Your browser doesn't support javascript.
loading
Show: 20 | 50 | 100
Results 1 - 20 de 29
Filter
1.
Cad Saude Publica ; 40(4): e00006223, 2024.
Article in Portuguese, English | MEDLINE | ID: mdl-38695458

ABSTRACT

In recent decades, several academic studies on abortion have been produced in Brazil, with different designs, objectives, and methodologies. However, due to the diversity of situations in which Brazilian women experience abortion, the complexity of this topic, and its modulations in different political and sociocultural contexts, it still challenges academicians and the fields of health and reproductive rights. In this article, we present methodological aspects of a qualitative study on health care itineraries of women in situations of abortion, a component of the Birth in Brazil II survey, whose objective is to discuss the effects of gender; race/ethnicity; social class; generational, regional, and territorial inequalities on care itineraries. We discuss the study design development, the construction of the theoretical framework and specific analytical axes, the development of interview instrument, definition of participant selection criteria, strategies to contact participants and conduct the interviews, management of field work and materials produced, analytical procedures, and ethical issues. In total, 120 narrative interviews were conducted in order to include a diversity of women and obtain detailed results from the quantitative analysis under Birth in Brazil II survey. The context of criminalization of abortion has an impact on the production of knowledge on this subject, creating challenges such as difficult access to women, women's anonymity, privacy and data confidentiality, creation of objective and subjective conditions so that they can narrate their experiences in depth. With this article, we seek to contribute to the debate about these challenges in abortion research in Brazil.


Nas últimas décadas, produziu-se um robusto corpus de pesquisas sobre aborto no Brasil, com diferentes desenhos, objetos e metodologias. Contudo, pela diversidade de situações em que as mulheres brasileiras vivenciam o abortamento, pela complexidade do tema e por suas modulações em contextos políticos e socioculturais distintos, o assunto não cessa de desafiar a academia, o campo da saúde e dos direitos reprodutivos. Neste artigo, apresentamos aspectos metodológicos de um estudo qualitativo sobre itinerários de cuidado à saúde de mulheres em situações de abortamento, componente da pesquisa Nascer no Brasil II, que objetiva discutir efeitos das desigualdades de gênero, de raça/etnia, de classe social, geracionais, regionais e territoriais nesses percursos. Discutimos o desenvolvimento do desenho do estudo; a construção do arcabouço teórico e recortes analíticos específicos; a elaboração do instrumento de entrevista; os critérios de seleção das mulheres; as estratégias de abordagem e condução das entrevistas; a gestão do fluxo do campo e dos materiais produzidos; os procedimentos analíticos; e os problemas éticos. Para incluir uma diversidade de mulheres e aprofundar resultados do componente quantitativo do Nascer no Brasil II, serão realizadas 120 entrevistas narrativas. O contexto de criminalização do aborto impacta a produção de conhecimento sobre o tema, impondo desafios como conseguir acesso às mulheres, assegurar o anonimato e sua privacidade, além do sigilo das informações, gerar condições objetivas e subjetivas para que possam narrar em profundidade as suas experiências. Com este artigo, procuramos contribuir para o debate sobre esses desafios das pesquisas sobre aborto no Brasil.


En las últimas décadas, se produjo un robusto corpus de investigaciones sobre el aborto en Brasil, con diferentes diseños, objetos y metodologías. Sin embargo, debido a la diversidad de situaciones en las que las mujeres brasileñas vivencian el abortamiento, la complejidad del tema y sus modulaciones en diferentes contextos políticos y socioculturales, el tema continúa desafiando a la academia, el campo de la salud y los derechos reproductivos. En este artículo, presentamos aspectos metodológicos de un estudio cualitativo sobre los itinerarios de cuidados de la salud de mujeres en situación de abortamiento, componente de la encuesta Nacer en Brasil II, que tiene como objetivo discutir los efectos de las desigualdades de género, raza/etnia, clase social, generacionales, regionales y territoriales en esos recorridos. Discutimos el desarrollo del diseño del estudio, la construcción del marco teórico y los recortes analíticos específicos, la elaboración del instrumento de entrevista, los criterios de selección de las mujeres, las estrategias de abordaje y realización de las entrevistas, el manejo del flujo del campo y de los materiales producidos, los procedimientos analíticos y los problemas éticos. Para abarcar una diversidad de mujeres y profundizar los resultados del componente cuantitativo de Nacer en Brasil II, se realizarán 120 entrevistas narrativas. El contexto de criminalización del aborto impacta la producción de conocimiento sobre el tema, imponiendo desafíos, tales como conseguir acceso a las mujeres, asegurar su anonimato y privacidad y la confidencialidad de la información, generar condiciones objetivas y subjetivas para que puedan narrar en profundidad sus experiencias. Con este artículo buscamos contribuir al debate sobre estos desafíos de las investigaciones sobre el aborto en Brasil.


Subject(s)
Abortion, Induced , Qualitative Research , Humans , Female , Brazil , Pregnancy , Socioeconomic Factors , Adult , Health Services Accessibility , Young Adult , Interviews as Topic
2.
Cad. Ibero Am. Direito Sanit. (Impr.) ; 12(4): 33-50, out.-dez.2023.
Article in Portuguese | LILACS | ID: biblio-1523332

ABSTRACT

Objetivo: refletir sobre o acesso a serviços de saúde para infertilidade e reprodução humana assistida durante o período da pandemia de COVID-19, na perspectiva da justiça reprodutiva. Metodologia: utilizou-se dados do inquérito online da pesquisa Pandemia de COVID-19e práticas reprodutivas de mulheres no Brasil, que obteve 8.313 respostas de mulheres residentes em todas as regiões do país, de 18 anos ou mais. O questionário autoaplicável circulou entre julho e outubro de 2021, contendo questões fechadas e abertas. A análise descritiva das respostas objetivas de 242 mulheres que referiram buscar atendimento para infertilidade contou com o cálculo de frequências simples das variáveis. Já os textos escritos nos espaços abertos do questionário foram submetidos à análise temática. Resultados: o estudo verificou a existência de barreiras institucionais e não institucionais para os cuidados da infertilidade, ambas incrementadas pela pandemia. Conclusão: recomenda-se a efetivação de política pública que garanta acesso pleno a todas as pessoas, haja vista que o tratamento para infertilidade e reprodução assistida tende a se restringir a mulheres cisgênero, de camadas médias e altas, mais escolarizadas e majoritariamente brancas.


Objective: to critically examine access to health services for infertility and assisted human reproduction during the COVID-19 pandemic, emphasizing the perspective of reproductive justice. Methods: data for analysis were derived from the online survey titled COVID-19 Pandemic and Women's Reproductive Practices in Brazil, garnering 8,313 responses from women aged 18 years or older residing in all regions of the country. The self-administered questionnaire circulated from July to October 2021 and comprised both closed and open-ended questions. Descriptive analysis of the objective responses obtained from 242 women actively seeking infertility care involved the calculation of simple frequencies for relevant variables. Responses provided in the open-ended sections of the questionnaire underwent thematic analysis. Results: revealed the presence of both institutional and non-institutional barriers to infertility care, with a notable exacerbation during the pandemic. Conclusion: given that infertility and assisted reproduction treatment predominantly cater to cisgender women from middle and upper socio-economic strata, characterized by higher education levels and mostly white, there is a compelling need for the implementation of public policies that ensure equitable access for all individuals.


Objetivo: reflexionar sobre el acceso a los servicios de salud para la infertilidad y la reproducción humana asistida durante el período de la pandemia de COVID-19, desde la perspectiva de la justicia reproductiva. Metodología: se utilizaron datos de la encuesta en línea de la Pandemia de COVID-19y prácticas reproductivas de las mujeres en Brasil, que obtuvo 8.313 respuestas de mujeres residentes en todas las regiones del país, con edad igual o superior a 18 años. El cuestionario autoaplicado circuló entre julio y octubre de 2021, conteniendo preguntas cerradas y abiertas. El análisis descriptivo de las respuestas objetivas de 242 mujeres que relataron buscar atención por infertilidad implicó el cálculo de frecuencias simples de las variables. Los textos escritos en los espacios abiertos del cuestionario fueron sometidos a análisis temático. Resultados:el estudio verificó la existencia de barreras institucionales y no institucionales para la atención de la infertilidad, ambas aumentadas por la pandemia. Conclusión: se recomiendala implementación de una política pública que garantice el pleno acceso a todas las personas, dado que el tratamiento de la infertilidad y reproducción asistida tiende a estar restringido a mujeres cisgénero de clase media y alta, con mayor educación y en su mayoría blancas.


Subject(s)
Health Law
3.
Cad. Ibero Am. Direito Sanit. (Impr.) ; 12(4): 103-119, out.-dez.2023.
Article in Portuguese | LILACS | ID: biblio-1523544

ABSTRACT

Objetivo: compreender como a pandemia de COVID-19 afetou a vida e a saúde das mulheres, com ênfase nos aspectos da saúde sexual e reprodutiva, e refletir sobre os direitos sexuais e reprodutivos e a justiça reprodutiva no contexto da crise sanitária. Metodologia: utilizou-se questionário online com 113 perguntas objetivas e uma questão aberta para comentários. De 8.313 mulheres que responderam ao questionário, 1.838 relataram suas vivências durante a pandemia na questão aberta. Esse material passou por técnicas de análise narrativa e temática e de construção de memória. Resultados: evidenciou-se a ampliação das dificuldades de acesso a serviços de saúde, em especial de saúde sexual e reprodutiva; o aprofundamento das iniquidades na divisão sexual do trabalho, com sobrecarga de trabalho doméstico e profissional; a insegurança econômica; o tensionamentos das relações afetivo-sexuais e maior exposição à violência; e importantes repercussões na saúde psicoemocional. Todos esses aspectos afetaram as experiências de saúde e adoecimento; a vida sexual; e os planos e experiências reprodutivas nos primeiros anos de pandemia. Conclusão: no Brasil, na sobreposição da emergência sanitária com a crise democrática de direitos, fatos sociais e fatos fisiológicos se misturam e se totalizam na experiência histórica e material do corpo sexual e reprodutivo das mulheres, seguindo as linhas de força das precariedades e injustiças de gênero, de raça e de classe. Os relatos das mulheres contribuem para a construção de uma memória coletiva ­não necessariamente unívoca e linear ­da pandemia. Memórias que podem não apenas ilustrar o momento presente, como contribuir para o entendimento e enfrentamento de crises semelhantes futuras.


Objective: this study seeks to comprehend the impact of the COVID-19 pandemic on women's lives and health, with a particular focus on sexual and reproductive health, andto reflect on sexual and reproductive rights and reproductive justice within the context of the health crisis.Methods:employing an online questionnaire featuring 113 objective questions and one open-ended question for free comments, the study gathered responses from 8,313 women. Out of these, 1,838 utilized the open question to articulate their experiences during the pandemic. The collected material underwent analysis using narrative and thematic approaches, along with memory construction techniques.Results:the findings indicate heightened challenges in accessing health services, particularly for sexual and reproductive health. The pandemic deepened inequities in the sexual division of labor, leading to increased domestic and professional workloads, economic insecurity, elevated tensions in affective-sexual relationships, greater exposure to violence, and notable repercussions on psycho-emotional health. These factors collectively influenced women's health/illness experiences, sexual lives, and reproductive plans during the initial years of the pandemic. Conclusion: the intersection of the health crisis with a democratic crisis in rights has intertwined social and physiological factors into the historical and material experiences of women's sexual and reproductive bodies. These experiences follow the trajectories of gender, race, and class-based precariousness and injustices. Women's accounts contribute to the construction of a collective memory of the pandemic that is not necessarily uniform or linear. Beyond illustrating the present moment, these memories aid in understanding and addressing similar crises in the future.


Objetivo: comprender cómo la pandemia de COVID-19 afectó la vida y la salud de las mujeres, con énfasis en aspectos de salud sexual y reproductiva y reflexionar sobre los derechos sexuales y reproductivos y la justicia reproductiva, en el contexto de la crisis sanitaria. Metodología:se utilizó un cuestionario online con 113 preguntas objetivas y una pregunta abierta para comentarios libres al final. De 8.313 mujeres que respondieron el cuestionario, 1.838 relataron sus experiencias durante la pandemia, en este espacio abierto. Este material fue analizado mediante técnicas análisis de narrativa y temática y de construcción de memoria. Resultados: hubo aumento de las dificultades para acceder a los servicios de salud, especialmente de salud sexual y reproductiva, profundización de las inequidades en la división sexual del trabajo, con sobrecarga de trabajo doméstico y profesional, inseguridad económica, tensiones en las relaciones afectivo-sexuales y mayor exposición. a la violencia, e importantes repercusiones en la salud psicoemocional. Todos estos aspectos afectaron las experiencias de salud/enfermedad, la vida sexual, los planes y experiencias reproductivas, en los primeros años de la pandemia. Conclusión: en Brasil, en el solapamiento de la crisis sanitaria con la crisis democrática y de derechos, hechos sociales y hechos fisiológicos se mezclan y totalizan en la experiencia histórica y material de los cuerpos sexuales y reproductivos de las mujeres, siguiendo las líneas de fuerza de la precariedad y las injusticias. de género, raza y clase. Las narrativas de las mujeres contribuyen a la construcción de una memoria colectiva ­no necesariamente unívoca y lineal ­ de la pandemia. Memorias que no sólo pueden ilustrar el momento presente, sino que también contribuyen a comprender y afrontar crisis futuras similares.


Subject(s)
Health Law
4.
Sante Publique ; 33(5): 675-683, 2022.
Article in French | MEDLINE | ID: mdl-35724101

ABSTRACT

INTRODUCTION: Brazilian legislation restricts the practice of abortion. In Brazil, abortion is a major public health problem due to the morbidity, mortality and hospitalization caused by the practice of unsafe abortions. Complications related to induced abortion and miscarriages are treated in “maternity wards”, where obstetric violence can be perpetrated. PURPOSE OF RESEARCH: To analyse, based on ethnographic data, the practices of biomedical technologies and their relation to practices of gynecological and obstetrical violence. RESULTS: Three main practices are systematized for didactic purposes: treatment of complications from abortion in maternity wards; ultrasound; and curettage. Despite the existence of national standards – due to the advances of the brazilian health and feminist movement – and international standards, there is still institutional resistance to the adoption of practices that prioritize women’s well-being. CONCLUSIONS: The way in which the ward is organized and materialized and the adoption of certain practices and technologies (and the omission of others) contribute to reproducing obstetric violence. The daily practices in the hospital do not escape the moralization of abortion, and the strong economic, racial and gender inequalities that go beyond the institutional space of the hospital. The analysis allows us to understand that the practice of biomedical technologies shapes and is shaped in a symbolic and situated way and can serve as an instrument for practices of embodied violence. Finally, it is necessary to review the model of post-abortion care.


Subject(s)
Abortion, Induced , Abortion, Spontaneous , Biomedical Technology , Brazil , Female , Hospitals, Maternity , Humans , Pregnancy , Violence
5.
Cad Saude Publica ; 37(6): e00322320, 2021.
Article in English | MEDLINE | ID: mdl-34231763

ABSTRACT

The COVID-19 pandemic may accentuate existing problems, hindering access to legal abortion, with a consequent increase in unsafe abortions. This scenario may be even worse in low- and middle-income countries, especially in Latin America, where abortion laws are already restrictive and access to services is already hampered. Our objective was to understand how different countries, with an emphasis on Latin Americans, have dealt with legal abortion services in the context of the COVID-19. Thus, we conducted a narrative review on abortion and COVID-19. The 75 articles included, plus other relevant references, indicate that the pandemic affects sexual and reproductive health services by amplifying existing problems and restricting access to reproductive rights, such as legal abortion. This impact may be even stronger in low- and middle-income countries, especially in Latin America, where access to legal abortion is normally restricted. The revision of sources in this article underlines the urgent need to maintain legal abortion services, both from women's perspective, in support of their reproductive rights, but also from that of the international commitment to achieving the Millennium Development Goals. Thereby, Latin American countries must place reproductive rights as a priority on their agendas and adapt legislation to accommodate alternative models of abortion care. Furthermore, our results underscore the need for clear information on the functioning of sexual and reproductive health services as essential for understanding the impact of the pandemic on legal abortion and to identify the groups most affected by the changes.


Subject(s)
Abortion, Induced , COVID-19 , Abortion, Legal , Brazil , Developing Countries , Female , Humans , Latin America/epidemiology , Pandemics , Pregnancy , SARS-CoV-2
6.
Physis (Rio J.) ; 31(3): e310317, 2021.
Article in English | LILACS | ID: biblio-1340366

ABSTRACT

Abstract This article explores reproduction as a broad phenomenon that is integrated to social life and marked by power relations, in an analysis of the processes and structures that integrate subjects' lives and bind them with the State. Reproductive processes, which are more than physiological, connect subjects, health services and other sectors that represent the State. This ethnographic study, carried out between 2011 and 2015, focused on reproduction as a biosocial process among mostly black, low-income shellfish gatherers and fishermen living in Riachão - a village located on an island in the 'baixo sul' region of Bahia. Through ethnographic analysis, we explore the experiences of the reproductive process of the 18 women we followed during the research to conclude that the State plays a central role in the network of relationalities that constitute reproduction, establishing an oscillating and ambiguous relationship of care and violence with women at each stage: a fragile and discontinued care relationship during pregnancy; an intense, exclusive relationship marked by violence during childbirth; and a lack of care for the health of women in the puerperium, combined with high surveillance in the care of babies.


Resumo Este artigo explora a reprodução como fenômeno amplo, integrado à vida social e marcado por relações de poder, analisando os processos e estruturas que integram a vida dos sujeitos e destes com o Estado. Os processos reprodutivos, para além do fisiológico, conectam sujeitos, serviços de saúde e outros setores representantes do Estado. Trata-se de um estudo etnográfico realizado entre 2011 e 2015, sobre reprodução enquanto processo biossocial, com marisqueiras e pescadores, majoritariamente negros e de baixa renda, moradores de Riachão - uma vila, localizada em uma ilha, no baixo-sul da Bahia. A partir de uma análise etnográfica, demonstramos as formas de vivência do processo reprodutivo das 18 mulheres que acompanhamos ao longo da pesquisa e concluímos que o Estado exerce papel central na rede de relacionalidades que constituem a reprodução, estabelecendo uma relação oscilante e ambígua de cuidado e violência com as mulheres a cada fase: uma relação de cuidado, frágil e descontinuada, na gestação; uma relação intensa, exclusiva e marcada por violências no parto; e a ausência de cuidado para com a saúde das mulheres no puerpério, conjugada à alta vigilância nos cuidados dos bebês.


Subject(s)
Humans , Female , Pregnancy , Reproduction , Socioeconomic Factors , Parenting , State , Brazil , Maternal and Child Health , Delivery of Health Care , Obstetric Violence
7.
Cad. Saúde Pública (Online) ; 37(6): e00322320, 2021. graf
Article in English | LILACS | ID: biblio-1278625

ABSTRACT

The COVID-19 pandemic may accentuate existing problems, hindering access to legal abortion, with a consequent increase in unsafe abortions. This scenario may be even worse in low- and middle-income countries, especially in Latin America, where abortion laws are already restrictive and access to services is already hampered. Our objective was to understand how different countries, with an emphasis on Latin Americans, have dealt with legal abortion services in the context of the COVID-19. Thus, we conducted a narrative review on abortion and COVID-19. The 75 articles included, plus other relevant references, indicate that the pandemic affects sexual and reproductive health services by amplifying existing problems and restricting access to reproductive rights, such as legal abortion. This impact may be even stronger in low- and middle-income countries, especially in Latin America, where access to legal abortion is normally restricted. The revision of sources in this article underlines the urgent need to maintain legal abortion services, both from women's perspective, in support of their reproductive rights, but also from that of the international commitment to achieving the Millennium Development Goals. Thereby, Latin American countries must place reproductive rights as a priority on their agendas and adapt legislation to accommodate alternative models of abortion care. Furthermore, our results underscore the need for clear information on the functioning of sexual and reproductive health services as essential for understanding the impact of the pandemic on legal abortion and to identify the groups most affected by the changes.


A pandemia da COVID-19 pode agravar problemas existentes, dificultando o acesso ao aborto legal e resultando em um aumento dos abortos inseguros. O cenário pode ser ainda pior nos países de renda média e baixa, principalmente na América Latina, onde as leis sobre aborto já são restritivas e o acesso aos serviços é dificultado. Tivemos como objetivo, compreender como os diferentes países, com ênfase nos latino-americanos, têm lidado com os serviços de aborto legal no contexto da COVID-19. Para tal, foi realizada uma revisão narrativa sobre aborto e COVID-19. Os 75 artigos incluídos, além de outras referências relevantes, indicam que a pandemia impacta os serviços de saúde sexual e reprodutiva, ao agravar os problemas existentes e restringir o acesso aos direitos reprodutivos, incluindo o direito ao aborto legal. O impacto pode ser ainda mais sério nos países de renda baixa e média, principalmente na América Latina, onde o acesso ao aborto legal costuma ser restrito. A revisão das fontes no artigo destaca a necessidade urgente de manter em funcionamento os serviços de aborto legal, tanto da perspectiva das mulheres, em apoio aos seus direitos reprodutivos, quanto do compromisso internacional para atingir os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio. Assim, os países da América Latina devem priorizar os direitos reprodutivos nas agendas nacionais e adaptar suas legislações para acomodar modelos alternativos de assistência ao aborto. Nossos resultados também destacam a necessidade de informações precisas sobre o funcionamento dos serviços de saúde sexual e reprodutiva, essenciais para compreender o impacto da pandemia sobre o aborto legal e para identificar os grupos mais afetados pelas mudanças.


La pandemia de COVID-19 puede acentuar problemas existentes, impidiendo el acceso al aborto legal, con el consiguiente incremento de abortos inseguros. Este escenario es quizás incluso peor en los países de bajos y medios ingresos, especialmente en Latinoamérica, donde las leyes del aborto son de por sí restrictivas y el acceso a los servicios ya se encuentra obstaculizado. Nuestro objetivo fue comprender cómo han lidiado diferentes países, poniendo énfasis en los latinoamericanos, con servicios legales de aborto en el contexto de la COVID-19. Por lo tanto, realizamos una revisión narrativa sobre el aborto y el COVID-19. Se incluyeron 75 artículos, así como otras referencias relevantes, indicando que la pandemia impacta en los servicios de salud sexual y reproductiva, lo que amplifica los problemas existentes y restringe el acceso a derechos reproductivos, tales como el aborto legal. Este impacto quizás fue incluso más fuerte en los países con ingresos bajos y medios, especialmente en Latinoamérica, donde el acceso al aborto legal se encuentra restringido normalmente. La revisión de fuentes en este artículo subraya la necesidad urgente de mantener los servicios de aborto legal, tanto desde la perspectiva de las mujeres, apoyando sus derechos reproductivos, así como también desde el compromiso internacional, con el fin de alcanzar las Objetivos de Desarrollo del Milenio. De este modo, los países latinoamericanos deben situar los derechos reproductivos como prioridad en sus agendas y adaptar su legislación para incorporar modelos alternativos de atención al aborto. Nuestros resultados también destacam la necesidad de información precisa para el funcionamiento de los servicios de salud sexuales y reproductivos, como algo esencial para entender el impacto de la pandemia en el aborto legal, así como para identicar a los grupos más afectados por los cambios.


Subject(s)
Humans , Female , Abortion, Induced , COVID-19 , Brazil , Abortion, Legal , Developing Countries , Pandemics , SARS-CoV-2 , Latin America/epidemiology
8.
Cad Saude Publica ; 36Suppl 1(Suppl 1): e00035618, 2020.
Article in English, Portuguese | MEDLINE | ID: mdl-32049114

ABSTRACT

This article aims to analyze the practices and meanings involved in obstetric ultrasound (USG) in women undergoing abortion at public maternity hospital in Salvador, Bahia, Brazil. This is a qualitative ethnographic study that included three months of participant observation in the interactions between these women and medical and non-medical staff in the USG room of a public maternity hospital. USG has a central place in women's abortion itinerary, and its practice is incorporated into the institution's routine and the definition of approaches to abortion care at the maternity hospital studied here. In this context, distinct categories of "women with abortion" are produced and mobilized according to the interpretation of the USG images. The way the health condition and moral status of a woman with suspected abortion are defined depends on the presence or absence of a live fetus in her uterus, in addition to the gestational age at which the attempted or completed abortion occurred. We conclude that when the USG evidence indicates that there was (probably) an abortion in the initial stages of a pregnancy, the health professionals themselves help the women by disconnecting the semiotic process that would result in assigning a sense of human nature to the embryo. The later a pregnancy is terminated, the more likely the process of defining the images will sustain the idea that there was a person there. The hegemonic morals on abortion and its criminalization in Brazil modulate the symbolic constructions and practices involved in the USG test in women experiencing abortion.


O objetivo deste artigo é analisar as práticas e significados em torno da ultrassonografia obstétrica (USG) em mulheres com abortamento na maternidade pública em Salvador, Bahia, Brasil. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, etnográfica, que envolveu observação participante das interações entre mulheres, profissionais de saúde médicos e não médicos, na sala de USG de uma maternidade pública, durante três meses. A USG ocupa um lugar central no itinerário abortivo das mulheres e sua prática é incorporada à rotina institucional e definidora de condutas na atenção ao abortamento na maternidade em estudo. Nesse contexto, são produzidas categorias distintas de "mulheres com aborto", cujo acionamento depende da interpretação da imagem ecográfica. A forma de significar o estado de saúde e a condição moral de uma mulher com suspeita de aborto se relaciona com a presença ou não de um feto vivo no seu útero, além da idade gestacional em que a tentativa ou efetivação do aborto aconteceu. Concluímos que, quando as evidências ecográficas indicam que houve (provavelmente) um aborto em estágios iniciais de uma gravidez, os próprios profissionais colaboram com as mulheres em desativar o processo semiótico que levaria à atribuição de um sentido de natureza humana ao concepto. Quanto mais tarde se interrompeu uma gestação, mais provável é que o processo de significação sobre as imagens sustente a ideia de que ali havia uma Pessoa. A moral hegemônica sobre aborto e sua criminalização modulam as construções simbólicas e as práticas em torno do exame de USG em mulheres com abortamento.


El objetivo de este artículo es analizar las prácticas y significados en torno a la ultrasonografía obstétrica (USG) con mujeres que abortaron en la maternidad pública en Salvador, Bahía, Brasil. Se trata de una investigación cualitativa, etnográfica, que implicó observación participante de las interacciones entre mujeres, profesionales de salud médicos y no médicos, en la sala de USG de una maternidad pública, durante tres meses. La USG ocupa un lugar central en el itinerario abortivo de las mujeres y su práctica está incorporada a la rutina institucional y definitoria de conductas en la atención del aborto en la maternidad en estudio. En ese contexto, se producen categorías distintas de "mujeres que abortan", cuyo inicio del proceso depende de la interpretación de la imagen ecográfica. La forma de dar significado al estado de salud y la condición moral de una mujer, sospechosa de abortar, se relaciona con la presencia o no de un feto vivo en su útero, además de la edad gestacional en la que la tentativa o realización del aborto se produjo. Concluimos que, cuando las evidencias ecográficas indican que hubo (probablemente) un aborto en estadios iniciales de un embarazo, los propios profesionales colaboran con las mujeres en desactivar el proceso semiótico que conduciría a la atribución de un sentido de naturaleza humana al concepto. Cuanto más tarde se interrumpió una gestación, lo más probable es que el proceso de significación sobre las imágenes sustente la idea de que allí había un ser humano. La moral hegemónica sobre el aborto y su criminalización modulan las construcciones simbólicas y las prácticas en torno al examen de USG en mujeres que abortaron.


Subject(s)
Abortion, Induced , Hospitals, Maternity , Brazil , Female , Health Personnel , Hospitals, Public , Humans , Pregnancy
9.
Cad. Saúde Pública (Online) ; 36(supl.1): e00035618, 2020.
Article in Portuguese | LILACS | ID: biblio-1055641

ABSTRACT

Resumo: O objetivo deste artigo é analisar as práticas e significados em torno da ultrassonografia obstétrica (USG) em mulheres com abortamento na maternidade pública em Salvador, Bahia, Brasil. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, etnográfica, que envolveu observação participante das interações entre mulheres, profissionais de saúde médicos e não médicos, na sala de USG de uma maternidade pública, durante três meses. A USG ocupa um lugar central no itinerário abortivo das mulheres e sua prática é incorporada à rotina institucional e definidora de condutas na atenção ao abortamento na maternidade em estudo. Nesse contexto, são produzidas categorias distintas de "mulheres com aborto", cujo acionamento depende da interpretação da imagem ecográfica. A forma de significar o estado de saúde e a condição moral de uma mulher com suspeita de aborto se relaciona com a presença ou não de um feto vivo no seu útero, além da idade gestacional em que a tentativa ou efetivação do aborto aconteceu. Concluímos que, quando as evidências ecográficas indicam que houve (provavelmente) um aborto em estágios iniciais de uma gravidez, os próprios profissionais colaboram com as mulheres em desativar o processo semiótico que levaria à atribuição de um sentido de natureza humana ao concepto. Quanto mais tarde se interrompeu uma gestação, mais provável é que o processo de significação sobre as imagens sustente a ideia de que ali havia uma Pessoa. A moral hegemônica sobre aborto e sua criminalização modulam as construções simbólicas e as práticas em torno do exame de USG em mulheres com abortamento.


Resumen: El objetivo de este artículo es analizar las prácticas y significados en torno a la ultrasonografía obstétrica (USG) con mujeres que abortaron en la maternidad pública en Salvador, Bahía, Brasil. Se trata de una investigación cualitativa, etnográfica, que implicó observación participante de las interacciones entre mujeres, profesionales de salud médicos y no médicos, en la sala de USG de una maternidad pública, durante tres meses. La USG ocupa un lugar central en el itinerario abortivo de las mujeres y su práctica está incorporada a la rutina institucional y definitoria de conductas en la atención del aborto en la maternidad en estudio. En ese contexto, se producen categorías distintas de "mujeres que abortan", cuyo inicio del proceso depende de la interpretación de la imagen ecográfica. La forma de dar significado al estado de salud y la condición moral de una mujer, sospechosa de abortar, se relaciona con la presencia o no de un feto vivo en su útero, además de la edad gestacional en la que la tentativa o realización del aborto se produjo. Concluimos que, cuando las evidencias ecográficas indican que hubo (probablemente) un aborto en estadios iniciales de un embarazo, los propios profesionales colaboran con las mujeres en desactivar el proceso semiótico que conduciría a la atribución de un sentido de naturaleza humana al concepto. Cuanto más tarde se interrumpió una gestación, lo más probable es que el proceso de significación sobre las imágenes sustente la idea de que allí había un ser humano. La moral hegemónica sobre el aborto y su criminalización modulan las construcciones simbólicas y las prácticas en torno al examen de USG en mujeres que abortaron.


Abstract: This article aims to analyze the practices and meanings involved in obstetric ultrasound (USG) in women undergoing abortion at public maternity hospital in Salvador, Bahia, Brazil. This is a qualitative ethnographic study that included three months of participant observation in the interactions between these women and medical and non-medical staff in the USG room of a public maternity hospital. USG has a central place in women's abortion itinerary, and its practice is incorporated into the institution's routine and the definition of approaches to abortion care at the maternity hospital studied here. In this context, distinct categories of "women with abortion" are produced and mobilized according to the interpretation of the USG images. The way the health condition and moral status of a woman with suspected abortion are defined depends on the presence or absence of a live fetus in her uterus, in addition to the gestational age at which the attempted or completed abortion occurred. We conclude that when the USG evidence indicates that there was (probably) an abortion in the initial stages of a pregnancy, the health professionals themselves help the women by disconnecting the semiotic process that would result in assigning a sense of human nature to the embryo. The later a pregnancy is terminated, the more likely the process of defining the images will sustain the idea that there was a person there. The hegemonic morals on abortion and its criminalization in Brazil modulate the symbolic constructions and practices involved in the USG test in women experiencing abortion.


Subject(s)
Humans , Female , Pregnancy , Abortion, Induced , Hospitals, Maternity , Brazil , Health Personnel , Hospitals, Public
10.
Cad Saude Publica ; 32(2): e00004815, 2016 Feb.
Article in Portuguese | MEDLINE | ID: mdl-26958817

ABSTRACT

Based on a qualitative study conducted in 2012, the article analyzes middle-class individuals' experiences with induced abortions performed in private clinics. Thirty-four stories of induced abortions were narrated by 19 women and five men living in two state capitals in Northeast Brazil. Thematic analysis revealed differences in types of clinics and care provided by the physicians. The article shows that abortion in private clinics fails to guarantee safe or humane care. The narratives furnish descriptions of diverse situations and practices, ranging from flaws such as lack of information on medicines to others involving severe abuses like procedures performed without anesthesia. The article concludes that criminalization of abortion in Brazil allows clinics to operate with no state regulation; it does not prevent women from having abortions, but exposes them to total vulnerability and violation of human rights.


Subject(s)
Abortion, Induced/standards , Health Services Accessibility , Private Practice/standards , Women's Health Services/standards , Abortion, Induced/methods , Adult , Attitude of Health Personnel , Brazil , Female , Humans , Male , Middle Aged , Pregnancy , Qualitative Research , Socioeconomic Factors , Surveys and Questionnaires , Young Adult
11.
Hist Cienc Saude Manguinhos ; 23(1): 37-56, 2016.
Article in English, Portuguese | MEDLINE | ID: mdl-27008073

ABSTRACT

The article discusses abortion and miscarriage from the perspective of women admitted to a public maternity hospital in Salvador (BA), Brazil. Based on qualitative and quantitative research, it draws on participant observation of everyday hospital life. Taking an ethnographic approach, it addresses the hospital experiences of women who had miscarriages or induced abortions, also presenting the views of health professionals. It argues that the way the institution structures care for abortion and miscarriage involves symbolic processes that profoundly affect women's experiences. The discrimination against women who have had abortions/miscarriages is an integral part of the structure, organization and culture of these institutions, and does not derive solely from the individual actions of healthcare personnel.


Subject(s)
Abortion, Criminal , Abortion, Spontaneous , Attitude of Health Personnel , Professional-Patient Relations , Social Discrimination , Abortion, Criminal/psychology , Abortion, Spontaneous/psychology , Abortion, Spontaneous/therapy , Adolescent , Adult , Anthropology, Cultural , Brazil , Female , Hospitals, Maternity/organization & administration , Hospitals, Public/organization & administration , Humans , Interviews as Topic , Organizational Culture , Personnel, Hospital/psychology , Pregnancy , Prejudice , Surveys and Questionnaires , Young Adult
12.
Hist. ciênc. saúde-Manguinhos ; 23(1): 37-56, enero-mar. 2016. tab
Article in Portuguese | LILACS | ID: lil-777302

ABSTRACT

Resumo Discute o aborto pelas perspectivas de mulheres internadas em uma maternidade pública de Salvador (BA). Enfatiza a observação participante do cotidiano do hospital e descreve trabalho de campo com técnicas de pesquisa qualitativa e quantitativa. Por perspectiva etnográfica, aborda a experiência hospitalar de mulheres diante da interrupção, voluntária ou não, da gravidez e apresenta o ponto de vista dos profissionais de saúde, argumentando que a forma pela qual a instituição estrutura a atenção ao aborto e os processos de simbolização a ela imbricados afetam profundamente as experiências das mulheres. Aponta que a discriminação contra as mulheres que abortam está integrada a estrutura, organização e cultura institucionais, e não apenas a ações individuais dos profissionais.


Abstract The article discusses abortion and miscarriage from the perspective of women admitted to a public maternity hospital in Salvador (BA), Brazil. Based on qualitative and quantitative research, it draws on participant observation of everyday hospital life. Taking an ethnographic approach, it addresses the hospital experiences of women who had miscarriages or induced abortions, also presenting the views of health professionals. It argues that the way the institution structures care for abortion and miscarriage involves symbolic processes that profoundly affect women’s experiences. The discrimination against women who have had abortions/miscarriages is an integral part of the structure, organization and culture of these institutions, and does not derive solely from the individual actions of healthcare personnel.


Subject(s)
Humans , Female , Pregnancy , Adolescent , Adult , Young Adult , Abortion, Criminal , Abortion, Spontaneous , Attitude of Health Personnel , Professional-Patient Relations , Social Discrimination , Abortion, Criminal/psychology , Abortion, Spontaneous/psychology , Abortion, Spontaneous/therapy , Anthropology, Cultural , Brazil , Hospitals, Maternity/organization & administration , Hospitals, Public/organization & administration , Interviews as Topic , Organizational Culture , Personnel, Hospital/psychology , Prejudice , Surveys and Questionnaires
13.
Cad. Saúde Pública (Online) ; 32(2): e00004815, 2016.
Article in Portuguese | LILACS | ID: biblio-952258

ABSTRACT

Resumo Baseado numa investigação qualitativa desenvolvida em 2012, o artigo analisa experiências de abortos provocados de pessoas de estratos sociais médios realizados em clínicas privadas. Foram narradas 34 histórias de gravidezes interrompidas em clínicas por 19 mulheres e cinco homens, residentes em duas capitais do Nordeste brasileiro. Uma análise temática revela que existem diferentes tipos de clínicas e de atendimento prestados pelos médicos. O artigo mostra que a realização de um aborto em uma clínica privada não é garantia de um atendimento humanizado e seguro. As narrativas fornecem descrições de diversas situações e práticas, desde aquelas com algumas falhas, como a falta de informações sobre os medicamentos, até outras com abusos graves, como procedimentos realizados sem anestesia. Assim, conclui-se que a ilegalidade da prática do aborto, no Brasil, permite que as clínicas funcionem sem qualquer tipo de regulação do Estado, não impedindo que as mulheres realizem abortos, mas as expondo a situações de total vulnerabilidade e de violação dos direitos humanos.


Abstract Based on a qualitative study conducted in 2012, the article analyzes middle-class individuals' experiences with induced abortions performed in private clinics. Thirty-four stories of induced abortions were narrated by 19 women and five men living in two state capitals in Northeast Brazil. Thematic analysis revealed differences in types of clinics and care provided by the physicians. The article shows that abortion in private clinics fails to guarantee safe or humane care. The narratives furnish descriptions of diverse situations and practices, ranging from flaws such as lack of information on medicines to others involving severe abuses like procedures performed without anesthesia. The article concludes that criminalization of abortion in Brazil allows clinics to operate with no state regulation; it does not prevent women from having abortions, but exposes them to total vulnerability and violation of human rights.


Resumen En base a una investigación cualitativa, desarrollada en 2012, el artículo analiza experiencias abortivas practicadas en personas de estratos sociales medios, realizadas en clínicas privadas. 19 mujeres y cinco hombres residentes en dos capitales del nordeste brasileño narraron 34 historias de embarazo interrumpido en clínicas de estas zonas. El análisis temático revela que existen diferentes tipos de clínicas y de atención, donde ejercen su labor los médicos. El artículo muestra que la práctica de un aborto en una clínica no es garantía de una atención humanizada y segura. Las historias describen diversas situaciones y prácticas, desde aquellas con algunos fallos tales como la falta de información sobre los medicamentos, hasta otras con abusos graves como procedimientos abortivos realizados sin anestesia. Por ello, se concluye que la ilegalidad de la práctica del aborto en Brasil permite que las clínicas funcionen sin ningún tipo de regulación del Estado, lo que no impide que las mujeres realicen abortos, exponiéndolas a situaciones de total vulnerabilidad y violación de sus derechos humanos.


Subject(s)
Humans , Male , Female , Pregnancy , Adult , Young Adult , Private Practice/standards , Women's Health Services/standards , Abortion, Induced/standards , Health Services Accessibility , Socioeconomic Factors , Brazil , Attitude of Health Personnel , Surveys and Questionnaires , Abortion, Induced/methods , Qualitative Research , Middle Aged
14.
Estud. psicol. (Campinas) ; 31(3): 425-435, jul.-set. 2014. tab
Article in English | LILACS | ID: lil-725440

ABSTRACT

This paper reports a study of how babies are fed during their first year of life as practiced by families living in a low-income neighborhood of Salvador, Bahia, Brazil and served by the state's Family Health Program. Two families were followed up over a year using the Bick method for the observation of mother-infant relationships. The results showed that although the families appreciated the recommendations of health professionals regarding the need to practice exclusive breastfeeding until the child reached six months, in practice during their first few weeks of life the babies were started on complementary food in addition to breast milk. The mothers made decisions regarding feeding the babies taking into consideration the following: The opinions of a selection of relatives; food availability; ideas about what is suitable for the developing baby; and finally, their observations of the child's responses. The results show that food is part of the mutually imbricated processes of the social construction of the person and the constitution of kinship ties. The conclusion reflects on the implications of these findings for health practices...


Realizou-se um estudo sobre a alimentação durante o primeiro ano de vida em famílias que moram em um bairro de baixa renda em Salvador atendido pelo Programa de Saúde da Família. Participaram duas famílias que foram acompanhadas ao longo de um ano. Os dados foram coletados utilizando o método Bick de observação da relação mãe-bebê. A análise dos relatos das visitas teve como referência a técnica de análise de conteúdo. Os resultados evidenciam que, embora as famílias valorizem as prescrições de profissionais de saúde sobre a prática do aleitamento materno exclusivo até os seis meses, desde as primeiras semanas os bebês recebem alimentos em forma complementar ao leite materno. As decisões sobre a alimentação são tomadas pelas mães, considerando: opiniões de vários parentes, disponibilidade de alimentos, idéias sobre o que é adequado para o desenvolvimento do bebê, assim como a observação das respostas da criança. Mostra-se que a alimentação faz parte do processo de construção social da pessoa e dos laços de parentesco. Finalmente são tecidas reflexões sobre as implicações destes resultados para as práticas de saúde...


Subject(s)
Humans , Delivery of Health Care , Family , Mother-Child Relations , Nutritional Sciences
15.
Physis (Rio J.) ; 24(3): 673-692, Jul-Sep/2014.
Article in Portuguese | LILACS | ID: lil-727148

ABSTRACT

O presente trabalho tem como objetivo realizar uma reflexão conceitual sobre o cuidado. Após desenvolver uma revisão da literatura, que se detém especialmente no trabalho de Ayres, defende-se a necessidade de pensar duas grandes maneiras de compreender o cuidado na área da saúde: de um lado, o cuidado constitui um horizonte normativo que orienta as práticas de saúde; de outro, tal como é mostrado com dados etnográficos, cuidado envolve a construção cotidiana de projetos de pessoa que se dá em um marco de relações de poder. O primeiro é um conceito inspirador para a construção de boas práticas de saúde. O conceito aqui proposto nos aproxima do cotidiano, de práticas de cuidado construídas por pessoas nos mais diversos contextos. Ambos os conceitos estão ligados à perspectiva ontológica do Cuidado e são fundamentais para a construção de uma teoria geral sobre o cuidado...


This study aims to conduct a conceptual reflection on care. After reviewing the literature, with a special focus on the work of Ayres, we argue that it is necessary to think in two major ways to understand care in the sphere of health: on the one hand, care is a normative horizon that guides health practices; on the other, as we show through ethnographic discussion, care involves the daily construction of projects of the person within a framework of power relations. The former is an inspirational concept for the building of good health practices. The concept proposed here brings us closer to everyday life, to the practices of care people develop in a great diversity of contexts. Both concepts are linked to the ontological perspective of Care and are fundamental to the construction of a general theory of care...


Subject(s)
Humans , Child Care/trends , Delivery of Health Care , Integrality in Health , Public Health Practice
16.
Estud. psicol. (Campinas) ; 31(3): 425-435, July-Sept. 2014. tab
Article in English | Index Psychology - journals | ID: psi-62667

ABSTRACT

This paper reports a study of how babies are fed during their first year of life as practiced by families living in a low-income neighborhood of Salvador, Bahia, Brazil and served by the state's Family Health Program. Two families were followed up over a year using the Bick method for the observation of mother-infant relationships. The results showed that although the families appreciated the recommendations of health professionals regarding the need to practice exclusive breastfeeding until the child reached six months, in practice during their first few weeks of life the babies were started on complementary food in addition to breast milk. The mothers made decisions regarding feeding the babies taking into consideration the following: The opinions of a selection of relatives; food availability; ideas about what is suitable for the developing baby; and finally, their observations of the child's responses. The results show that food is part of the mutually imbricated processes of the social construction of the person and the constitution of kinship ties. The conclusion reflects on the implications of these findings for health practices.(AU)


Realizou-se um estudo sobre a alimentação durante o primeiro ano de vida em famílias que moram em um bairro de baixa renda em Salvador atendido pelo Programa de Saúde da Família. Participaram duas famílias que foram acompanhadas ao longo de um ano. Os dados foram coletados utilizando o método Bick de observação da relação mãe-bebê. A análise dos relatos das visitas teve como referência a técnica de análise de conteúdo. Os resultados evidenciam que, embora as famílias valorizem as prescrições de profissionais de saúde sobre a prática do aleitamento materno exclusivo até os seis meses, desde as primeiras semanas os bebês recebem alimentos em forma complementar ao leite materno. As decisões sobre a alimentação são tomadas pelas mães, considerando: opiniões de vários parentes, disponibilidade de alimentos, idéias sobre o que é adequado para o desenvolvimento do bebê, assim como a observação das respostas da criança. Mostra-se que a alimentação faz parte do processo de construção social da pessoa e dos laços de parentesco. Finalmente são tecidas reflexões sobre as implicações destes resultados para as práticas de saúde.(AU)


Subject(s)
Humans , Delivery of Health Care , Family , Mother-Child Relations , Nutritional Sciences
17.
Salud colect ; 7(3): 365-376, sept.-dic. 2011. ilus
Article in Spanish | LILACS-Express | LILACS | ID: lil-618506

ABSTRACT

En este trabajo se analiza la construcción cotidiana del parentesco en un barrio de bajos ingresos de Salvador atendido por el Programa de Salud Familiar (PSF). Fueron realizadas entrevistas y observación participante durante tres años de trabajo de campo. Encontramos que el parentesco se construye permanentemente en base a vínculos de "sangre" y de "consideración". Mostramos la comprensión que los informantes tienen sobre sus "casas" y la relación entre la "configuración de las casas" y la construcción de las relaciones de parentesco de hombres y mujeres. Analizamos cómo estas relaciones son producidas en intercambios que involucran también cuidados de salud. Reflexionamos sobre los contrastes entre la propuesta formal del PSF -que establece equivalencia entre casa y familia y enfoca sobre la conyugalidad- y lo que observamos en esta investigación. A partir de eso pensamos sobre los desafíos que la implantación del mencionado programa origina, especialmente para el trabajo de los profesionales de la salud.


This paper analyzes the everyday construction of kinship ties in a low income neighborhood of Salvador served by the Family Health Program (PSF). Interviews and participant observation were carried out during three years of field work. We found that kinship relations are constantly constructed on the basis of "blood ties" and conscious "consideration." We show the way informants understand the limits of their "houses" and the relationship between the "arrangement of houses" and the construction of kinship relations that include both men and women. We examine how these relationships are produced in exchanges that also involve caring for health. We reflect on the contrasts between the formal proposal of the PSF -which equates house with family and focuses on spousal relationships- and what we observe in this research. We then discuss the challenges that the implementation of the aforementioned program creates, especially for the work of health professionals.

18.
Psicol. soc. (Online) ; 23(3): 506-515, set.-dez. 2011. tab
Article in Portuguese | LILACS | ID: lil-624146

ABSTRACT

Realizamos um estudo etnográfico sobre o cuidado infantil no cotidiano familiar de moradores de um bairro popular de Salvador, visando integrar preocupações da psicologia com a discussão antropológica sobre pessoa. Utilizamos observação participante e entrevistas. Tomando como ponto de partida as reflexões de Ayres, defendemos que o cuidado envolve construção permanente de projetos de pessoa em um marco de relações de poder. Como resultados da pesquisa, identificamos a centralidade do trabalho cotidiano com o corpo para alcançar o objetivo de ter uma criança educada e com a natureza dominada, preocupações que são centrais na construção da pessoa. Defendemos a importância de pensar na construção social da pessoa para fortalecer uma agenda de pesquisa em psicologia que contemple a diversidade cultural.


We conducted an ethnographic study on the construction of child care in everyday family living in a poor neighborhood of Salvador, seeking to integrate concerns of psychology with the anthropological discussion about person. We used participant observation and interviews. Taking as starting point the reflections of Ayres, we argue that care involves ongoing construction of projects of person in a framework of power relations. The research results identified the centrality of the daily work with the body to achieve the goal of having an educated and nature dominated child, and these concerns are central to the construction of the person. We advocate the importance of thinking in the social construction of the person - including contributions from anthropological research - to build a research agenda in psychology that addresses cultural diversity.


Subject(s)
Humans , Male , Female , Child , Child Care , Personal Construct Theory , Family Relations , Anthropology, Cultural
19.
Psicol. Soc ; 23(3): 506-515, set.-dez. 2011. tab
Article in Portuguese | Index Psychology - journals | ID: psi-60344

ABSTRACT

Realizamos um estudo etnográfico sobre o cuidado infantil no cotidiano familiar de moradores de um bairro popular de Salvador, visando integrar preocupações da psicologia com a discussão antropológica sobre pessoa. Utilizamos observação participante e entrevistas. Tomando como ponto de partida as reflexões de Ayres, defendemos que o cuidado envolve construção permanente de projetos de pessoa em um marco de relações de poder. Como resultados da pesquisa, identificamos a centralidade do trabalho cotidiano com o corpo para alcançar o objetivo de ter uma criança educada e com a natureza dominada, preocupações que são centrais na construção da pessoa. Defendemos a importância de pensar na construção social da pessoa para fortalecer uma agenda de pesquisa em psicologia que contemple a diversidade cultural.(AU)


We conducted an ethnographic study on the construction of child care in everyday family living in a poor neighborhood of Salvador, seeking to integrate concerns of psychology with the anthropological discussion about person. We used participant observation and interviews. Taking as starting point the reflections of Ayres, we argue that care involves ongoing construction of projects of person in a framework of power relations. The research results identified the centrality of the daily work with the body to achieve the goal of having an educated and nature dominated child, and these concerns are central to the construction of the person. We advocate the importance of thinking in the social construction of the person - including contributions from anthropological research - to build a research agenda in psychology that addresses cultural diversity.(AU)


Subject(s)
Child Care , Family , Socioeconomic Factors , Anthropology, Cultural
20.
Rev Esc Enferm USP ; 44(3): 611-8, 2010 Sep.
Article in Portuguese | MEDLINE | ID: mdl-20964035

ABSTRACT

This paper discusses on the social representations of community health agents (CHAs) about drug use as part of a qualitative, ethnographic study with data collected by means of a set of research techniques among health professionals including 22 CHAs in a basic health unit in Salvador, Bahia (Brazil) from January, 2006 to January, 2007. The Theory of Social Representations was adopted as the theoretical framework whereas gender was the chosen analytical category. CHAs were found to recognize the women's proximity and participation in the drug phenomenon in the community where they live and act, although they take no professional measures towards such an issue. Their social representations were shown to reproduce stereotypes and prejudices towards drug users and drug use, especially gender- and social class-related, while highlighting the invisibility of drug use as a health problem for the population under study.


Subject(s)
Community Health Workers , Social Perception , Substance-Related Disorders , Humans
SELECTION OF CITATIONS
SEARCH DETAIL
...