Associação entre o consumo alimentar e o nível de atividade física com o risco cardiometabólico em crianças e adolescentes portadores de diabetes mellitus tipo 1

Introdução:

O diabetes tipo 1 é uma doença crônica, caracterizada pela destruição das células beta pancreáticas que leva a uma deficiência de insulina. É a segunda doença crônica mais frequente da infância e sua incidência vem aumentando nas últimas décadas. O processo aterosclerótico é uma das complicações da doença, inicia-se na infância e sua extensão relaciona-se com o número e a gravidade dos fatores de risco cardiovascular encontrados.

Investigar a influência do padrão da ingesta alimentar e do nível de exercício físico realizado por crianças e adolescentes portadores de diabetes mellitus tipo 1 com o risco cardiometabólico.

Estudo transversal de caráter descritivo, com crianças e adolescentes, idades entre 9 e 17 anos, portadores de diabetes mellitus tipo 1. Foram avaliados parâmetros antropométricos (peso corporal, altura, circunferência da cintura (CC), cálculos de índice de massa corporal (IMC), escore Z (E/I) e (IMC/I), aferição da pressão arterial, exames bioquímicos e determinação do estágio puberal, além de questionário para avaliação do nível de atividade física e um diário alimentar de 3 dias. Após dados obtidos, foi realizado a classificação dos pacientes, quanto portadores ou não de síndrome metabólica (SM).

A amostra compreendeu 31 pacientes (14 masculino e 17 feminino). Destes, 8 crianças e adolescentes apresentavam mais de 3 fatores de risco, sendo classificados como portadores de SM. O consumo alimentar foi considerado inadequado conforme o preconizado, em 90,32% dos avaliados. O consumo de calorias (p=0,039), proteínas (p=0,001) e colesterol (p=0,009) foi significativamente maior no sexo masculino. Tanto o grupo portador de SM como o sem SM apresentaram alimentação inadequada e sedentarismo instalado.

Crianças e adolescentes com diabetes tipo 1 tendem a apresentar uma elevação no risco cardiovascular, devido aos fatores de risco presentes com frequência. Não se pode relacionar com a qualidade da alimentação e nível de atividade física.(AU)