ABSTRACT
O ensino clínico, como componente formativa da formação inicial em Enfermagem, reveste-se de uma importância singular pelo contacto e vivência de situações em contexto clínico proporcionando aos estudantes a aquisição e consolidação de conhecimentos, desenvolvimento de competências e construção da identidade profissional. Este momento é supervisionado, representando o supervisor uma entidade de reconhecido relevo. Nesta investigação pretendemos compreender as vivências de supervisão dos estudantes em ensino clínico, partindo da questão central: ?Quais as vivências do processo supervisivo e significado(s) atribuído(s) por estudantes que realizaram o Ensino Clínico de Fundamentos de Enfermagem, do Curso de Licenciatura em Enfermagem, num incidente crítico em contexto de ensino clínico??. O estudo desenvolveu-se segundo o paradigma qualitativo, numa abordagem fenomenológica. Participaram no estudo oito estudantes que realizaram o Ensino Clínico de Fundamentos de Enfermagem do Curso de Licenciatura de Enfermagem da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra. Para a recolha de dados recorremos à entrevista semi-estruturada e os achados foram analisados qualitativamente recorrendo à metodologia proposta por Loureiro (2002). Três temas centrais surgiram da análise das entrevistas: perceção das competências do supervisor, relação supervisiva e sentimentos dos estudantes. O cruzamento dos achados com referenciais teóricos permitem-nos afirmar que as competências do supervisor, a relação supervisiva, e os sentimentos do estudante condicionam o êxito do processo supervisivo. No percurso da investigação novas questões surgiram nomeadamente a necessidade de revalorização da formação dos supervisores, sendo emergente uma maior valorização e responsabilização dos supervisores e das instituições de formação em todo o processo de formação do estudante.
