A disseminação da
COVID-19 no
Brasil se estabeleceu em um cenário
político de importantes retrocessos democráticos e de desmonte da
seguridade social. A fim de investigar mais profundamente esse contexto, o campo da
saúde possui, historicamente, formulações de
modelos teóricos que buscam as compreensões de
saúde e
doença. Ademais, para explicar as
condições de saúde da
população através de uma noção mais completa, torna-se fundamental debater sobre o processo de
saúde doença e sua
determinação social em uma episteme de
gênero-
raça-classe-
sexualidade, visto que a
saúde entendida como amplo
desenvolvimento das
potencialidades humanas em certo momento histórico, choca-se com as limitações estabelecidas pela estrutura para o alcance dessas capacidades através das desigualdades que marcam a realidade nacional. Os desdobramentos cotidianos e os impactos diretos na
vida da
população negra, nas
mulheres, na
população LGBTQIA+ e, de forma geral, na classe
trabalhadora na
pandemia, com maior número de mortes, afetando em maior grau a
saúde mental, as relações de
trabalho e
familiares, validam de forma concreta a
determinação social do processo de
saúde-
doença. Portanto, o
projeto e
concepção de
saúde precisa se posicionar na
disputa de
percepção crítica da realidade, e de ação para construir uma sociedade emancipada.