Objetivo. Verificar a existência de
associação de
indicadores de gestão de
resíduos sólidos e socioeconômicos municipais com índices de
incidência de
dengue , Zika e
Chikungunya nos municípios do
estado brasileiro de
Minas Gerais.
Métodos . Este estudo de
caráter exploratório, quantitativo e transversal abrangeu os 853 municípios do
estado de
Minas Gerais. Todos os dados utilizados foram secundários, coletados e agrupados por regionais de
planejamento . Como variáveis independentes, foram consideradas a cobertura de
coleta de resíduos sólidos urbanos, cobertura de
coleta seletiva e massa de
resíduos sólidos urbanos, além de um
indicador da qualidade da
destinação final de resídulos, índices de
desenvolvimento humano municipal e de Gini,
renda mensal per capita e porcentagem de vulneráveis à
pobreza . Os fatores potencialmente associados aos desfechos incidências municipais de
dengue ,
Chikungunya e Zika foram selecionados inicialmente através de análises univariadas. Posteriormente, os modelos de
regressão linear para as incidências de
dengue ,
Chikungunya ou Zika foram gerados considerando os preditores selecionados pela
análise univariada. Resultados. Não foi observada
associação entre
gestão de resíduos sólidos e
incidência de
Chikungunya e Zika. Por sua vez, a
incidência de
dengue associou-se à
gestão de resíduos sólidos e apresentou relação inversa significativa com o percentual de vulneráveis à
pobreza . Houve também
associação direta o
índice de Gini , sugerindo que quanto maiores os
registros de
incidência de
dengue de 2007 a 2016, maiores os valores de Gini dos municípios ou seja, maior a
desigualdade social . A cobertura da
coleta seletiva apresentou relação inversa e significativa com os
casos de
dengue , sugerindo que quanto
menor a cobertura da coleta de seletiva, maiores foram os
casos registrados de
dengue . Conclusões. A
gestão de resíduos sólidos pode influenciar os
casos de
dengue e, por isso, deve ser considerada nas ações de
saúde pública .