ABSTRACT
Abstract Introduction Electrophysiological evidence has reinforced the hypothesis that stuttering is associated with a deficit in modulation of the cortical auditory system during speech planning, contributing to an inefficient auditory feedback monitoring and, consequently, resulting in disfluencies. Objective To verify the impact of auditory feedback modifications on the spontaneous speech of individuals with stuttering. Methods Sixteen individuals, of both genders, aged 8-17 years and 11 months, with a diagnosis of persistent neurodevelopmental stuttering, were divided into two groups: Moderate Stuttering Group and Severe Stuttering Group. The testing procedures consisted of three stages: collection of identification data, audiological assessment and fluency evaluation of spontaneous speech in four auditory feedback conditions (non-altered, delayed, masked and amplified). The speech sample obtained in the non-altered feedback was considered the control; the others were considered as modified listening conditions. Results Regarding the stuttering-like disfluencies, a statistically significant difference was observed in the intragroup analysis of the Moderate Stuttering Group between non-altered and masked auditory feedback (p = 0.042), as well as between non-altered and amplified (p = 0.042). There was a statistically significant difference in the Severe Stuttering Group for all auditory feedback modifications in relation to the non-altered (delayed p = 0.012, masked p = 0.025 and amplified p = 0.042). There was also a reduction in flows of syllables and words-per-minute in the Moderate Stuttering Group for the delayed auditory feedback, as compared to non-altered (p = 0.017 and p = 0.025, respectively). Conclusion The effect of delayed auditory feedback was favorable for the Severe Stuttering Group, promoting speech fluency. The conditions of masked and amplified auditory feedback resulted in speech benefits in both groups, decreasing the number of stuttering-like disfluencies. The speech rate was not impaired by any listening condition analyzed.
Resumo Introdução Evidências eletrofisiológicas têm reforçado a hipótese de que a gagueira está associada a um déficit na modulação do sistema auditivo cortical durante o planejamento da fala, o que contribui para um monitoramento ineficiente da retroalimentação auditiva e, consequentemente, resulta em disfluências. Objetivo Verificar o impacto das modificações da retroalimentação auditiva na fala espontânea de indivíduos com gagueira. Método Participaram 16 indivíduos de ambos os sexos, na faixa de 8 a 17 anos e 11 meses, com diagnóstico de gagueira neurodesenvolvimental persistente, divididos em dois grupos: grupo de gagueira moderada e grupo de gagueira grave. Os procedimentos constaram de três etapas: coleta dos dados de identificação, avaliação audiológica e avaliação da fluência da fala espontânea em quatro condições de retroalimentação auditiva (habitual, atrasada, mascarada e amplificada). A amostra de fala obtida na retroalimentação habitual foi considerada controle; as demais foram consideradas como condições de escuta modificadas. Resultados Com relação às disfluências típicas da gagueira, na análise intragrupo do grupo de gagueira moderada, observou-se diferença estatisticamente significante entre a retroalimentação auditiva habitual e a mascarada (p = 0,042); assim como entre a habitual e a amplificada (p = 0,042). No grupo de gagueira grave, houve diferença estatisticamente significante em todas as modificações de retroalimentação auditiva em relação à habitual (atrasada p = 0,012; mascarada p = 0,025 e amplificada p = 0,042). Verificou-se, ainda, redução dos fluxos de sílabas e de palavras por minuto no grupo de gagueira moderada na retroalimentação auditiva atrasada, quando comparada com a habitual (p = 0,017 e p = 0,025; respectivamente). Conclusão O efeito da retroalimentação auditiva atrasada foi favorável para o grupo de gagueira grave, pois promoveu a fluência da fala. As condições de retroalimentação auditiva mascarada e amplificada ocasionaram benefícios na fala espontânea de ambos os grupos, diminuíram a quantidade de disfluências típicas da gagueira. A velocidade de fala não foi prejudicada por nenhuma condição de escuta analisada.
Subject(s)
Humans , Male , Female , Stuttering , Auditory Perception , Speech , Feedback , Feedback, SensoryABSTRACT
RESUMO Objetivo Analisar e comparar os parâmetros da fluência na fala espontânea e leitura a compreensão de leitura de escolares que gaguejam com fluentes. Método Estudo transversal e prospectivo aprovado pelo Comitê de Ética da Instituição. Amostra composta por 30 escolares com idade entre 8 e 11 anos e 11 meses divididos em dois grupos: Grupo Pesquisa com 15 escolares com gagueira, Grupo Controle com 15 escolares fluentes. Os participantes foram submetidos à avaliação da fluência da fala espontânea, leitura dos textos expositivo e narrativo, e avaliação da compreensão de leitura. A análise estatística inferencial foi realizada por meio dos testes de Mann-Whitney e para análise de correlação foi utilizado o teste de Coeficiente de Spearman. Resultados A comparação entre os parâmetros da fluência indicou que escolares com gagueira manifestaram maior quantidade de disfluências típicas da gagueira, enquanto os fluentes mostraram maiores fluxos de sílabas e de palavras por minuto, na fala espontânea e na leitura. Em relação à compreensão de leitura, escolares com gagueira apresentaram desempenho inferior ao fluentes, em ambos os textos. Não houve associação entre a frequência de disfluências e compreensão de leitura, nos escolares com e sem gagueira. Conclusão Escolares com gagueira apresentaram prejuízos quanto à compreensão de leitura quando comparados à fluentes, porém não houve associação entre a frequência de disfluências com a compreensão de leitura em ambos os grupos. Sugere-se que a compreensão da leitura seja avaliada e se necessário trabalhada a fim de reduzir as consequências da gagueira e favorecer aprendizagem deste escolar.
ABSTRACT Purpose To analyze and to compare fluency parameters in spontaneous speech and reading and reading comprehension of school-age children who stutter and who do not stutter. Methods Cross-sectional and prospective study approved by the Research Ethics Committee. Sample consisted of 30 scholars aged 8 and 11 years and 11 months divided into two groups: Study Group with 15 school-age children who stutter, Control Group with 15 school-age children who do not stutter. Participants underwent fluency evaluation of spontaneous speech, reading of expository and narrative texts, and reading comprehension evaluation. Inferential statistical analysis was conducted using the Mann-Whitney tests and correlation analysis was conducted using the Spearman's Coefficient test. Results The comparison between the fluency parameters indicated that school-age children who stutter showed a greater amount of stuttering-like disfluencies, while school-age children who do not stutter showed longer flows of syllables and words per minute, in spontaneous speech and reading. Regarding reading comprehension, school-age children who stutter had lower performance than school-age children who do not stutter in both texts. There was no association between the frequency of disfluencies and reading comprehension in school-age children who stutter and who do not stutter. Conclusion School-age children who stutter showed impairments in reading comprehension when compared to fluent, since there was no association between the frequencies of disfluencies with reading comprehension for both groups. It is suggested that reading comprehension be evaluated and, if necessary, improved in order to reduce the consequences of stuttering and provide learning of this school-age children.