ABSTRACT
As práticas tradicionais de saúde indígenas fazem parte das medicinas tradicionais como sugere a Organização Mundial de Saúde (OMS). No Brasil, embora subestimadas e pouco valorizadas, essas práticas fazem parte da herança cultural dos habitantes originais da nossa terra e com quem grande parte da população revela vínculos de ancestralidade. Todas as culturas indígenas são vulneráveis desde a colonização até os dias atuais devido a políticas de dominância e integração ao modelo ocidental de desenvolvimento, na área da saúde houve grandes avanços para as populações indígenas com a constituição de 1988, o SUS e o Subsistema de Atenção a Saúde Indígena com os conceitos de pluralidade, interculturalidade e intermedicalidade, que permeiam as relações entre a medicina tradicional indígena e a biomedicina. A política de práticas integrativas e complementares em saúde (PNPIC) sugere a articulação com as políticas de saúde indígenas, aspecto este, que pode ser facilitado por este estudo. Este estudo pretende integrar a literatura disponível sobre os Mbyás Gurarani, objetivando o modo como percebem e utilizam suas práticas de saúde e a relação com a Unidade Básica de Saúde Indígena local. Essas práticas de saúde tradicionais ainda são pouco conhecidas pela população não indígenaâ devido á falta de reconhecimento e valorização da cultura desses povos, portanto, a sua preservação e a auto identificação como cultura viva, podem ser aspectos importantes tanto na atenção á saúde, como no reconhecimento e no respeito por parte do Estado e da sociedade para com esses povos.