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Article in Portuguese | Index Psychology - journals | ID: psi-57280

ABSTRACT

O objetivo do presente artigo é descrever e analisar as estratégias construídas por mulheres que buscaram o Centro de Referência em Direitos Humanos Rompa o Silêncio (Porto Alegre, RS) para lidar, enfrentar ou contestar os significados estigmatizantes associados a suas identidades de gênero ou práticas eróticas/afetos com outras mulheres. A ferramenta metodológica utilizada foi a entrevista baseada na reconstrução de trajetórias de vida e foram entrevistadas 9 mulheres que haviam acessado o Centro de Referência em 2007. As análises estão divididas em dois eixos temáticos: a) percepções sobre a homofobia na perspectiva das mulheres e b) estratégias de enfrentamento cotidianas e o sentido da busca pela formalização da denúncia e reivindicação de direitos. O material permitiu compreender que as entrevistadas percebem a discriminação e o preconceito como resultado de uma extrapolação dos limites das convenções de gênero. Nesse sentido, acreditam que a homossexualidade masculina e as mulheres que possuem estilos “mais masculinos” estão mais propensos/as a sofrer discriminações. De acordo com elas, a perspectiva de uma maior “aceitação” das relações homoeróticas entre mulheres ocorre na articulação entre estilos mais próximos dos padrões de feminilidade vigentes, bem como por uma apropriação do homoerotismo feminino por parte do fetiche masculino. Quanto às estratégias de enfrentamento, foram encontradas tanto formas de manter identidades “discretas” como modos mais combativos, baseados em uma “subjetivação militante”. De modo geral, as entrevistadas consideram os tempos atuais melhores, devido, segundo elas, mais à atuação do movimento social do que aos aparelhos de proteção e políticas públicas estatais.(AU)


This article’s goal is to describe and analyze the strategies constructed by women that searched for Human Rights Reference Center “Rompa o silêncio” (Porto Alegre, RS) in order to deal, confront or contest stigmatizing representations associated to their gender identities or erotic practices/affections with other women. The methodological tool used was based on life trajectories interviews and 9 women that accessed the Reference Center in 2007. Analysis is divided in two thematic axes: a) homophobia perception in women’s point of view; b) Quotidian coping strategies and attributed meanings for formalizing plaints and rights vindication. The research material allowed understanding that the interviewees comprehend discrimination and prejudice as the result of gender conventions’ extrapolation. In this sense, they believe that gay men and more masculinized women are more vulnerable to discrimination. According to them, the acceptance of homoerotic relations between women occurs when gender expressions are closer to acceptable feminine patterns, as well as an appropriation by masculine fetish. Regarding the coping strategies, we found both forms of keeping a “discrete” identity as well as more combative ways linked to a “militant subjectification”. In general, the interviewees consider contemporary times better, related more to social movements actions than the government protection apparatus.(AU)


Lo objetivo de este artículo es describir y analizar las estrategias construidas por mujeres que procuraran lo Centro de Referencia en Derechos Humanos “Rompa o Silêncio” (Porto Alegre, RS) como forma de lidiar, confrontar o contestar los significados estigmatizantes asociados a sus identidades de genero o practicas eróticas/afectuosas con otras mujeres. La herramienta metodológica utilizada se baso en la entrevista de reconstrucción de las trayectorias de vida, 9 mujeres que procuraran el Centro fueran entrevistadas. La análisis se dividió en dos ejes temáticos: a) la percepción de la homofobia por parte de la mujeres; b) las formas de enfrentamiento y los significad os atribuidos para la formalización de la quejas y la reivindicación de derechos. Lo material de investigación permitió de comprehender que las entrevistadas ven la discriminación y el prejudicio como resultado de una extrapolación de las convenciones de género. En este sentido, perciben que los hombres gais y las mujeres masculinizadas son más vulnerables a la discriminación. De acuerdo con ellas l a aceptación de las prácticas homoeróticas entre mujeres ocurre en articulación con expresiones de género mas cerca de los padrones femeninos consagrados, y también cuando incorporadas por el fetiche masculino. Las estrategias de enfrentamiento van desde mantener una identidad ‘discreta’ asta formas más combativas próximas de una “subjetivación militante”. En general, las entrevistadas consideran que es mejor vivir hoy, y que las transformaciones están más asociadas a la acción de los movimientos sociales que a las políticas publicas.(AU)

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