ABSTRACT
A ocorrência de fluorose em graus mais leves tem sido considerada tolerável pelas autoridades de saúde pública. Entretanto, pouca importância é dada à opinião de pais e crianças sobre o comprometimento estético da fluorose dentária. O objetivo deste estudo é analisar a percepção de pais quanto à estética dos dentes dos filhos portadores de fluorose. Foi realizado um exame clínico em 429 crianças de 6 a 12 anos da Escola Municipal Levindo Lopes, bairro Alto Paraíso, Belo Horizonte (MG). A prevalência de fluorose dentária foi de 31,2%. Assim, 131 pais de crianças portadoras de fluorose responderam a um questionário sobre sua percepção quanto às manchas nos dentes dos filhos, abordando a questão estética e o impacto que estas poderiam causar na vida social das crianças. Esta pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UFMG pelo Parecer n° ETIC 119/00. Cerca de 50% do total de pais, 56,7% pais dos meninos e 45,1% pais de meninas, notaram manchas nos dentes das crianças. Dos pais que notaram manchas nos dentes dos filhos, a maioria considerou-as prejudiciais às crianças, mesmo em graus menos graves de fluorose (72,2% do total dos pais). A maioria dos pais associou as manchas à cárie (19,7%), dor (7,6%) ou mau hálito (9,1%); e 12,1% dos pais consideraram as manchas prejudiciais as crianças porque eram anti-estéticas. Conclui-se que as manchas de fluorose, mesmo em graus mais leves, são percebidas por pessoas leigas, e que, na maioria das vezes, alas as julgam prejudiciais as crianças. Observa-se ainda que os pais conhecem pouco sobre as conseqüências da fluorose dentária