ABSTRACT
De 90 hamsters primíparas com 80 a 120 gramas de peso vivo, 75 foram inoculadas com a dose individual de 0,5 ml de estirpe virulenta do sorotipo pomona (30 a 40 leptospiras ativas por campo microscópico, no aumento de 200 vezes) e as 15 remanescentes constituíram o grupo testemunho näo infectado. Todos os animais tratados com leptospiras apresentaram os sinais da infecçäo (prostraçäo, taquipnéia, eriçamento do pelame, icterícia e hemorragias nasal, bucal e perineal) e foram sacrificados por ocasiäo da fase agônica da doença, situada entre o quarto e o sétimo dia da inoculaçäo. Nesta oportunidade, os ovários foram colhidos em condiçöes assépticas e submetidos à técnica de visualizaçäo de leptospiras (exame direto em microscopia de campo escuro, coloraçäo argêntica de Levaditi e reaçäo de imunofluorescência direta), cultivo em meio de Fletcher e exame histopatológico (coloraçäo de hematoxilina e eosina). A ocorrência de uma possível contaminaçäo estabelecida durante a retirada dos ovários foi investigada através da lavagem em soluçäo salina tamponada estéril. As leptospiras foram demonstradas em todos os ovários do grupo de animais experimentalmente inoculados (lavados e näo lavados), através da coloraçäo de Levaditi, reaçäo imunofluorescência direta e também no cultivo em meio de Fletcher. O exame direto em microscopia de campo escuro mostrou ser uma técnica muito pouco sensível. O exame das preparaçöes submetidas à coloraçäo argêntica possibilitou a visualizaçäo de leptospiras em diferentes estruturas dos ovários, incluindo: o interstício, a zona pelúcida e o interior dos óvulos. Os exames histopatológicos permitiram observar as alteraçöes morfológicas típicas de um processo inflamatório agudo em 57 por cento dos ovários examinados