ABSTRACT
Based on ethnographic work conducted between 2015 and 2022 at the periphery of Fortaleza, in Northeast Brazil, this article analyzes the work of community activists as a form of subversive care. Women activists, many of whom work for the local public clinics, as social workers with local NGOs, or as schoolteachers, challenge dominant narratives presented in the media and political discourses about their neighborhood as being poor and therefore violent. By establishing relationships of mutual trust with gang members and humanizing them, women activists "challenge the logic of fear" and maintain presence in areas controlled by the gangs to direct the economically vulnerable toward existing public resources. Activists' understanding of urban violence is informed by participation in collective action and living together with gang members and their families. These experiences lead activists to see urban violence as the symptom of systemic inequalities that require systemic changes.
A partir de uma pesquisa etnográfica realizada entre 2015 e 2022 na periferia de Fortaleza, no Nordeste do Brasil, este artigo analisa o trabalho dos ativistas comunitários como cuidado subversivo. Mulheres ativistas, muitas das quais trabalham como agentes de saude, assistentes sociais em ONGs locais ou professoras, desafiam as narrativas dominantes apresentadas na mídia e os discursos políticos sobre seu bairro como sendo pobre e, portanto, violento. Ao estabelecer relações de confiança mútua com os membros das gangues e humanizálos, as mulheres ativistas "desafiam a lógica do medo" e mantêm presença em áreas controladas pelas gangues para direcionar moradores economicamente vulneráveis aos recursos públicos existentes. O entendimendo dos ativistas da violência urbana é resultado da participação em ações coletivas e da convivência com membros de gangues e suas famílias. Essas experiências levam os ativistas a ver a violência urbana como sintoma de desigualdades sistêmicas que exigem mudanças sistêmicas.
