Resumo O artigo apresenta uma
pesquisa qualitativa sobre a dimensão empática na
relação médico-paciente . Investigamos de que forma ter acesso à perspectiva do outro pode colaborar para o manejo clínico. Utilizamos o material pesquisado em
Centros de Atenção Psicossocial do Rio de Janeiro e Campinas. Foram realizados
grupos focais com
psiquiatras e com
pessoas com
diagnóstico de
esquizofrenia e o material transcrito foi analisado tendo a
fenomenologia e a
antropologia médica como marcos teóricos. As
narrativas estudadas foram organizadas em cinco grandes categorias temáticas manejo clínico;
negociação da
medicação ;
comunicação do
diagnóstico ; o encontro com a perspectiva do usuário; e limites da
empatia . Nestas temáticas os participantes desenvolveram os seguintes assuntos
construção conjunta do
cuidado ; o desejo de
conhecer o
diagnóstico contrastado com a hesitação em informá-lo; o manejo entre o controle dos
sintomas e efeitos colaterais para a
negociação da
medicação ; o esforço por se aproximar da experiência do usuário; e a crise como um limite da
empatia .
Abstract This article presents
qualitative research into the empathic dimension in the
physician -
patient relationship. The ways to gain access to the other’s perspective and collaborate in clinical management are investigated. The material was researched in
Community Mental Health Centers in Rio de Janeiro and Campinas.
Focus groups were conducted with
psychiatrists and
persons diagnosed with
schizophrenia and the transcribed material was analyzed using
phenomenology and
medical anthropology as theoretical frameworks. The narratives studied were organized into five main categories clinical management;
negotiation of medication;
diagnosis communication ;
understanding the user’s perspective; and limits of
empathy . In these thematic categories the participants developed the following
subjects: shared construction of care; the desire to know the
diagnosis juxtaposed with hesitation to divulge it; managing the control of symptoms and side effects for the
negotiation of medication; the effort to understand the user’s experience; and crisis as the limit of
empathy .