ABSTRACT
Nas décadas de 80 e 90 assistiu-se a campanhas maciças na mídia, advertindo quanto ao perigo das doenças sexualmente transmissíveis, principalmente a AIDS, e indicando uma forma de praticar o "sexo seguro" através do uso do preservativo. Näo usar proteçäo soava como se contaminar com doença mortal. No entanto, näo sabemos o quanto esta forma de atuar foi (e é) efetiva. Com a finalidade de verificar se a informaçäo incorporada (usar preservativo) foi (e é) realmente praticada, e saber se há compatibilidade entre discurso e prática quanto ao uso do dispositivo. Realizamos pesquisa utilizando para tal, um questionário composto de 9 perguntas objetivas e uma aberta, relacionadas à atitude e comportamento em relaçäo ao uso ou näo do condom. A amostra foi constituída por dois grupos, o primeiro por mulheres que freqüentam o ambulatório de ginecologia do Hospital Moncorvo Filho e o segundo formado por estudantes universitárias da Universidade Gama Filho. As razöes mais aceitas para dispensar o uso do preservativo foram: o casal estar junto há muitos anos; a mulher conhecer bem o homem; estar casada ou viver junto com o parceiro. O amor, a recusa do homem e as dificuldades na relaçäo, foram razöes fortes entre as mulheres do hospital mas bem menor entre as universitárias. Poucas mulheres deixam de considerar a camisinha na proteçäo ao contágio com a AIDS. As mulheres entrevistadas de uma maneira geral näo ignoram a importância de usar o preservativo em todas as relaçöes sexuais porém, estar instruída sobre a importância do preservativo näo determina a universalidade do seu uso. As razöes para dispensar o uso do preservativo säo emocionais e prendem-se ao comportamento do casal, sendo o juízo que a mulher faz do homem e a sua atitude perante a relaçäo do fator determinante da dispensa.
Subject(s)
Humans , Male , Female , Adolescent , Adult , Middle Aged , Condoms , Sexual Behavior , Sexuality , Sexually Transmitted DiseasesABSTRACT
A Sagrada Escritura apresenta o ato da procrição como sendo um preceito divino. Tal interpretação, porém sofreu várias transformações ao longo da história. Hoje, para cerca de 20
por cento da população humana, gerar um filho de maneira natural transformou-se em um longo e difícil processo de busca,muitas vezes infrutífero. No presente estudo, verificou-se que esse percentual tende a aumentar, à proporção que se deteriora a qualidade de vida do homem, em consequência do aumento da poluição, das doenças sexualmente transmissíveis, do stress e, principalmente, das mudanças que se têm observado em seu comportamento sexual. Atualmente, o significado de sexo para a reprodução desvinculou-se de sexo pelo prazer o que acarretou uma nova relação entre disfunção sexual e fertilidade. O número de casais que recorrem `a Medicina para poderem conceber um filho cresce a cada dia. Com o aprimoramento do controle natal pelas modernas tecnologias de reprodução assistida, fecundação artificial e contracepção segura, há situações nas quais não fazem mais sentido as prescrições legais e éticas tradicionais. Esse quadro é ainda mais grave pelo fato de ser a reprodução, simultaneamente, causa e efeitoa da sexualidade, já que esta última foi sempre e é ainda alvo de tabus,preconceitos e restrições. Nossa cultura ao atribuir à reprodução humana uma conotação divina, honorífica e heróica, faz do ato de ter filhos uma obrigação em vez de um resultado natural do exercício da função sexual inerente à condição biopsicossocial de todo e qualquer ser vivo, em relaçã afetiva sadia(AU)