ABSTRACT
Aborda-se o conceito de Responsabilidade Social da Educação Superior (RSES) à luz das Conferências Mundiais sobre a Educação Superior de 1998 e 2009, promovidas pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). Embora, em 1998, essa organização se tenha oposto às teses do Banco Mundial, defendendo a responsabilidade do Estado pelo Ensino Superior, passada uma década, a Unesco passa a incorporar e aceitar, como válidos, princípios neoliberais aplicados à Educação Superior, valorizando o conceito de RSES enquanto princípio ético que tenta equilibrar-se na tensão entre a educação como direito humano e como serviço comercial. O neoliberalismo avança no campo da hegemonia, do consenso; a Unesco se metamorfoseia, adaptando-se ao que parece ser irreversível: a vitória da educação como serviço comercial no marco da Organização Mundial do Comércio, levantando, como nova bandeira, o combate às "fábricas de diplomas".
The concept of Social Responsibility of Higher Education (SRHE) is discussed in the light of the World Conferences on Higher Education of 1998 and 2009, which were promoted by the United Nations Educational, Scientific and Cultural Organization (Unesco). In 1998, Unesco was opposed to World Bank theses and defended the State's responsibility for higher education. However, one decade later, it has incorporated and accepted neoliberal principles as valid for application to higher education. Thus, the SRHE concept has been enriched as an ethical principle that seeks to balance tensions between education as a human right and as a commercial service. While neoliberalism moves forward in the fields of hegemony and consensus, Unesco has metamorphosed to adapt to what seems to be irreversible: the victory of education as a commercial service in the molds of the World Trade Organization. A new flag has been raised: the fight against "diploma factories".
Tráta-se del concepto de Responsabilidad Social de la Educación Superior (RSES) a la luz de las Conferencias Mundiales sobre Educación Superior de 1998 y 2009, promovidas por la Organización de las Naciones Unidas para la Educación, la Ciencia y la Cultura (Unesco). Aunque en 1998 esta organización se opuso a las tesis del Banco Mundial, defendiendo la responsabilidad estatal por la enseñanza superior, pasada una década, la Unesco incorporó y aceptó como válidos principios neoliberales en la educación superior, valorizando la RSES como principio ético que intenta equilibrarse en la tensión entre el concepto de educación como derecho humano y como servicio comercial. El neoliberalismo avanza en el campo de la hegemonía, del consenso; la Unesco se metamorfosea, adaptándose a lo que parece irreversible: la victoria de la educación como servicio comercial en la Organización Mundial del Comercio, levantando como nueva bandera el combate a las "fábricas de diplomas".