O presente
trabalho examina os partos de uma
comunidade rural no nordeste brasileiro, servida por
parteiras treinadas, já que a melhoria da
assistencia obstétrica em
áreas rurais de
países menos desenvolvidos depende do
treinamento de
parteiras tradicionais, incluindo neste, o
encaminhamento de
gestantes com
complicaçoes . Coletaramse dados de 1 661
mulheres , das quais 62 porcent deram á
luz em suas
casas e 38 porcent em
hospitais . As
parturientes encaminhadas ao
hospital eram mais passíveis de serem
primíparas , de terem
complicaçoes durante o
trabalho de parto ou de terem tido um
natimorto , no passado. Já as que se dirigiram diretamente ao
hospital , mais provavelmente, haviam completado a
escola primária ou obtido
atençao pré-natal. A taxa de
natimortalidade foi de 32/1 000 nascimentos e a de
mortalidade neonatal precoe foi de 14/1 000. PPara as
gestantes encaminhadas, essas taxas aumentaram para 128 e 24, respectivamente. Os fatores significativos associados com a
mortalidade perinatal foram
idade materna avançada, presença de
patologia pré-natal,
distocia de apresentaçao, complicaçao no
parto e antecedente de
natimorto . A baixa
taxa de mortalidade perinatal, para
jovens e
nulíparas , e o número disproporcionalmente elevado de
nulíparas com partos hospitalares, sugerem que as
parteiras e os
profissionais de saúde provendo
cuidados pré-natais, estao conscientes dos problemas associados com o primeiro
parto e, portanto, providenciando
atençao médica adequada e imediata para estas
gestantes . Recomenda-se o
planejamento familiar , especialmente para as grá-
multíparas e para as
maes com mais idade. A
detecçao precoce de
distocia de apresentaçao e a transferencia dessas
mulheres a um
centro cirúrgico deverá melhorar o
prognóstico perinatal