A
leishmaniose visceral é uma
doença infecciosa grave, causada por protozoários intracelulares obrigatórios do
gênero Leishmania. Vários
antígenos de
Leishmania têm sido avaliados como candidatos vacinais, destacando-se as
proteínas de
histonas (HIS),
antígenos altamente conservados. A exposição de HIS pela
Leishmania induz uma
resposta imune potente no hospedeiro vertebrado. Desse modo, neste estudo, avaliamos, em
hamsters, a capacidade imunoprotetora dos
antígenos de
histonas contra a
infecção por Leishmania infantum. Os
animais foram vacinados com
estratégia homóloga, utilizando-se
plasmídeos de
DNA que codificam para HIS (pcDNA3LiH2A-
H3, pcDNA3LiH2B-
H4) ou heteróloga (
DNA/
proteínas HIS) mais 1nM de CpG. Quinze dias após a última
imunização, os
animais foram desafiados pela via intradérmica com 105
Leishmania infantum metacíclicas mais 0,5 par de glândula salivar de Lutzomya longipalpis. Após a última
imunização e durante a
infecção, realizaram-se dosagens de
citocinas por
PCR em tempo real (
linfonodo e
baço),
sorologia por
ELISA (
soro),
carga parasitária por
diluição limitante e
análise histopatológica de
tecidos (
linfonodo,
baço e
fígado). Detectou-se
produção de anticorpos IgG anti HIS nos grupos imunizados com a
estratégia homóloga e heteróloga, quando comparados aos
hamsters não imunizados. As
imunizações homóloga e heteróloga diferiram na razão IFN-γ/
IL-10 no
linfonodo em relação ao grupo controle. Não houve diferença significativa na expressão dessas
citocinas no
baço após a
imunização, entretanto, cinco meses após o desafio o grupo homólogo apresentou um aumento na
produção de
IL-10 nesse órgão. Na
análise histopatológica do
baço, verificou-se formação de mais folículos com
centro germinativo, evidentes nos
animais imunizados independentemente do grupo analisado. Observou-se, também,
leucocitose intrasinusoidal e peripttal no
fígado, e folículos reativos no
linfonodo. Nenhuma das
estratégias de
imunizações com
antígenos de
histonas acarretou em diminuição da
carga parasitária no
linfonodo,
baço e
fígado. As
estratégias de
imunização homóloga e heteróloga, com
antígenos de
histonas nucleossomais, não foram capazes de proteger contra
infecção por L. infantum no modelo do hamster.