A Dox é um
quimioterápico da classe das
antraciclinas amplamente utilizado no
tratamento de
tumores malignos sólidos e hematológicos. Apesar de sua
eficácia no
tratamento antineoplásico , a
cardiotoxicidade é o principal fator limitante para o uso da Dox na
clínica médica . Embora o dano cardíaco induzido pela Dox pareça ser multifatorial, uma das hipóteses mais prevalentes é a de que o dano celular seja induzido por
radicais livres , e há muitas evidências apontando para as
mitocôndrias cardíacas como principais alvos da
toxicidade da Dox. Esse
dano oxidativo pode ser potencialmente limitado com o uso de
antioxidantes . No presente
trabalho , foi avaliada a
eficácia protetora do
ácido lipoico , um
antioxidante universal, sobre a
cardiotoxicidade induzida pela Dox em
camundongos in vivo, e sua interferência nos efeitos anticâncer foi investigada
in vitro em
células de
melanoma de
camundongo B16F10. A
toxicidade da Dox induzida por uma
dose única intraperitoneal (i.p.) de 20 mg/kg foi verificada por redução significativa do peso após cinco dias (p<0,001), aumento da atividade sérica de CK total após 48 horas (p<0,05) e elevação da concentração de
malondialdeído após 24 horas em
mitocôndrias cardíacas (p<0,05) e
tecido cardíaco (p<0,001). O pré-
tratamento com
ácido lipoico (200 mg/kg, i.p., por dois dias, 72 horas antes da Dox) reduziu significativamente a peroxidação lipídica das
mitocôndrias cardíacas , sugerindo o potencial
antioxidante do
ácido lipoico em reduzir a
cardiotoxicidade induzida pela Dox. Além disso, o
ácido lipoico não interferiu significativamente na atividade antitumoral da Dox sobre
células de
melanoma B16F10
in vitro .(AU)