Antiphospholipid antibodies in HIV-positive patients.

Antiphospholipid (aPL) antibodies classically have been associated with thrombotic phenomena and abortion in patients with autoimmune diseases. The objective of the present work was to evaluate the frequency of such antibodies in patients infected with HIV and study its association with the presence of clinical manifestations of antiphospholipid syndrome (APS). Using a transversal study, a population of patients diagnosed with HIV, identified through an enzyme-linked immunosorbent assay (ELISA) test and confirmed by Western blotting, aged above 17 years old, was investigated. Through a standard questionnaire, the presence of APS manifestations was investigated, as well as the frequency of rheumatic manifestations. Antibodies against beta2 glycoprotein I (anti-beta2 GPI) and anticardiolipin (aCL) IgA, IgG, and IgM were investigated by the ELISA method using commercial kits (QUANTA Lite, INOVA Diagnostics). Ninety patients were studied, 47 (52.2%) male and 43 (47.8%) female. Clinical manifestations of APS were detected in 12 patients (13.3%) of the studied population, whereas arthralgia was the most common rheumatic manifestation (38.9%). Of the 90 patients, 40 (44.4%) were reactive for at least one type of aPL antibody (aCL and/or anti-beta2 GPI). The frequency of aCL was 17.8%, from which 15 (16.7%) had aCL IgG, 3 (3.3%) IgM, and 1 (1.1%) IgA. The frequency of the anti-beta2 GPI antibody was 33.3%, from which 29 (32.2%) were positive for isotype IgA, 4 (4.4%) isotype IgM, and 1 (1.1%) isotype IgG. No association was observed between immunoreactivity for aPL antibodies in general or each isotype in particular and the presence of APS manifestation. In the present study, it was possible to observe a relatively high frequency of aPL antibodies, particularly for isotype IgA anti-beta2 GPI in HIV. However, there was no association to APS manifestations, suggesting that such antibodies had no etiopathogenic role in these complications in patients with such retroviral infection.

Eficácia da dapsona em dois casos de dermatomiosite amiopática / Efficacy of dapsone in two cases of amyopathic dermatomyositis

A dapsona é uma droga utilizada no tratamento da hanseníase que vem sendo empregada em casos de lúpus eritematoso bolhoso e alguns tipos de vasculites cutâneas. Recentemente, foi observada sua eficácia no tratamento de lesões cutâneas da dermatomiosite. São apresentados dois casos de dermatomiosite, forma amiopática, refratários às medicações habituais, em que o uso de dapsona foi responsável pelo controle das lesões cutâneas.

Kikuchi-Fujimoto's disease associated with systemic lupus erythematosus: case report and review of the literature.

Kikuchi-Fujimoto's disease (KFD) or histiocytic necrotising lymphadenitis is a benign and self-limited disease, of unknown aetiology, which affects mainly young women. It presents with localised lymphadenopathy, predominantly in the cervical region, accompanied by fever and leukopenia in up to 50% of the cases. KFD has been rarely described in association with systemic lupus erythematosus (SLE), and its diagnosis can precede, postdate or coincide with the diagnosis of SLE. We present a patient with the diagnosis of SLE characterised by arthritis, leukopenia, malar rash, photosensitivity and positive ANA, besides cervical lymphadenopathy whose biopsy was compatible with KFD, which improved after using prednisone. Although the presence of lymphadenopathy is not uncommon in SLE patients, particularly in the phases of disease activity, the concomitance with KFD has rarely been reported in the literature. Its recognition is necessary because one can avoid laborious investigation for infectious and lymphoproliferative diseases.

Hiperparatireoidismo primário em paciente com lúpus eritematoso sistêmico / Primary hyperparathyroidism in a patient with systemic lupus erythematosus

O hiperparatireoidismo primário (HPP) é uma doença metabólica que resulta da secreção anormal do hormônio da paratireóide (PTH), sendo uma das causas mais comuns de hipercalcemia na população geral. Apresentamos o caso de uma paciente de 47 anos, com diagnóstico prévio de lúpus eritematoso sistêmico (LES) há dois anos, que apresentou manifestações clínicas (dor óssea difusa, labilidade emocional, tumoração em ramo mandibular esquerdo) e laboratoriais (cálcio sérico= 13,5mg/dL, fosfato= 1,8mg/dL, fosfatase alcalina= 3.028U/L, PTH intacto= 1472pg/dL) que culminaram com o diagnóstico de HPP, complementado pelo estudo anátomo-patológico, que evidenciou adenoma de paratireóide. Após o tratamento com calcitonina nasal 400UI/dia, pamidronato 90mg IV/semana e, por fim, a paratireoidectomia subtotal, a paciente apresentou melhora do quadro clínico e normalização dos exames laboratoriais. A presente descrição se constitui no segundo caso relatado na literatura, com tal associação de doenças. Embora os mecanismos etiopatogênicos do HPP em LES não estejam ainda definidos, essa associação deve ser sempre lembrada, uma vez que a estratégia terapêutica tende a mudar completamente.

Condrocalcinose articular familiar / Familial articular chondrocalcinosis

Condrocalcinose articular familiar é uma condição clínica caracterizada pela deposição de cristais de pirofosfato de cálcio no líquido sinovial e cartilagens articulares levando à artrite. Descrevemos três membros de uma família com condrocalcinose cujo quadro clínico era caracterizado por artrite intermitente em dois e artrite crônica lembrando artrite reumatóide em um. A avaliação radiológica mostrou calcificações em cartilagens de diversas articulações, particularmente de joelhos. A utilização de colchicina foi suficiente para prevenir as crises de artrite em dois pacientes e o paciente com a forma crônica necessitou uso contínuo de antiinflamatórios não-hormonais. Embora aparentemente rara no Brasil, não afastamos a possibilidade desse dado estar subestimado e sugerimos que seja realizada uma avaliação radiológica articular dos familiares de todo paciente com diagnóstico de condrocalcinose esporádica.

Tamponamento cardíaco em lupus eritematoso sistêmico / Cardiac tamponade in systemic lupus erythematosus

O lupus eritematoso sistêmico (LES) é uma doença auto-imune de etiologia desconhecida, multissistêmica com manifestações clínicas diversas. O envolvimento cardíaco no LES foi descrito pela primeira vez no início do século, posteriormente diversos relatos de literatura vieram a comprovar que o sistema cardiovascularé com freqüência, acometido pela doen,ca, ocorrendo em 15 por cento a 50 por cento dos pacientes com LES. O tamponamento cardíaco pode ocorrer em torno de 1 por cento a 5 por cento dos casos como forma de apresentação da doença ou como intercorrência na evolução natural da mesma. Frente à raridade do quadro, apresentamos dois pacientes, um do sexo masculino e outro do sexo feminino, com diagnóstico de LES que apresentaram tamponamento cardíaco, sendo afastadas causas infecciosas, particularmente tuberculose. Em ambos os casos foi realizada drenagem pericárdica associada ao tratamento com altas doses de corticosteróide com resolução do quadro.

[Primary hyperparathyroidism in a patient with systemic lupus erythematosus]. / Hiperparatireoidismo primário em paciente com lúpus eritematoso sistêmico.

Primary hyperparathyroidism (PHP) is a metabolic illness that results from autonomous secretion of parathyroid hormone and is one of the most common causes of hypercalcemia. We present the case of a 47-year-old female with a previous diagnosis of systemic lupus erythematosus (SLE) in whom clinical (diffuse bone pain, emotional lability, jaw tumor) and laboratory features (calcium= 13.5 mg/dL, phosphate= 1.8 mg/dL, alkaline phosphatase= 3028 U/L, PTH intact= 1472 pg/dL) prompted the diagnosis of PHP secondary to parathyroid adenoma as demonstrated by the anatomopathology. After treatment with calcitonin spray 400 UI per day, IV pamidronate 90 mg/week, and subtotal parathyroidectomy, the patient status improved with normal laboratory tests. This is the second report to describe the coexistence of these two disorders in a single patient. Although the pathophysiology of the association of PHP and SLE is not known, the recognition of this association has a practical implication since the therapeutical strategy is completely different.