19, la demanda de servicios por parte de las mujeres ha disminuido a pesar de que han aumentado las quejas. Al mismo tiempo que las usuarias del servicio perdieron el acceso a la comunicación remota, los profesionales utilizaron teléfonos celulares y recursos personales para atenderlas, sin protocolos éticos de confidencialidad. Se anticipa la necesidad de ampliar la red intersectorial y la acogida en salud mental.
Abstract The article discusses the challenges of assisting violence against women (VAW) at the beginning of the SARS-CoV-2/COVID-19 crisis. Key informants from public support services in the city of São Paulo were interviewed and emphasized how the health-crisis intensified the violence synergy co-produced by increasing social vulnerability. The results indicate a contradictory programmatic response to the unprecedented psychosocial context marked by a sharp reduction in family income and a rise in alcohol and drug abuse. With government officials individualizing the VAW without offering sufficient support programs to maintain the distance/isolation necessary to prevent SARS-CoV-2/COVID-19, women's demand for services have decreased despite the fact that the complaints have increased. Service users were increasingly deprived of the access to remote communication, while professionals were using personal cells and resources to attend them, without ethical confidentiality protocols. The foreseen challenges include expanding the intersectoral network and mental health services.