As
infecções fúngicas, em particular aquelas causadas por
Candida spp, têm aumentado na
população pediátrica hospitalizada e submetida a
procedimentos de
risco, determinando alta
letalidade. O objetivo desse estudo foi caracterizar a
população de
crianças com
diagnóstico de
candidemia hospitalar num
hospital pediátrico em São Paulo no período de janeiro de 1994 a dezembro de 1997, e identificar os
fatores de risco para essa
doença, através de um estudo
caso-controle pareado. Quarenta
crianças com
cultura positiva para
Candida spp foram identificadas e um controle (sem
candidemia) foi selecionado para cada
caso. A idade das
crianças variou de dois dias a 14 anos e mais de metade dos
casos (52,5 por cento)
tinha idade inferior a seis meses. Além da C. albicans, foram isoladas C. tropicalis,
C. parapsilosis, C. krusei e C. guilliermondi. A
letalidade global foi de 57,5 por cento entre os
casos e de 2,5 por cento nos controles. A
analise univariada revelou 11
procedimentos de
risco para a
candidemia hospitalar uso de
cateter venoso (OR=17,00), sonda nasogástrica (OR=6,50),
ventilação mecânica (OR=5,67), utilização de mais de cinco
antibióticos na internação (OR=10,00),
transfusão sanguínea (OR=5,00), permanência em
UTI (OR=4,50), uso de
vancomicina (OR=19,00),
imipenem (OR=14,00), ceftazidime (OR=5,66), cefotaxime (OR=3,75) e
metronidazol (OR=5,00). Para obter-se fatores provavelmente preditores para a
infecção, inclui-se na
análise, as variáveis clínicas e laboratoriais estatisticamente significativas encontradas a presença de
febre (OR=7,00),
hepatomegalia (OR=4,00),
candidíase oral e/ou perineal (OR=3,50),
leucocitose (OR=4,25) e plaquetopenia (OR=18,70). Considerando-se o
tamanho da amostra pareada, para a
análise multivariada, obteve-se duas variáveis preditoras para a
infecção fúngica, a saber a presença de
candidemia oral e/ou perineal (OR=4,29) e a utilização de cinco ou mais
antimicrobianos (OR=11,32)