Biblioteca Virtual en Salud

O estudo se insere na pesquisa de doutorado "A Formação em gestão de sistemas universais de saúde semelhanças e diferenças entre Brasil e Espanha", que teve como objetivo analisar a formação em gestão em saúde no Brasil com base nas semelhanças e diferenças com a formação desenvolvida na Espanha. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética da ENSP/Fiocruz e seguiu os termos da Resolução 466/12. Os resultados apresentados estão relacionado a um dos objetivos específicos da pesquisa, que visou discutir como são construídos e estão organizados os currículos dos cursos de gestão em saúde selecionados no Brasil e na Espanha. O estudo envolveu uma abordagem qualitativa da realidade, com a utilização da entrevista e da pesquisa documental como técnicas de pesquisa. Foram investigados 9 cursos no Brasil e 4 na Espanha, de diferentes níveis de formação, pertencentes a instituições públicas e privadas de ensino. Das 25 entrevistas realizadas, 15 foram com coordenadores de curso sobre a origem e a construção e organização do currículo. Os componentes curriculares foram identificados por meio de planos de curso e outros documentos disponíveis na internet. Levou-se em consideração a denominação da unidade mais desagregada do currículo, como módulos ou disciplinas. As mesmas foram sistematizadas em 14 grupos temáticos. O nível de ensino não foi um fator determinante na definição de componentes curriculares pelos cursos nos dois países. A sistematização dos componentes indicou que o ensino da gestão se compõe por saberes relacionados a um conjunto de disciplinas, na maior parte, ligadas às ciências sociais aplicadas como a administração, a economia, o direito, as ciências da informação. Todos os cursos pesquisados apresentaram componentes curriculares de 'Política, Planejamento e Gestão' e 'Administração'. No Brasil existe um predomínio de grupos temáticos mais mais afeitos à administração. Já na Espanha existe um certo equilíbrio entre os grupos mais afeitos à saúde e àqueles mais afeitos à administração. A incorporação dos componentes curriculares voltados à gestão clínica e da qualidade vão se agregando aos conteúdos mais tradicionais, como os da administração e da política de saúde. Esse fato contribui para que o ensino da gestão seja como um 'mosaico', com muitos desenhos em função das contribuições de diferentes áreas disciplinares. Entende-se como fundamental ampliar o ensino da gestão participativa, pouco evidenciada no estudo realizado.