Idéias e imagens suscitadas em estudantes universitários numa pesquisa sobre drogas: uma contribuiçäo ao trabalho preventivo / Ideas and images evoked by university students about drugs: a contribution to prevention

Analisa o conteúdo de comentários feitos em um questionário aplicado, em estudo anterior, a 1069 universitários da cidade de Säo Paulo sobre uso de drogas psicoativas em geral, e da maconha em particular. Divide os textos de cada comentário em segmentos, conforme conteúdo; classifica esses segmentos em categorias e sub-categorias para tabulaçäo e análise. Os estudantes que fizeram comentários correspondem a 40//dos que já haviam experimentado maconha pelo menos uma vez na vida (usuários) e a 23//dos que nunca haviam utilizado a droga. Detecta 3 categorias de conteúdo: versando sobre o problema das drogas (60//dos comentários), a pesquisa em si (35//) e comentários irrelevantes (5//). Conclui que as diferenças encontradas entre a imagem da droga para usuários e näo-usuários da maconha representam um contínuo entre extremos de opiniöes, idéias e imagens que o tema suscita e que se originam de informaçöes veiculadas pela família, escola, meios de comunicaçäo e especialistas, interagindo com a experiência pessoal. A aceitaçäo manifesta da pesquisa aumenta sua confiabilidade e provavelmente reflete o fato de ter sido tomada como instrumento de prevençäo e näo repressäo. Discute como o teor dos comentários pode oferecer subsídios a trabalhos de prevençäo.

Ideias e imagens suscitadas em estudantes universitarios numa pesquisa sobre drogas: uma contribuicao ao trabalho preventivo

Em pesquisa anterior, uma amostra de 1069 universitarios da cidade de Sao Paulo respondeu a um questionario sobre uso de drogas psicoativas em geral e da maconha em particular. Desses, a expressiva parcela de um terco fez, ao final, comentarios voluntarios. O objetivo do presente trabalho foi analisar o conteudo desses comentarios, na suposicao de que eles representaram a opiniao dos estudantes mais ativos e preocupados com o tema levantado pelo questionario. O texto de cada comentario foi dividido em segmentos conforme conteudo; esses segmentos foram classificados em categorias e sub-categorias, e em seguida tabulados e analisados quantitativa e qualitativamente. Os estudantes que se dispuseram a fazer comentarios corresponderam a 40 por cento dos que ja haviam experimentado maconha pelo menos uma vez na vida ('usuarios') e a 23 por cento dos que nunca haviam utilizado a droga. Foram detectadas tres categorias de conteudo, versando sobre o problema das drogas (60 por cento dos comentarios), a pesquisa em si (35 por cento) e comentarios irrelevantes (5 por cento). Os comentarios sobre drogas foram originarios predominantemente de 'usuarios', constando de depoimentos pessoais, propondo causas, apontando aspectos favoraveis ou desfavoraveis do uso de drogas, sugerindo solucoes. A quantidade de comentarios relativos a pesquisa foi surpreendente, e partiu principalmente de nao-usuarios. Os comentarios favoraveis a sua forma e conteudo superaram amplamente os desfavoraveis; foram feitas sugestoes e foi solicitada a divulgacao dos resultados. Concluiu-se que as diferencas encontradas entre a imagem da droga para o usuario e para o nao-usuario da maconha representam um continuo entre extremos de opinioes, ideias e imagens que o tema 'droga' suscita, e que se originam de informacoes veiculadas pela familia, escola, meios de comunicacao e especialistas, interagindo com a experiencia pessoal. A aceitacao manifesta da pesquisa aumenta sua confiabilidade e provavelmente reflete o fato de ter sido tomada como instrumento de prevencao e nao repressao. Discute-se como o teor dos comentarios pode oferecer subsidios a trabalhos de prevencao.

Uso de drogas entre universitários: a experiência com maconha como fator delimitante / Drug use among university students: the experience with cannabis as a delimitative factor

Uma amostra de 1.069 universitários de 20 faculdades da cidade de Säo Paulo respondeu a um questionário sobre uso de drogas psicoativas em geral e da maconha em particular. Constatou-se que as drogas utilizadas alguma vez na vida foram, em ordem decrescente, álcool (82%), tabaco (39%), lança-perfume (28%), maconha (26%), medicamentos prescritos (17%) e cocaína (10%). O consumo atual dessas mesmas drogas, baseados nos últimos três meses, é consideravelmente menor e a maconha aparece como a droga ilegal mais consumida, após o álcool e o tabaco. Entretanto, dos 14% que declararam consumir maconha atualmente, apenas 4% relatam uso diário. Há maior probabilidade de se encontrar usuários de maconha entre os universitários homens, solteiros, de nível socioeconômico alto, que fumam tabaco e que fumaram maconha pela primeira vez entre 13 e 17 anos. Estudantes que utilizaram maconha pelo menos uma vez na vida se distinguem dos näo usuários de várias formas: säo mais propensos à experimentaçäo de outras drogas, säo mais tolerantes na aprovaçäo do uso de drogas e convivem mais com outros usuários de drogas. Dedicam mais tempo a atividades sociculturais, enquanto os näo usuários se ocupam mais em estudar e assitir televisäo. Tomados globalmente, os dados indicam que os estudante que provaram maconha formam um subgrupo com algumas características distintas e que o uso de drogas em geral e da maconha em particular, entre universitários paulistanos, é predominantemente social e recreativo

O sistema francês de atendimento à toxicomania / The French system of care in drug addiction

A autora faz um resumo do sistema francês de tratamento à toxicomania a partir de estágios e visitas realizados em diferentes centros de assistência à toxicomania. Ela cita a lei francesa de 31 de dezembro de 1970 que penaliza o usuário de drogas e, ao mesmo tempo, oferece tratamento voluntário, anônimo e gratuito para quem quiser se tratar. O funcionamento de diversas estrututas de acolhimento, tratamento e reinserçäo social é exemplificado e a importância da pluralidade de estruturas para o sucesso do modelo de atendimento proposto é ressaltada. A autora relata algumas das mudanças ocorridas no sistema devido ao aumento de casos de pessoas portadoras do virus HIV ou que já apresentam sintomas da AIDS

Uso de drogas entre universitarios: a experiencia com maconha como fator delimintante

Uma amostra de 1.069 universitarios de 20 faculdades da cidade de Sao Paulo respondeu a um questionario sobre uso de drogas psicoativas em geral e da maconha em particular. Constatou-se que as drogas utilizadas alguma vez na vida foram, em ordem decrescente, alcool (82 por cento), tabaco (39 por cento), laca-perfume (28 por cento), machonha (26 por cento), medicamentos prescritos (17 por cento) e cocaina (10 por cento). O consumo atual dessas mesmas drogas, baseado nos ultimos tres meses, e consideravelmente menor e a maconha aparece como a droga ilegal mais consumida, apos o alcool e o tabaco. Entretanto, dos 14 por cento que declararam consumir maconha atualmente, apenas 4 por cento relatam uso diario. Ha maior probabilidade de se encontrar usuarios de maconha entre os universitarios homens, solteiros, de nivel socioeconomico alto, que fumam tabaco e que fumaram maconha pela primeira vez entre 13 e 17 anos. Estudantes que utilizaram maconha pelo menos uma vez na vida se distinguem dos nao usuarios de varias formas: sao mais propensos a experimentacao de outras drogas e convivem mais com outros usuarios de drogas. Dedicam mais tempo a atividades socioculturais, enquanto os nao usuarios se ocupam mais em estudar e assistir televisao. Tomados globalmente, os dados indicam que os estudantes que provaram maconha formam um subgrupo com algumas caracteristicas distintas e que o uso de drogas em geral e da maconha em particular, entre universitarios paulistanos, e predominatemente social e recreativo.

Padroës de frequência do uso da maconha por estudantes universitários / Patterns of habitual use of marihuana by university students

Foi investigada neste estudo, através de entrevistas com 47 estudantes brasileiros de classe média, de 18 a 24 anos, de ambos os sexos, a mudança nos padröes de consumo de maconha ao longo do tempo. A partir dos relatos, conclui-se que o curso de freqüência de consumo segue dois padröes predominantes. Em um deles, o "padräo estável", os sujeitos relatam aumento de consumo até uma freqüência de pico, em que permanecem por um período de tempo relativamente longo e estável. No outro, o "padräo descendente", os sujeitos relatam um aumento gradual até alcançar o pico, seguido de uma clara diminuiçäo de freqüência de uso. Dois outros padröes foram detectados em um pequeno número de sujeitos. A diversidade dos padröes identificados chama a atençäo para a dificuldade em se predizer o curso da freqüência de consumo da maconha por jovens. A relaçäo entre consumo de maconha e uso de outras drogas foi também investigada. As únicas drogas que a maioria dos sujeitos declarou consumir regularmente foram álcool e tabaco, ao passo que 90% dos sujeitos revelaram ter experimentado pelo menos uma vez alguma outra droga ilegal

Padroes de frequencia do uso da maconha por estudantes universitarios

Foi investigada neste estudo, atraves de entrevistas com 47 estudantes brasileiros de classe media, de 18 a 24 anos, de ambos os sexos, a mudanca nos padroes de consumo de maconha ao longo do tempo. A partir dos relatos, concluiu-se que o curso de frequencia de consumo segue dois padroes predominantes. Em um deles, o 'padrao estavel', os sujeitos relatam aumento de consumo ate uma frequencia de pico, em que permancem por um periodo de tempo relativamente longo e estavel. No outro, o 'padrao descendente', os sujeitos relatam um aumento gradual ate alcancar o pico, seguido de uma clara diminuicao de frequencia de uso. Dois outros padroes foram detectados em um pequeno numero de sujeitos. A diversidade dos padroes identificados chama a atencao para a dificuldade em se predizer o curso da frequencia de consumo da maconha por jovens. A relacao entre consumo de maconha e uso de outras drogas foi tambem investigada. As unicas drogas que a maioria dos sujeitos declarou consumir regularmente foram alcool e tabaco, ao passo que 90 por cento dos sujeitos revelaram ter experimentado pelo menos uma vez alguma outra droga ilegal.