ABSTRACT
Este estudo teve como objetivo investigar a percepção de médicos de Unidades Básicas de Saúde de Teresina, considerada uma das mais homofóbicas capitais brasileiras, sobre o acesso e a qualidade da atenção à população LGBT. Trata-se de uma análise qualitativa de discurso sobre entrevistas semiestruturadas com profissionais médicos de sete unidades de saúde, selecionadas por sorteio, entre as 22 existentes na cidade, e fundamentada no método hermenêutico-dialético. Quatro principais categorias analíticas emergiram: 1. Percepção confusa entre universalidade e equidade, 2. Patologização e percepção de anormalidade na condição, 3. Negação de barreira ao acesso e imputabilidade da ausência de procura do serviço aos próprios sujeitos, e 4. Baixa demanda do grupo LGBT ou invisibilidade da condição. Conclui-se que um dos principais desafios à implementação da política nacional de saúde dirigida a esta população continua sendo os estigmas e preconceitos incorporados nas subjetividades dos profissionais, os quais dificultam a compreensão de direitos e as razões da existência de políticas compensatórias.
This study aimed to investigate the perception of physicians in Basic Health Units of Teresina, which is considered one of the most homophobic Brazilian capitals, regarding the access and quality of care to the LGBT population. We carried out a qualitative discourse analysis on semi-structured interviews with physicians of seven health units selected by lots from the 22 existing in the city, and based on the hermeneutic-dialectic method. Four key analytical categories have emerged: 1. Confused perception between universality and equity, 2. Pathologization and perception of abnormalities in the condition 3. Denial barrier denial of access and accountability of the lack of demand for the service to the subjects themselves, and 4. Low demand from the LGBT population or invisibility of their condition. We have come to the conclusion that a major challenge to the implementation of a national health policy aimed at this population remains; there are still stigmas and prejudices incorporated into the professional subjectivities, which hinder the understanding of the rights and reasons for the existence of compensatory policies.
Este estudio tuvo como objetivo investigar la percepción de médicos en Unidades Básicas de Salud de Teresina, considerada una de las capitales brasileñas más homofóbicas en relación al acceso y a la calidad de la atención a la población LGBT. Se trata de un análisis cualitativo del discurso en entrevistas semi-estructuradas con médicos de siete unidades de salud seleccionadas por sorteo, de entre las 22 existentes en la ciudad, y fundamentada en el método hermenéuticodialéctico. Surgieron cuatro categorías analíticas clave: 1. Percepción confusa entre universalidad y equidad; 2. Patologización y percepción de anormalidad en la condición; 3. Negación de barrera de acceso y atribución de falta de busca por los servicios de los propios sujetos; y 4. Baja demanda del grupo LGBT o invisibilidad de la condición. La conclusión es que uno de los mayores desafíos para aplicar la política nacional de salud dirigida a esta población sigue siendo los estigmas y prejuicios incorporados en las subjetividades de los profesionales, las cuales dificultan la comprensión de los derechos y de las razones para la existencia de políticas compensatorias.