ABSTRACT
A hipertensäo arterial sistêmica (HAS) continua sendo uma das principais causas da síndrome de insuficiência cardíaca congestiva. Dados experimentais recentes sugerem que o principal mecanismo determinante para o desenvolvimento da cardiopatia hipertensiva é a conversäo fenotípica do miócito, para permitir a adaptaçäo diante dos aumentos de carga impostos ao órgäo. Entretanto, na última década ocorreu um grande avanço nos estudos do fatores denominados extramiocárdicos (funcionais e estruturais) que acompanham a hipertensäo arterial e que podem atuar como mecanismos envolvidos na progressäo da HAS para a ICC. Nesta revisäo iremos focalizar o papel da diminuiçäo da reserva coronariana, da diminuiçäo da complacência arterial (ou aumento da pressäo de pulso) e da disfunçäo endotelial como possíveis fatores relacionados ao desenvolvimento da disfunçäo ventricular esquerda associada à hipertensäo arterial, bem como discutir a importância da utilizaçäo de novos métodos de investigaçäo clínica que permitam o entendimento da participaçäo destes fenótipos intermediários na evoluçäo da doença hipertensiva.