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O papel das emoções no processo formativo de jovens do Programa de Vocação Científica na Fundação Oswaldo Cruz

Santos, Bruna Navarone.
Tesis en Portugués | ARCA | ID: arc-55957
O Programa de Vocação Científica da Fundação Oswaldo Cruz (Provoc-Fiocruz) é um programa educacional não formal de iniciação científica para estudantes do ensino médio, no Brasil, atuando desde 1986 nas áreas de Ciências Biológicas, Saúde, Ciências Humanas ou Sociais. Nesse processo de aquisição de saberes e certas habilidades necessárias ao desenvolvimento de uma pesquisa científica, suscita-se a questão norteadora deste trabalho qual é o papel das emoções nesse processo formativo? Nesta pesquisa, os objetivos são analisar a influência das emoções relatadas por orientandos, orientadores e coorientadores nas atividades de iniciação cientifica realizada por jovens estudantes e/ou moradores de regiões periféricas das áreas urbanas e próximas a Fiocruz, Maré e Manguinhos; investigar como os orientadores e os coorientadores lidam com as emoções desses estudantes no exercício das atividades na iniciação científica; identificar quais são essas emoções relatadas por orientandos, orientadores e coorientadores e como os jovens orientandos lidam com a maneira pela qual são orientados. Com base nesses objetivos foram realizadas entrevistas semiestruturadas com três alunas, três pesquisadoras-orientadoras e dois pesquisadores-coorientadores do Provoc-Fiocruz vinculados à etapa Avançado, uma etapa formativa que proporciona aos estudantes a experiência da elaboração de um projeto de pesquisa e da divulgação de seus resultados em eventos ou publicações cientificas. Nessas entrevistas, buscou-se entender o papel das emoções de jovens estudantes e/ou moradores de regiões periféricas das áreas urbanas e próximas a Fiocruz, Maré e Manguinhos, e de seus respectivos orientadores e coorientadores, na socialização dos conhecimentos para desenvolverem pesquisas científicas. A maioria dos dados relacionados a esses estudantes foram coletados durante a Pandemia de COVID-19. Acredita-se que a vulnerabilidade social dos alunos pertencentes a uma classe social mais desfavorável em relação ao capital econômico, social e cultural podem ser uma das condições que justificam o fato de ter menos estudantes entrevistados do que orientadores e coorientadores. Os dados coletados foram analisados por meio da Análise Bakhtiniana, e por aportes teóricos da Educação, Psicologia Social, Antropologia e Sociologia das Emoções. Reconhece-se que alguns enunciados desses entrevistados comunicam narrativas singulares das emoções focadas nas próprias trajetórias dos entrevistados com relação às experiências familiares, comunitárias, acadêmicas e profissionais que influenciam seus projetos de vida. Nessas narrativas, identificam-se sentimentos de autenticidade como o gosto e o interesse. Também se encontram nos enunciados desses entrevistados narrativas coletivas das emoções que remetem às emoções já convencionadas no senso comum e evidenciadas nas formas de lidar com as diferentes trajetórias pessoais, acadêmicas e profissionais nas interações com o outro. A partir dessas narrativas, identificam-se tanto sentimentos de não correspondência das expectativas por parte dos pesquisadores e não pertencimento por parte das orientandas, como o medo, o receio e a tristeza, como também sentimentos de correspondência das expectativas para o primeiro grupo e sentimentos de pertencimento para o segundo, como a amizade. Dentre essas emoções, amizade, insatisfação, gosto e interesse foram identificadas nos enunciados desses entrevistados enquanto mobilizadoras na busca pela sociabilidade, que pode aproximar afinidades pelas atividades científicas e mediar possíveis desigualdades, e fundamentais na aquisição de conhecimentos e atitudes para realizar atividades científicas.