A presença de
fungos na
conjuntiva representa constante
ameaça para os
olhos, pois estes microrganismos, definidos como oportunistas, podem provocar
infecções oculares graves, em situações como baixa resistência orgânica, uso de medicações imunossupressoras,
antibióticos e alteração epitelial. O objetivo desta, é relatar um
caso de
aspergilose ocular em
paciente imunodeprimida com
diagnóstico de
hemoglobinúria paroxística noturna.
Paciente feminina de 51 anos, internou imunossuprimida e plaquetopênica com
diagnóstico de
hemoglobinúria paroxística noturna. Ao exame, apresentava
acuidade visual de 20/40 OD (
olho direito) e
percepção luminosa OE (
olho esquerdo). Apresentava à
biomicroscopia hiposfagma,
edema conjuntival bilateral e
abscessos conjuntivais múltiplos em ambos os
olhos;
córnea transparente AO (ambos os
olhos). Boa motilidade ocular. A fundoscopia em OD não demonstrava particularidades, em OE havia
hemorragia macular. A
tomografia computadorizada de
órbita revelou infiltração de
gordura periocular. A ressonância nuclear magnética mostrou os mesmos achados da
tomografia computadorizada, compatível com
celulite orbitaria. Foi realizada
hemocultura que demonstrou
crescimento de
Aspergillus sp e a
cultura do raspado conjuntival foi negativa. O
tratamento sistêmico com
anfotericina B demonstrou melhora do quadro ocular, que regrediu completamente após a introdução de
colírio de
natamicina a 5 por cento. As
infecções orbitárias causadas por
Aspergillus são incomuns, aparecendo usualmente em
pacientes imunodeprimidos. Com
freqüência têm
curso insidioso, podendo ser confundidas com outros processos orbitarios. O comprometimento imunológico pode inibir a expressão dos
sintomas locais e sistêmicos, resultando em
confusão diagnóstica. O
diagnóstico é feito com exames laboratoriais, mas a
cultura pode ser negativa apesar do quadro clínico clássico, dificultando assim, o início do
tratamento. Nesses
casos inicia-se o manejo, segundo o quadro de
sintomas.