ABSTRACT
O flutter atrial é uma arritmia cardíaca do grupo das taquiarritmias supraventriculares (TSV), com prevalência estimada de 85:100.000 habitantes e surge, frequentemente, nos atendimentos de urgência clínica. Pode se manifestar por frequências atriais de 220 a 360 bpm, com episódios durando de segundos a horas. Sua apresentação clínica varia de forma oligossintomática até lipotímia, principalmente quando a frequência ventricular é alta, com risco de lesão miocárdica. Associa-se, em geral, a doenças cardíacas prévias ou a condições sistêmicas como a tireotoxicose. Ocorre de forma aroxística ou crônica, revestindo-se, algumas vezes, de grande dificuldade no diagnóstico diferencial com outras TSV. O controle do flutter atrial utiliza métodos de controle da frequência cardíaca e de cardioversões farmacológica e não farmacológica, cuja escolha baseia-se, principalmente, nas condições clínicas do paciente. Este artigo objetiva estabelecer os critérios atuais para a abordagem do flutter atrial e sua diferenciação com outras TSV.
Atrial flutter is a cardiac arrhythmia which is part of the Supraventricular Tachyarrhythmia (STs) group the estimated prevalence of 85 cases per 100,000 people, and appears frequently in the urgent care clinic. The arrhythmia can manifest atrial frequencies from 220 to 360 bpm with episodes that may last from seconds to hours. Furthermore, its clinical presentation varies from oligossymptomatic forms to presyncopes, mainly with high ventricular response, when there is significant risk of myocardial damage. It is in general associated to previous cardiac or systemic conditions (e.g. thyrotoxicosis). It occurs either in paroxysmal or chronicle forms, sometimes with great difficulty for differential diagnosis with other STs. The atrial flutter control uses methods of heart rate control and pharmacological or non-pharmacological cardio version, whose choice is based primarily on the patients clinical conditions. This article aims to gathering information that would provide the current criteria for the approach of atrial flutter regarding its accurate diagnosis and its differentiation from other STs.
Subject(s)
Humans , Atrial Flutter/diagnosis , Emergency Medical Services , Electric Countershock , Atrial Flutter/epidemiology , Atrial Flutter/etiologyABSTRACT
O flutter atrial é uma arritmia que ocorre predominantemente em portadores de cardiopatia. Este artigo relata o caso de paciente portador de cardiopatia reumática com duas trocas de valvas (aórtica e mitral), a última delas ocorrida há 10 anos, com palpitações e congestão sistêmica. A suspeição inicial foi de taquicardia paroxística supraventricular (TPSV), tendo sido tentada a cardioversão com adenosina, sem sustentação. O eletrocardiograma (ECG) foi revisto, e o diagnóstico estabelecido foi de flutter atrial. A cardioversão elétrica foi realizada nove dias após sua admissão, tendo sido obtida a sustentação do ritmo sinusal.
Atrial flutter is an arrhythmia that occurs predominantly in patients with previous heart disease. This article reports the case of a patient with rheumatic heart disease and with two exchanged valves, the aortic and mitral, and the last exchange procedure took place ten years ago, with the placement of metallic prostheses. The first diagnosis was paroxysmal supraventricular tachycardia (PSVT) and it was attempted cardioversion with adenosine, without success. The electrocardiogram (ECG) was revised and atrial flutter was diagnosed. Electrical cardioversion was performed after 9 days in hospital, and the rhythm was sustained.