Mundialmente, a
violência contra
idosos atinge proporções epidêmicas, constituindo-se numa importante
causa de
morbidade e
mortalidade. A
subnotificação global leva à imprecisão das
estatísticas. No
Brasil, a
prevalência em
áreas urbanas chega a 21% em
Minas Gerais e Pernambuco. A maioria dos
casos de
violência ocorre no
ambiente doméstico e é cometida por
membros próximos ao
idoso. Identificar
prevalência de
violência de
cuidadores contra
idosos dependentes e fatores associados. Realizou-se estudo transversal na região de Manguinhos com amostra de conveniência de 135 duplas de
idosos/
cuidadores. Utilizaram-se instrumentos de
apoio social (Escala de
Apoio Social-MOS),
alcoolismo (CAGE), sobrecarga ( Escala de Avaliação de Sobrecarga de Zarit) e
violência (CASE) para o
cuidador e de
depressão (EDG),
cognição (MEEM) e
capacidade funcional (Katz) para o
idoso. Testes estatísticos compararam os percentuais de
violência, segundo as características do
cuidador e do
idoso e um modelo de
regressão logística investigou a
associação entre
violência e as características de ambos. Mais de 30% dos
cuidadores apresentaram indícios de abuso. Em relação aos
cuidadores, elevados níveis de sobrecarga e problemas com
álcool aumentaram em 11 e 3,8 vezes as chances de ocorrência de
violência, respectivamente, quando comparados aos grupos de
referência. Quanto aos
idosos,
homens e indivíduos com
depressão tiveram chance 2,9 e 6,9 vezes maior de sofrerem maus tratos, em relação às
mulheres e ao que não tinham
depressão, respectivamente. A elevada
prevalência de maus tratos por parte de
cuidadores que apresentam altos níveis de sobrecarga, problemas relacionados ao
álcool e que cuidam de
idosos deprimidos requer a
adoção de
medidas de
apoio familiar para a redução de
violência doméstica.