O
diagnóstico precoce e o
desenvolvimento de
métodos terapêuticos mais eficientes aumentaram a
taxa de sobrevida dos
pacientes com
câncer de cabeça e pescoço. Conseqüentemente os
profissionais de saúde começaram a observar o
desenvolvimento de novas
neoplasias primárias, denominadas de segundo
tumor primário (STP), que têm
freqüência entre 3 e 26%. O
risco de aparecimento de um STP nas vias aerodigestivas superiores é aproximadamente 10,7 vezes maior do que em outras
regiões do corpo, na
população em geral, sendo os
pacientes portadores de
câncer de boca aqueles que mais apresentam outras
neoplasias. O objetivo deste
trabalho foi estudar
incidência,
localização e tipo histológico de segundo
tumor primário, bem como a
classificação quanto ao intervalo de
tempo entre a data do
diagnóstico do primeiro
tumor primário e a data do
diagnóstico do segundo
tumor primário em
pacientes com
carcinoma espinocelular de
boca. Foi realizado um estudo retrospectivo de 141
pacientes atendidos no
Hospital das Clínicas da
Faculdade de Medicina da
Universidade de São Paulo no período de janeiro de 1985 a dezembro de 1997. A
incidência de STP foi 19,1%, a
localização anatômica predominante foi a
boca; o tipo histológico mais comum foi
carcinoma espinocelular; e a
classificação mais feqüente, de acordo com o intervalo de
tempo entre o
diagnóstico do primeiro
tumor primário e o segundo, foi a metacrônica.