Introdução: É importante avaliar a
prescrição de medicamentos para
pacientes pediátricos, uma vez que eles são excluídos dos ensaios clínicos no
desenvolvimento de novas
drogas . Este estudo avaliou a
prescrição de medicamentos não aprovados e não indicados para
crianças , para uso em
pacientes pediátricos hospitalizados, e propõe uma prática racional para
prescrição .
Método: Foram analisados
prescrições de 332
pacientes , cujos dados foram obtidos em quatro dias de coleta. O
farmacêutico hospitalar determinou a
prevalência de
prescrição de medicamentos em cinco
enfermarias pediátricas. A
analisé foi realizada com dados reunidos em quatro coletas nos meses de março a junho de 1999. Foram registrados todos os
medicamentos prescritos para todas as
crianças internadas nas
enfermarias nos dias de estudo. Foi realizada avaliação dos
medicamentos não aprovados e não indicados para a utilização em
crianças . Os
medicamentos foram classificados pela anatomic therapeutic classification (ATC) recomendada pela
Organização Mundial de
Saúde .
Resultados: Os diagnósticos mais frequêntes foram
pneumonia (40,4 por cento),
meningite e meningococcemia (6 por cento),
diarréia e
desidratação (6 por cento). As três classes terapêuticas mais prescritas foram as de atuação no
sistema nervoso (N) (109 por cento), as de antiinfecciosos de uso sistêmico (J) (81,9 por cento) e as de atuação no
sistema respiratório (R) (69 por cento). Os três
medicamentos mais prescritos foram
dipirona (88,3 por cento),
fenoterol (30,7 por cento) e
penicilina G (25,0 por cento). O
trabalho mostra o resultado da integração do
farmacêutico hospitalar na
equipe multiprofissional de assistência ao
doente .
Conclusão: Medidas simples, como a
adoção de apresentações mais adequadas ao uso em
crianças e de informações mais detalhadas e precisas sobre os
medicamentos , podem acrescentar qualidade ao atendimento de
crianças hospitalizadas.