ABSTRACT
Objetivo: O presente estudo teve por objetivo verificar a presença do anticorpo anticardiolipina (AAC) em pacientes portadores do mal de Hansen (MH) na população do Sul do Brasil com doença não tratada e durante o primeiro ano de tratamento, correlacionando os títulos deste auto-anticorpo com os títulos de antiglicolipídeo fenólico 1 (anti-PGL-1), os quais refletem a atividade da doença infecciosa. Estudou-se também a possível associação entre a presença do anticorpo anticardiolipina nesses pacientes e a presença do fator antinuclear (FAN). Pacientes e métodos: Analisou-se o soro de 40 indivíduos normais (doadores de sangue e de 158 pacientes portadores de MH (132 com a forma paucibacilar e 26 com a forma multibacilar) para AAC, FAN, anti-PGL-1 antes do tratamento e no terceiro, sexto e décimo segundo mês após instituição da terapêutica específica. Resultados e conclusões: O AAC estava presente em 8,34 por cento dos pacientes paucibacilares, em 80,77 por cento dos pacientes multibacilares não tratados e em nenhum dos pacientes normais. Não se encontrou redução da positividade do AAC durante o priemiro ano de tratamento, cuja efetividade se comprovou pela redução de anti-PGL-1. Isso sugere que a presença do AAC não está ligada à atividade da doença infecciosa. Três pacientes multibacilares e nenhum dos pacientes paucibacilares tinham FAN positivo. Embora não existisse associação entre a positividade do FAN e do AAC, todos os pacientes FAN positivos tinham altos títulos de anticorpos anticardiolipina