A
síndrome pulmonar e cardiovascular por
hantavírus é uma
doença de
conhecimento relativamente recente e freqüentemente fatal, apresentando-se como
síndrome do desconforto respiratório agudo. No
Brasil, desde o primeiro surto, relatado em novembro/dezembro de 1993, em Juquitiba, 226
casos já foram registrados pela Fundação Nacional da
Saúde. A
doença afeta indivíduos previamente hígidos, apresentando-se com
pródromo febril e
sintomas semelhantes aos de um
resfriado comum, podendo rapidamente evoluir para
edema pulmonar,
insuficiência respiratória aguda e
choque. A hemoconcentração e a plaquetopenia são comuns da
síndrome pulmonar e cardiovascular por
hantavírus, e o quadro radiológico típico é de um infiltrado intersticial bilateral difuso, que progride rapidamente para consolidações alveolares, paralelamente à piora do quadro clínico. A
mortalidade inicial era em torno de 75 por cento e declinou para aproximadamente 35 por cento, nos últimos anos. Os
pacientes que sobrevivem geralmente recuperam-se completamente, cerca de uma semana após o estabelecimento do quadro respiratório. O agente causal, não reconhecido até há pouco, foi identificado como um
hantavírus, cujo
reservatório natural são
animais roedores da
família Muridae, subfamília
Sigmodontinae. O
tratamento específico
antiviral ainda não é bem estabelecido, estando em estudo a
eficácia de
ribavirina.
Cuidados de
terapia intensiva como
ventilação mecânica e
monitoramento hemodinâmico invasivo são necessários nas formas mais graves da
doença. Essas
medidas, se instituídas precocemente, podem melhorar o
prognóstico e a
sobrevida dos
pacientes com
síndrome pulmonar e cardiovascular por
hantavírus.