ABSTRACT
Nesta pesquisa, pretendeu-se problematizar a construção da subjetividade dos trabalhadores nas organizações, tomando como eixo central o que se diz e o que se faz. Embora haja uma mudança paradigmática em torno dos discursos organizacionais, percebe-se que ainda há um abismo entre o discurso da ordem e a ordem do discurso, ou seja, profundas dissonâncias entre o que é dito e as práticas organizacionais. Considerando aqui que os discursos não estão isentos das ideologias e valores que os permeiam, produzindo efeitos de verdade, tornou-se relevante analisar os modos de subjetivação agenciados por estes discursos, objetivando compreender como eles atuam sobre os trabalhadores e quais são suas possíveis ressonâncias. Para tanto ouviu-se os relatos de experiências de seis trabalhadores de empresas privadas da cidade do Recife, acerca do sentido que conferem ao seu trabalho. Estas narrativas, ricas em conteúdo, permitiram cartografar o modo como os trabalhadores lidam com os discursos organizacionais e as estratégias que utilizam para a eles se adequarem. Os resultados apontaram para a possibilidade de uma proposta fundada na abordagem psicossociológica como meio de compreender e atuar nas organizações de forma a elaborar as relações entre os indivíduos e grupos para o enfrentamento dos problemas organizacionais (AU)