ABSTRACT
RACIONAL: A importância de realizar-se esfincterotomia concomitantemente com hemorroidectomia, para melhor controle de dor pós-operatória, ainda é motivo de grande discussão acadêmica. OBJETIVOS: Estudar as implicações clínicas da esfincterotomia lateral interna associada à hemorroidectomia, no tratamento cirúrgico da doença hemorroidária. Pacientes e MÉTODOS: Foram avaliados 20 pacientes portadores de doença hemorroidária, submetidos à "hemorroidectomia aberta" pela técnica de Miligan-Morgan, distribuídos em dois grupos: Grupo 1: Hemorroidectomia sem esfincterotomia (sem ELI) e Grupo 2: Hemorroidectomia com esfincterotomia (com ELI). Analisou-se a dor e a continência anal pós-operatória utilizando-se parâmetros clínicos e manométricos. A dor, complicações pós-operatórias e a presença de sintomas de incontinência anal foram avaliadas no pós-operatório. Todos os pacientes foram submetidos à eletromanometria anorretal, tanto no pré como no pós-operatório, e os dados coletados foram comparados entre os dois grupos de estudo. RESULTADOS: Não houve diferença, entre os dois grupos, na incidência de complicações pós-operatórias. O uso de narcóticos foi maior no Grupo I nas 1as 24 horas. Entretanto, a dor foi maior no Grupo II no 3º e 7º dia de pós-operatório. O tempo de cicatrização da ferida operatória foi semelhante nos dois grupos. A incidência de sintomas de incontinência anal foi significativamente maior para o grupo tratado com esfincterotomia. CONCLUSÃO: A esfincterotomia lateral interna associada à hemorroidectomia para o tratamento de doença hemorroidária avançada não reduziu a dor pós-operatória, além de ter aumentado o risco de incontinência anal.
BACKGROUND: The importance of using associated sphincterotomy for better pain control in patients who underwent hemorrhoidectomy remains controversial in the literature. AIM: Determine the role of associated sphincterotomy in patients submitted to surgical treatment for hemorrhoids. Patients and METHODS: Twenty patients who underwent Milligan Morgan hemorrhoidectomy were distributed in two groups: Group 1: Hemorrhoidectomy without sphincterotomy and Group 2: Hemorrhoidectomy with sphincterotomy. Post-operative pain, complications as well anal continence was evaluated. Moreover, pre and post-operative manometry was performed, and collected data was compared between the two groups of patients. RESULTS: There was no difference in the incidence of post-operative complications. Although group I used more narcotics and analgesics in the post-operative time, pain was significantly higher at 3rd and 7th post-operative day for Group II patients. Wound healing time was similar for both groups. Anal incontinence was significantly higher for patients who underwent sphincterotomy. CONCLUSION: Hemorrhoidectomy with associated internal lateral sphincterotomy did not reduce post-operative pain, and increased the risk of post-operative incontinence.
Subject(s)
Humans , Hemorrhoids , ManometryABSTRACT
Foram analisados 67 prontuários de pacientes portadores de estomas intestinais, de forma retrospectiva, verificando os fatores que influenciaram a morbimortalidade na reconstrução do trânsito intestinal, no período de jan/98 a dez/00, sendo 13 mulheres e 54 homens, com média de idade de 37 anos. A maioria era portadora de colostomia em alça (n=34). O traumatismo abdominal foi responsável por 52por cento das indicações. O tempo médio decorrido entre a confecção do estoma e a reconstrução do trânsito intestinal foi de 10 meses. Cinqüenta pacientes receberam manitol a 20por cento e 17 o "oral-gut", como preparo intestinal. O índice de morbidade encontrada nesta casuística foi de 19,2por cento, sendo o abscesso de parede (10,4por cento), a complicação mais comum. Não houve nenhuma causalidade nesta amostragem. Comparando os índices de morbidade entre os pacientes que tiveram o preparo com manitol a 20por cento (grupo I) e com os pacientes preparados com o "oral-gut" (grupo II ), observou-se uma maior incidência de complicações nos pacientes do grupo I (22por cento), que nos pacientes do grupo II (11,8por cento). As complicações sépticas foram mais comuns no grupo I, incluindo 2 fístulas, 1 infecção do trato urinário, 1 semi-oclusão intestinal e 6 abscessos de parede abdominal com 1 evisceração. Concluímos que não houve grande variabilidade nos resultados acima descritos comparativamente àqueles da literatura mundial; no entanto, deve-se ressaltar que fatores, tais como, escolha da técnica cirúrgica e do tipo de preparo mecânico intestinal, em destaque este último, merecem um trabalho prospectivo e randomizado com uma amostra de significância estatística para uma melhor definição da morbimortalidade deste procedimento.