ABSTRACT
INTRODUÇÃO: A hipercolesterolemia é um fator de risco para aterosclerose. Segundo a Atualização brasileira de dislipidemias e prevenção de aterosclerose - 2017, a meta terapêutica de LDL colesterol (LDL-c) em pacientes com muito alto risco cardiovascular é menor que 50 mg/dL. OBJETIVO: Apresentar a porcentagem de pacientes de muito alto risco que atingiram as metas es-tabelecidas de LDL-c, tratados no ambulatório de dislipidemias de um hospital terciário, onde o acesso à atorvastatina é livre e gratuito e verificar indicação de prescrição de inibi-dores de PCSK9 de acordo com os critérios NICE (LDL-c >160). MÉTODO: Trata-se de um estudo transversal em que foram coletados dados de pacientes de muito alto risco cardiovascular - aterosclerose clinicamente manifesta, todos em uso de atorvastatina de 40 mg e 80 mg/dia, atendidos em um período de 60 dias no ano de 2018. RESULTADOS: Foram incluídos 280 pacientes, 62% do sexo masculino, média de idade foi de 66 (des-vio padrão 10) anos, 96% hipertensos, 86% diabéticos. Apenas 14% estavam com valor de LDL-c dentro da meta. Entre os que estavam fora da meta terapêutica, o LDL-c estava acima de 100 mg/ dL em 34% dos casos e acima de 160 mg/dL em 9%. CONCLUSÕES: Na prática clínica, a taxa de pacientes que atingem a meta terapêutica de LDL-c recomendada com o uso de estatina de alta potência é baixa. Segundo as recomendações do National Institute foi Health and Care Excellence (NICE), é indicado o uso inibidores de PCSK9 para pacientes de muito alto risco cardiovascular com hipercolesterolemia já em uso de estatina, mas que mantêm níveis de LDL acima de 160 mg/dL. Dessa forma, 9% dos pacientes fora da meta de LDL deste hospital terciário analisado poderiam se beneficiar do uso desses anticorpos monoclonais. (AU)