ABSTRACT
As crises parciais complexas do lobo temporal säo associadas a vários tipos de lesöes anátomo-patológicas, como esclerose mesial temporal, tumores, malformaçöes, infartos e infecçöes. Relataremos achados histopatológicos em 33 espécimes cirúrgicos consecutivos de pacientes com epilepsia temporal refratária a drogas antiepilépticas em todos, com exceçäo de 1 paciente. O único achado patológico em 20 deles foi esclerose mesial temporal, lesäo caracterizada por perda neuronal e gliose das estruturas mesiais do lobo temporal principalmente do hipocampo. Nove destes pacientes apresentaram crises nos 2 primeiros anos de vida, representadas por convulsöes febris complicadas em 8 deles, 4 traumatismos cranianos e 3 tiveram antecedentes de anorexia perinatal. A formaçäo hipocampal foi adequadamente estudada em 11 espécimes e se pôde verificar distribuiçäo näo uniforme das lesöes, as quais acometiam principalmente o setor de Sommer em 5, o hilo do giro denteado em 3 e estas duas regiöes nos outros 3 casos. Em 5 pacientes o hipocampo näo esteve disponível para análise e em outros 4 se encontrava destruído. Apenas 1 dos 13 pacientes desta série, com outras lesöes anátomo-patológicas, tinha antecedente de convulsäo febril. Os achados anátomo-patológicos destes 13 pacientes incluíram: Tumores (8 casos representados por gangliogliomas em 5, tumor neuroepitelial disembrioplástico em 1, astrocitoma pilocítico em 1 e oligodendrogioma em 1), microdisgenesia, granulomas cisticercótico e tuberculoso, hemossiderose e acúmulo de corpos psamomatosos. Este último achado foi considerado inespecífico
Subject(s)
Epilepsy , Epilepsy, Complex Partial , Epilepsy, Temporal Lobe , Hippocampus , PathologyABSTRACT
Entre as epilepsias do lobo temporal, a síndrome temporal mesial é caracterizada por manifestaçöes clínicas homogêneas e achados específicos em exames paraclínicos. Descrevemos características clínicas de 22 pacientes, com 14 a 51 anos de idade (média 31,8 anos) e duraçäo da epilepsia de 6 a 41 anos (média 22,08 anos), com epilepsia do lobo temporal e sinais de esclerose mesial na RM e/ou no estudo anátomo-patológico. Crises epilépticas nos primeiros anos de vida estavam presentes em 19 (86,3 por cento ) dos pacientes; dentre estas, 11 foram convulsöes febris (em 10 complicados), as quais, quando apresentaram manifestaçöes motoras dimidiadas, constituíram importante dado para a lateriazaçäo da área epileptogênica, sendo sempre contralaterais ao lado da esclerose mesial temporal. Ocoreu intervalo livre de 8 meses a 24 anos (média 7,58 anos) entre o possível fator etiológico e o aparecimento de crises recorrentes sugestivas de epilepsia temporal, que incluiam crises parciais simples, com manifestaçöes viscerais, e crises parciais complexas, durante as quais sinais motores lateralizados foram importantes na lateralizaçäo do lobo epileptogênico de 9/71 pacientes. Crises tônico-clônicas generalizadas infreqüentes foram relatadas por 13 pacientes (59 por cento ), ocorrendo geralmente no início da epilepsia