Biblioteca Virtual en Salud

RESUMO O presente trabalho buscou avaliar o perfil hormonal de cortisol, progesterona e prolactina do 100º dia de gestação até o dia do parto e deste até o 23º dia pós-parto em 35 cabras sem padrão racial definido (SPRD) no Norte do Estado do Ceará. As amostras de sangue foram coletadas por venopunção jugular, sempre no mesmo horário, a partir do 100º dia de gestação, no dia do parto e nos dias 1, 2, 9, 16 e 23 pós-parto. O processamento laboratorial foi realizado pela técnica de radioimunoensaio (RIA) através de kits DPC para detecção dos níveis hormonais. Os dados foram analisados pelos programas Systat e SAS e apresentados como média + desvio padrão, submetidos à ANOVA e as médias comparadas pelo teste de Turkey (P<0,05). 50µg IM de PGF2? mostrou-se eficiente na sincronização do estro de cabras SPRD. Os níveis séricos médios de cortisol mostraram-se estatisticamente superiores (P<0,05) no momento do parto em relação ao pré-parto, independentemente do parto ter sido simples ou duplo. Não houve regularidade nos níveis de cortisol ao longo do período de gestação. Em relação ao tipo de parto, os níveis médios de cortisol no pré-parto e ao parto foram de 0,89 + 0,07 µg/dl e 1,74 + 0,26 µg/dl em parto simples, e 1,12 + 0,11 µg/dl e 2,61 + 0,69 µg/dl em parto duplo. O nível sérico médio de progesterona (P4) no pré-parto foi de 7,57 ng/ml, culminando com queda brusca do parto ao 23º dia pós-parto, mantendo-se em níveis basais (abaixo de 0,10 ng/ml). Os níveis séricos médios de P4 diferiram significativamente entre o pré-parto, o parto e o pós-parto (P<0,05). Os níveis séricos de P4 em partos simples e duplos foram de 7,55 ± 0,15 ng/ml e 9,16 ± 0,08 ng/ml, respectivamente. Os níveis séricos de P4 no pré-parto estão diretamente relacionados com o tipo de parto, mantendo-se em níveis basais pelo menos até o 23º dia pós-parto. Os níveis séricos de prolactina observados no 100º dia de gestação, ao parto e no 23º dia pós-parto foram de 1,03+0,12 ng/ml; 1,66+0,25 ng/ml; e 0,98+0,20 ng/ml, respectivamente. Houve diferença significativa entre os níveis de prolactina no dia do parto e nos dias subseqüentes (P<0,05). Não houve relação entre os níveis séricos de prolactina no pré e pós-parto e o tipo de parto (simples ou duplo) (P>0,05). A evolução da secreção de prolactina não é regular, sugerindo que a mesma seja de forma pulsátil ao longo do período gestacional, mantendo-se com maior regularidade durante o pós-parto. Os níveis hormonais em cabras SPRD diferem dos níveis das raças exóticas