ABSTRACT
INTRODUÇÃO: A estimativa mundial de novos casos de câncer de mama para o ano de 2020 foi de 2,26 milhões e representou a quinta causa de morte por câncer. A forma de acesso ao tratamento entre os centros públicos e privados são diferentes. Além disso, a depender da histologia e história clínica, há diferentes prognósticos e respostas terapêuticas. Essas diferenças podem ser justificadas, em parte, pela existência de diversos subtipos moleculares. OBJETIVO: Descrever o perfil sociodemográfico, estilo de vida e biomarcadores em pacientes com câncer de mama. MÉTODO: Estudo transversal integrante do Projeto MIDMAMA. Foram incluídas 589 pacientes do sexo feminino com idade acima de 18 anos e diagnóstico de câncer de mama invasivo. Seguiu-se o preconizado no consenso de St. Gallen 2015. As variáveis qualitativas foram apresentadas de forma descritiva como frequências e porcentagens. A associação foi verificada por meio do teste qui-quadrado de Pearson ou teste Exato de Fisher. O nível de significância adotado foi de 5% para os testes de hipóteses. As análises foram realizadas no software estatístico SPSS for Windows v.23 e no Stata/MP 14.0 for Windows. RESULTADOS: Foi identificada associação entre o subtipo molecular e estadiamento clínico (p<0,001) e patológico (p<0,001), morfologia (p<0,001), grau histológico (p<0,001) e grau nuclear (p<0,001). Em relação ao acesso ao tratamento houve associação com a faixa etária (p=0,008), convivência marital (p<0,001), anos de estudo (p<0,001), consumo de tabaco (p=0,003) e consumo de bebida alcoólica (p=0,008), realização de mamografia (p<0,001) e número de filhos (p<0,001). CONCLUSÃO: O estudo revelou que a maioria dos cânceres de mama era receptor hormonal positivo subtipo luminal B HER2-, o estadiamento clínico I foi o mais frequente. As pacientes tratadas pelo sistema público de saúde apresentaram maior vulnerabilidade social, uma vez que apresentaram menor proporção de convívio marital, menor escolaridade, menor frequência da realização da mamografia antes dos 40 anos.
INTRODUCTION: The world estimate of new cases of breast cancer for the year 2020 was 2.26 million and represented the fifth leading cause of cancer death. The form of access to treatment between public and private centers is different. In addition, depending on the histology and clinical history, there are different prognoses and therapeutic responses. These differences can be explained, in part, by the existence of different molecular subtypes. OBJECTIVE: To describe the sociodemographic profile, lifestyle and biomarkers in breast cancer patients. METHODS: Cross-sectional study part of the MIDMAMA Project. A total of 589 female patients aged over 18 years and diagnosed with invasive breast cancer were included. It followed what was advocated in the consensus of St. Gallen 2015. Qualitative variables were presented descriptively as frequencies and percentages. The association was verified using Pearson's chi-square test or Fisher's exact test. The significance level adopted was 5% for the hypothesis tests. Analyzes were performed using SPSS statistical software for Windows v.23 and Stata/MP 14.0 for Windows. RESULTS: An association was identified between molecular subtype and clinical (p<0.001) and pathological (p<0.001), morphology (p<0.001), histological grade (p<0.001) and nuclear grade (p<0.001). Regarding access to treatment, there was an association with age group (p=0.008), marital relationship (p<0.001), years of study (p<0.001), tobacco consumption (p=0.003) and alcohol consumption (p =0.008), mammography (p<0.001) and number of children (p<0.001). CONCLUSION: The study revealed that the majority of breast cancers were hormone receptor positive luminal B HER2-subtype, clinical stage I was the most frequent. Patients treated by the public health system were more socially vulnerable, since they had less marital life, less education, and a lower frequency of mammograms before age 40.