ABSTRACT
Esta pesquisa teve por objetivo geral compreender sentidos da experiência de participação em oficinas de desenvolvimento da escuta entre estagiários de Psicologia, que as frequentaram antes de adentrar o estágio. Especificamente, buscou-se descrever como competências despertadas e desenvolvidas naquelas oficinas estariam sendo operacionalizadas no estágio; compreender como mudanças em modos de subjetivação desses estudantes favoreceram a inserção e a manutenção no estágio; e avaliar, na perspectiva destes estagiários, a operacionalidade da oficina para ser ofertada ao estudante em formação. Usando a hermenêutica colaborativa, uma proposta em pesquisa fenomenológica, entrevistaram-se 14 estagiários, subdivididos em três grupos de discussão, que puderam resgatar e analisar conjuntamente o sentido daquela vivência. Os resultados apontaram que a oficina promoveu alcance terapêutico; favoreceu autoconhecimento; teve o sentido de ressignificação compartilhada da angústia em relação à futura prática do estágio; dirimiu ansiedade em relação às limitações pessoais; promoveu desenvolvimento de competências; e favoreceu organização, sistematização e foco da escuta. Os colaboradores reconheceram a necessidade da oficina antes do estágio, mas sem ser obrigatória. Concluiu-se, principalmente, que essa pode ser uma prática de capacitação, humanização e cuidado a futuros estagiários num serviço-escola de Psicologia, pois foi reconhecida pelos colaboradores como espaço de acolhimento e cuidado de si.
This research aimed to understand the meanings of participating in workshops on listening development among Psychology interns, who attended the workshops before starting the internship. Specifically, the goal was to describe how the awakened and developed competences in those workshops were being operationalized in the internship; to understand how the changes in modes of subjectification of these students favored the insertion in the internship; and to evaluate, from the interns' perspective, the operability of the workshop offered. By using collaborative hermeneutics, a proposal in phenomenological research, 14 interns (divided into three discussion groups) were able to rescue and analyze the meaning of that experience. The results showed the workshop promoted therapeutic reach; favored self-knowledge; had the sense of shared resignification of anguish in relation to the future practice of the internship; decreased the anxiety about personal limitations; promoted skills development; and favored organization, systematization and focus of listening. Employees acknowledged the need for the workshop prior to the internship, but not mandatory. Mainly, it was concluded that this could be a practice to enable humanization and caring for future interns in a Psychology school-service, since it was recognized by the employees as a space for welcoming and caring for oneself.
Esta investigación buscó comprender sentidos de la experiencia de participación en talleres de desarrollo de la escucha entre pasantes de Psicología. Se buscó describir cómo competencias despertadas y desarrolladas en aquellos talleres estarían siendo instrumentalizadas; comprender cómo cambios en modos de subjetivación de estos estudiantes favorecieron la inserción y el mantenimiento en la pasantía; y evaluar, en la perspectiva de estos pasantes, la instrumentalización del taller para ser ofrecida al estudiante. Usando la hermenéutica colaborativa, una propuesta em investigación fenomenológica, 14 pasantes, subdivididos en tres grupos de discusión, pudieron rescatar y analizar el sentido de aquella vivencia. Los resultados mostraron que el taller promovió alcance terapéutico; favoreció el autoconocimiento; tuvo el sentido de buscar una significación compartida de la angustia concerniente a la futura práctica de la pasantía; dirimió la ansiedad relacionada a las limitaciones personales; promovió el desarrollo de competencias; y favoreció la organización y foco de la escucha. Los colaboradores reconocieron la necesidad del taller antes de la pasantía, pero sin obligatoriedad. Se concluyó que esa puede ser una práctica de capacitación, humanización y cuidado a futuros pasantes en un servicio-escuela de Psicología, reconocida por los colaboradores como espacio de acogida y cuidado de si.