ABSTRACT
Testaram-se as hipóteses de que, assim como em reservatórios de grande áreas de superfície, volumes e vazão, em reservatórios pequenos também ocorrem a diluição gradual e contínua da riqueza, da diversidade e abundância de microcrustáceos (Cladocera e Copepoda) a jusante dos mesmos, sem a recomposição da riqueza a jusante pela falta de rios tributários, lagoas marginais e até pelo pequeno porte do riacho, sem condições para o desenvolvimento do potamoplâncton próprio do sistema. Foram estudados dois pequenos reservatórios e seus trechos a jusante, com coletas diárias a cada seis horas em oito pontos de amostragem, sendo dois lênticos e seis lóticos a jusante de cada. Foram encontradas 19 espécies (11 de Cladocera e oito de Copepoda), com destaque para o maior número de espécies litorâneas do que pelágicas, e a maior abundância de cladóceros litorâneos nos pontos a jusante dos reservatórios. Não houve diferença entre os horários, indicando que a escala espacial foi mais importante que a temporal. Houve maiores valores dos atributos ecológicos nos ambientes lênticos, porém houve aumentos significativos de riqueza e diversidade nos últimos pontos dos trechos de riacho, enquanto que a abundância diminuiu gradativamente a jusante. Não foram encontradas correlações significativas da abundância dos táxons com nenhuma variável limnológica (temperatura, pH, oxigênio dissolvido, turbidez, sólidos totais dissolvidos e transparência), indicando pouco ou nenhum efeito destas variáveis. A análise de cluster com distância euclidiana separou dois grandes grupos, o primeiro formado pelo trecho a jusante do primeiro reservatório e o segundo com os demais pontos. Além da presença dos táxons litorâneos vindos dos reservatórios, houve incremento de táxons litorâneos residentes nos riachos. Pode-se concluir que houve uma diluição da abundância das espécies a jusante dos riachos, mas a riqueza e a diversidade permaneceram estáveis devido à contribuição de táxons litorâneos.(AU)
The hypotheses tested were that, as well as in reservoirs of large surface areas, volumes and flow, in small reservoirs there is also a gradual and continuous dilution of the richness, diversity and abundance of microcrustaceans (Cladocera and Copepoda) downstream reservoirs, without the recomposition of richness downstream due to the lack of tributary rivers, marginal lagoons and even the small size of the stream, with no conditions for the development of its own potamoplankton. Two small reservoirs were studied and in their downstream stretches, with daily collections every six hours at eight sampling points, two lentic and six lotic downstream from each. Nineteen species were found (11 from Cladocera and eight from Copepoda), with emphasis on the greater number of coastal species than pelagic ones, and the greater abundance of coastal cladocerans at the points downstream of the reservoirs. There was no difference between the times, indicating that the spatial scale was more important than the temporal scale. There were higher values of ecological attributes in lentic environments, but there were significant increases in richness and diversity in the last points of the stretches of the stream, while the abundance decreased gradually downstream. No significant correlations were found for the abundance of taxa with any physical and chemical variable (temperature, pH, dissolved oxygen, turbidity, total dissolved solids and transparency), indicating little or no effect of these variables. The cluster analysis with Euclidean distance separated two large groups, the first formed by the stretch downstream of the first reservoir and the second with the other points. In addition to the presence of litoranean taxa coming from reservoirs, there was an increase in litoranean taxa resident in streams. It can be concluded that there was a dilution of the abundance of species downstream of the streams, but the richness and diversity remained stable due to the contribution of litoranean taxa.(AU)
Subject(s)
Animals , Copepoda/classification , Cladocera/classification , Biodiversity , Water Reservoirs/analysis , Zooplankton/classificationABSTRACT
Testaram-se as hipóteses de que, assim como em reservatórios de grande áreas de superfície, volumes e vazão, em reservatórios pequenos também ocorrem a diluição gradual e contínua da riqueza, da diversidade e abundância de microcrustáceos (Cladocera e Copepoda) a jusante dos mesmos, sem a recomposição da riqueza a jusante pela falta de rios tributários, lagoas marginais e até pelo pequeno porte do riacho, sem condições para o desenvolvimento do potamoplâncton próprio do sistema. Foram estudados dois pequenos reservatórios e seus trechos a jusante, com coletas diárias a cada seis horas em oito pontos de amostragem, sendo dois lênticos e seis lóticos a jusante de cada. Foram encontradas 19 espécies (11 de Cladocera e oito de Copepoda), com destaque para o maior número de espécies litorâneas do que pelágicas, e a maior abundância de cladóceros litorâneos nos pontos a jusante dos reservatórios. Não houve diferença entre os horários, indicando que a escala espacial foi mais importante que a temporal. Houve maiores valores dos atributos ecológicos nos ambientes lênticos, porém houve aumentos significativos de riqueza e diversidade nos últimos pontos dos trechos de riacho, enquanto que a abundância diminuiu gradativamente a jusante. Não foram encontradas correlações significativas da abundância dos táxons com nenhuma variável limnológica (temperatura, pH, oxigênio dissolvido, turbidez, sólidos totais dissolvidos e transparência), indicando pouco ou nenhum efeito destas variáveis. A análise de cluster com distância euclidiana separou dois grandes grupos, o primeiro formado pelo trecho a jusante do primeiro reservatório e o segundo com os demais pontos. Além da presença dos táxons litorâneos vindos dos reservatórios, houve incremento de táxons litorâneos residentes nos riachos. Pode-se concluir que houve uma diluição da abundância das espécies a jusante dos riachos, mas a riqueza e a diversidade permaneceram estáveis devido à contribuição de táxons litorâneos.
The hypotheses tested were that, as well as in reservoirs of large surface areas, volumes and flow, in small reservoirs there is also a gradual and continuous dilution of the richness, diversity and abundance of microcrustaceans (Cladocera and Copepoda) downstream reservoirs, without the recomposition of richness downstream due to the lack of tributary rivers, marginal lagoons and even the small size of the stream, with no conditions for the development of its own potamoplankton. Two small reservoirs were studied and in their downstream stretches, with daily collections every six hours at eight sampling points, two lentic and six lotic downstream from each. Nineteen species were found (11 from Cladocera and eight from Copepoda), with emphasis on the greater number of coastal species than pelagic ones, and the greater abundance of coastal cladocerans at the points downstream of the reservoirs. There was no difference between the times, indicating that the spatial scale was more important than the temporal scale. There were higher values of ecological attributes in lentic environments, but there were significant increases in richness and diversity in the last points of the stretches of the stream, while the abundance decreased gradually downstream. No significant correlations were found for the abundance of taxa with any physical and chemical variable (temperature, pH, dissolved oxygen, turbidity, total dissolved solids and transparency), indicating little or no effect of these variables. The cluster analysis with Euclidean distance separated two large groups, the first formed by the stretch downstream of the first reservoir and the second with the other points. In addition to the presence of litoranean taxa coming from reservoirs, there was an increase in litoranean taxa resident in streams. It can be concluded that there was a dilution of the abundance of species downstream of the streams, but the richness and diversity remained stable due to the contribution of litoranean taxa.
Subject(s)
Animals , Biodiversity , Cladocera/classification , Copepoda/classification , Water Reservoirs/analysis , Zooplankton/classificationABSTRACT
ABSTRACT The hypotheses tested were that, as well as in reservoirs of large surface areas, volumes and flow, in small reservoirs there is also a gradual and continuous dilution of the richness, diversity and abundance of microcrustaceans (Cladocera and Copepoda) downstream reservoirs, without the recomposition of richness downstream due to the lack of tributary rivers, marginal lagoons and even the small size of the stream, with no conditions for the development of its own potamoplankton. Two small reservoirs were studied and in their downstream stretches, with daily collections every six hours at eight sampling points, two lentic and six lotic downstream from each. Nineteen species were found (11 from Cladocera and eight from Copepoda), with emphasis on the greater number of coastal species than pelagic ones, and the greater abundance of coastal cladocerans at the points downstream of the reservoirs. There was no difference between the times, indicating that the spatial scale was more important than the temporal scale. There were higher values of ecological attributes in lentic environments, but there were significant increases in richness and diversity in the last points of the stretches of the stream, while the abundance decreased gradually downstream. No significant correlations were found for the abundance of taxa with any physical and chemical variable (temperature, pH, dissolved oxygen, turbidity, total dissolved solids and transparency), indicating little or no effect of these variables. The cluster analysis with Euclidean distance separated two large groups, the first formed by the stretch downstream of the first reservoir and the second with the other points. In addition to the presence of litoranean taxa coming from reservoirs, there was an increase in litoranean taxa resident in streams. It can be concluded that there was a dilution of the abundance of species downstream of the streams, but the richness and diversity remained stable due to the contribution of litoranean taxa.
RESUMO Testaram-se as hipóteses de que, assim como em reservatórios de grande áreas de superfície, volumes e vazão, em reservatórios pequenos também ocorrem a diluição gradual e contínua da riqueza, da diversidade e abundância de microcrustáceos (Cladocera e Copepoda) a jusante dos mesmos, sem a recomposição da riqueza a jusante pela falta de rios tributários, lagoas marginais e até pelo pequeno porte do riacho, sem condições para o desenvolvimento do potamoplâncton próprio do sistema. Foram estudados dois pequenos reservatórios e seus trechos a jusante, com coletas diárias a cada seis horas em oito pontos de amostragem, sendo dois lênticos e seis lóticos a jusante de cada. Foram encontradas 19 espécies (11 de Cladocera e oito de Copepoda), com destaque para o maior número de espécies litorâneas do que pelágicas, e a maior abundância de cladóceros litorâneos nos pontos a jusante dos reservatórios. Não houve diferença entre os horários, indicando que a escala espacial foi mais importante que a temporal. Houve maiores valores dos atributos ecológicos nos ambientes lênticos, porém houve aumentos significativos de riqueza e diversidade nos últimos pontos dos trechos de riacho, enquanto que a abundância diminuiu gradativamente a jusante. Não foram encontradas correlações significativas da abundância dos táxons com nenhuma variável limnológica (temperatura, pH, oxigênio dissolvido, turbidez, sólidos totais dissolvidos e transparência), indicando pouco ou nenhum efeito destas variáveis. A análise de cluster com distância euclidiana separou dois grandes grupos, o primeiro formado pelo trecho a jusante do primeiro reservatório e o segundo com os demais pontos. Além da presença dos táxons litorâneos vindos dos reservatórios, houve incremento de táxons litorâneos residentes nos riachos. Pode-se concluir que houve uma diluição da abundância das espécies a jusante dos riachos, mas a riqueza e a diversidade permaneceram estáveis devido à contribuição de táxons litorâneos.
ABSTRACT
Abstract: We present here the first study that analyzed the composition and richness of rotifers of the entire La Plata River basin, the second largest in South America, based on simultaneous and standardized sampling. Fifteen large reservoirs and eight river stretches were selected in the upper, middle, and lower portions of the Paraná, Paraguay, and Uruguay Rivers, which are the major rivers of the La Plata basin. We took a total of 86 samples (open water habitats) in 2010. A mean of 27±11 species per sub-basin was found, with the highest richness in the Lower Paraná (41 species), followed by the Paranapanema (40 species) and Lower Uruguay (38 species). Low richness was observed in the Middle Uruguay and Middle Paraná. We found 106 species belonging to 21 families and two orders. The family with the highest number of species was Lecanidae (21), followed by Brachionidae (20), Trichocercidae (9), and Synchaetidae (8). The species with higher occurrences were Conochilus dossuarius, Kellicottia bostoniensis, Keratella americana, Keratella cochlearis and Hexarthra mira. New occurrences of rotifers were registered for Brazil (Colurella adriatica), São Paulo State (Enteroplea lacustris), and Argentina (Gastropus hyptopus, Harringia rousseleti and Lecane thienemanni). Spearman correlation between the number of species and physical and chemical variables demonstrated positive correlation with chlorophyll and temperature, and negative correlation with dissolved oxygen. We extend the distribution list for some native (Lecane ludwigii) and non-native species of rotifers (K. bostoniensis). We also list the monogonont rotifer species found at the sampling stations.
Resumo: Apresentamos aqui o primeiro estudo que analisou a composição e riqueza de rotíferos de toda a bacia do Rio da Prata, a segunda maior da América do Sul, com amostragens simultâneas e padronizadas. Quinze grandes reservatórios e oito trechos lóticos foram selecionados nas porções alta, média e baixa dos rios Paraná, Paraguai e Uruguai, que atuam como os principais formadores da bacia do Prata. Coletamos um total de 86 amostras (habitats de águas abertas) em 2010. Foi encontrada uma média de 27 ± 11 espécies por sub-bacia, com maior riqueza no Baixo Paraná (41 espécies), seguido por Paranapanema (40 espécies) e Baixo Uruguai (38 espécies). Uma baixa riqueza foi observada no Médio Uruguai e no Médio Paraná. Encontramos 106 espécies pertencentes a 21 famílias e duas ordens. A família com maior número de espécies foi Lecanidae (21), seguida por Brachionidae (20), Trichocercidae (9) e Synchaetidae (8). As espécies com maior ocorrência foram Conochilus dossuarius, Kellicottia bostoniensis, Keratella americana, Keratella cochlearis e Hexarthra mira. Novas ocorrências de rotíferos foram registradas para o Brasil (Colurella adriatica), Estado de São Paulo (Enteroplea lacustris) e Argentina (Gastropus hyptopus, Harringia rousseleti e Lecane thienemanni). A correlação de Spearman entre o número de espécies e as variáveis físicas e químicas demonstrou correlação positiva com clorofila e temperatura, e correlação negativa com oxigênio dissolvido. Estendemos a lista de distribuição para algumas espécies nativas (Lecane ludwigii) e não-nativas de rotíferos (K. bostoniensis). Disponibilizamos também uma lista de espécies de rotíferos Monogononta encontrados nas estações amostradas.