ABSTRACT
Estudaram-se os ecodopplercardiogramas de 122 indivíduos com 80 a 101 (média: 91,5) anos, 41 do sexo masculino e 81 do feminino, matriculados no ambulatório geriátrico, onde este exame é realizado de rotina. Os idosos foram divididos em dois grupos etários: A) 91 indivíduos com 80 a 89 anos; B) 31 indivíduos com 90 a 101 anos. Os registros foram tecnicamente inadequados para análise em 20 (16,4 por cento) idosos, 12 (13,2 por cento) do grupo A e oito (25,8 por cento) do grupo B. Nos demais 102 indivíduos verificou-se que o ecodopplercardiograma foi normal em nove (11,4 por cento) do grupo A e três (13,0 por cento) do grupo B. As principais alteraçöes observadas foram hipertrofia ventricular esquerda (38,2 por cento) insuficiência mitral (33,3 por cento), reduçäo da complacência de ventrículo esquerdo (32,4 por cento), aumento átrio esquerdo (25,5 por cento) e insuficiência aórtica (24,5 por cento), havendo diferença significativa entre os grupos A e B apenas em relaçäo a insuficiência aórtica, que predominou no grupo A. Em relaçäo ao sexo, observou-se que insuficiência mitral, aumento de átrio esquerdo e ectasia aórtica significativamente mais frequente nos homens. Alteraçöes isoladas foram verificadas em 18 (17,6 por cento) e associadas em 72 (70,6 por cento) idosos. Os resultados obtidos permitiram concluir que em indivíduos muito idosos as alteraçöes cardíacas säo frequentes, inclusive associada, porém se encontram indivíduos com o coraçäo normal sob o ponto de vista ecodopplercardiografico