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Marcadores biológicos para necrose tubular aguda em pacientes com doença glomerular

Tavares, Maria Brandão.
Tesis en Portugués | ARCA | ID: arc-20489

INTRODUÇÃO:

A lesão renal aguda (LRA) é uma complicação frequente em pacientes com glomerulopatias, acomentendo até 34% dos adultos com síndrome nefrótica (SNO) idiopática. O diagnóstico diferencial de necrose tubular aguda (NTA) de glomeulonefrite proliferativa ou crescêntica em pacientes com SNO e LRA é fundamental, visto que a NTA pode mimetizar quadro de glomerulonefrite rapidamente progressiva. Dados clínicos e laboratoriais podem ser úteis no diagnóstico diferencial da LRA na SNO, entretanto a distinção entre NTA e glomerulonefrite proliferativa ou crescêntica é feito pela biópsia renal, procedimento invasivo e que não está disponível amplamente. Novos biomarcadores para diagnóstico precoce e preditores diagnósticos na LRA têm sido identificados.

OBJETIVOS:

Neste trabalho nós avaliamos o uso de testes baseados nas concentrações urinárias de kidney injury molecule-1 (KIM-1), neutrophil gelatinase-associated lipocalin NGAL, interleukin-18 (IL-18) e ß2-microglobulin (ß2M) para diagnóstico diferencial de NTA em pacientes com SNO e examinamos a associação das concentrações urinárias destes marcadores com lesão histológica consistente com NTA ou lesões glomerulares proliferativas. Adicionalmente, estudamos as diferenças na expressão de proteínas na urina de pacientes com SNO, com e sem NTA estabelecida histologicamente, por meio de eletroforese em gel de poliacrilamida (SDS-PAGE) que poderia ser útil na identificação de novos marcadores para NTA. MATERIAL E

MÉTODO:

Foram coletadas amostras de urina de 40 pacientes submetidos à biópsia renal para fins de diagnósticos e encaminhadas para o CPQGM-FIOCRUZ. Os pacientes foram divididos em 3 grupos de acordo com a presença ou ausência de NTA histologicamente definida; e presença de glomerulonefrite proliferativa grupo CON sem necrose tubular ou lesão proliferativa glomerular (n=17), grupo GNTA com necrose tubular e sem proliferacao glomerular (n=14), e grupo GNP com lesão proliferativa glomerular incluindo crescentes independente da presença de NTA (n=9). LRA foi definida utilizando os critérios KDIGO. Foi coletada amostra de urina previamente à realização da biópsia renal, centrifugada a 2000 xg a 4°C e o sobrenadante armazenado a - 80°C em alíquotas de 1 ml. As mensurações das concentrações dos biomarcadores foram realizadas utilizando imunoensaio enzimático (ELISA). A extração de proteína urinária foi realizada pelo método de precipitação da acetona. As concentrações proteícas das amostras foram dosadas pelo método do ácido bicicrônico (Micro BCA) e Bradford. As amostras de proteína (50µg) foram analisadas em SDS-PAGE a 15% na presença de dodecil sulfato de sódio.

RESULTADOS:

A média de idade foi de 35 ± 16 anos, 22 (55%) eram mulheres, os principiais diagnósticos histológicos foram glomeruloesclerose segmentar e focal (GESF) (10, 25%), glemorulonefrite membranosa (GNM) (10, 25%), Lesão Mínima (LM) (7, 18%), nefrite lúpica (NL) (6, 15%) e glomerulonefrite proliferativa (3, 8%). Os pacientes com NTA tiveram maiores concentrações urinárias de KIM-1 (P = 0,016), NGAL (P = 0.023) e ß2M (P = 0,017) em comparação aos pacientes sem NTA. As concentrações urinárias de KIM-1 (P= 0,009) e NGAL (P= 0,002) também foram maiores nos pacientes com LRA comparado aos paciente sem LRA. As dosagens de NGAL (P = 0,034) e KIM-1 (P=0,024) urinários foram significamente maiores nos pacientes com NTA sem lesão glomerular proliferativa em comparaçao aos pacientes com glomerulonefrites proliferativas. Na análise das proteínas em SDS-PAGE, observamos a expressão de banda proteica com peso molecular 35 KDa apenas nos pools de pacientes do grupo CON e desaparecimento de fração protéica correspondente a 28 KDa nos pools de pacientes do grupo GNP.

CONCLUSÕES:

As concentrações urinárias de KIM-1 e NGAL foram capazes de distinguir pacientes com e sem LRA, mesmo na presença de síndrome nefrótica; e as dosagens de NGAL e KIM-1 urinárias podem ser úteis no diagnóstico diferencial entre NTA e glomerulonefrite proliferativa em pacientes com síndrome nefrótica. A presença de lesão proliferativa glomerular ou necrose tubular aguda resulta no desaparecimento de uma fração protéica de 35 kDa, e a lesão proliferativa, no desaparecimento de fração protéica de 28 kDa da urina de pacientes com SNO. O estudo dessas frações protéicas pode contribuir para novas estratégias no diagnóstico diferencial da NTA em pacientes com SNO.