ABSTRACT
A terapia celular carrega a promessa de se tornar a medicina do futuro, recuperando tecidos danificados ou mesmo eliminando a fila de transplantes. As células-tronco constituem um grupo celular que preserva a capacidade de auto-renovação, podendo diferenciar-se em tipos celulares diversos. A utilização de células-tronco de cordão umbilical, apesar de menos polêmica que as embrionárias, revela muitos aspectos de natureza moral e ética que emergem em relação aos bancos de armazenamento de uso autólogo e alogênico. Hoje, o uso da terapia celular ainda é bastante restrito e depende de um amplo desenvolvimento de pesquisas, contudo, uma grande esperança lhe é depositada. A Bioética é uma ferramenta para o delineamento de parâmetros éticos ao desenvolvimento tecno-científico. O presente estudo revelou que os limites e fronteiras de regulação de seu uso não estão claramente delineados e se mantém em constante transformação, percebendo-se uma clara tendência mundial no incentivo ao modelo alôgenico, a exemplo do Brasil e do Brasilcord. Em decorrência disso, o presente trabalho apresenta uma avaliação da utilização de células-tronco de cordão umbilical frente a visão da autonomia, da vulnerabilidade, da justiça, da equidade, da proteção, da precaução, da responsbilidade, da utilidade e da solidariedade.
Subject(s)
Humans , Bioethics , Stem Cells , Fetal Blood , Transplantation, Autologous/ethics , Transplantation, Homologous/legislation & jurisprudence , Fetal Tissue Transplantation/legislation & jurisprudenceABSTRACT
Este artigo tem por objetivo avaliar, pelo prisma da bioética, o surto de Hantavirose ocorrido na cidade satélite de São Sebastão - Distrito Federal, utilizando como metodologia a técnica dos grupos focais, que consiste em entrevistas abertas seguindo um roteiro pré-estabelecido. Por meio da percepção do problema pelos habitantes da localidade, o estudo conclui que o surto não foi causado por um único fator, mas, emerge de uma situação cujas causas se situam na ordem multifatorial, que compreendem as esferas ambiental, sanitária e social. Demonstra ainda que, para a população, a causa mortis da doença consiste principalmente na falta de responsabilidade com as políticas públicas do Estado. Os autores concluem que o surto deve ser refletido usando-se o pensamento complexo como ferramenta de análise no contexto da chamada Bioética de Intervenção, prestando informação à população a respeito do caso e das situações contraditórias diretamente relacionadas a ele.