ABSTRACT
Numa acepção comum, a evocação da barbárie moderna é sempre ligada a uma semântica da regressão. Isso remete à sua manifestação emblemática: o nazismo. A clínica freudiana opera um rearranjo dessa montagem. Com sua teoria das pulsões, Freud constrói uma representação descentrada do psiquismo. Esse descentramento recoloca entre barbárie e civilização, mas não na lógica da mútua exclusão, da qual as duas noções foram construídas. As conseqüências epistemológicas da clínica freudiana descartam a idéia de uma involução bárbara. A barbárie não seria pensada como um acidente regressivo, descolado do vetor linear temporal de uma maturação cultural. Desse modo, pode-se deslocar uma parte do enigma do nazismo para outro: o processo de facilitação, através do qual a hybris de paixões mortíferas de destrutibilidade invade a ordem societal ordinária, civilizada e moderna. O autor interroga alguns signos contemporâneos de um possível e vindouro evento bárbaro (AU)
ABSTRACT
La lente et constante installation du discours de la science, en lieu et place de religion, se fait concommitoirement avec le dessin en pointillé d'une science dont les implicites lui composent un profil inattendu d'agent chosificateur de l'humain. Notamment dans ses versants biologiques. L'auteur propose d'identifier de quoi elle participe dans le Malaise dans la civilisation actuel, en se faisant, dans les versions contractuelles de l'offre du marché démocratique, le receptacle el le véhicule de cette chosification intra-humaine (AU)
ABSTRACT
Durante muito tempo, na literatura psicanalítica, o texto de S. Freud Psicologia de grupo e análise do ego parecia o mais indicado para nos servir de guia para compreender este não-pensado que foi o acontecimento nazista. O autor aqui convida a uma outra abordagem. Partindo de O mal-estar na civilização e do alerta freudiano sobre a questão da agressividade, ele propõe que se tente identificar o código criminal, o traço bárbaro do nazismo, buscando as homologias estruturais entre o mundo do crime (gangsters, máfias, sociedade dos amigos do crime - Sade) e o nazismo. A partir de seus modus operandi e de suas maneiras de ser no mundo.
Longtemps, dans la littérature psychanalytique, le texte de S. Freud "Psy-chologie des masses et analyse du moi" semblait le plus apte à nous servir deguide pour attraper ce non-pensé que fut l'événement nazi. L'auteur, ici,invite à une autre approche. Partant de Malaise dans la Culture et de l'alertefreudienne sur la question de l'agressivité il propose d'aller identifier le "chi-ffre criminel", le "trait barbare" du nazisme, en dégageant les homologiesstructurales entre monde du crime (gangsters, mafias, "société des amis ducrime" sadienne) et nazisme. À partir de leurs modus operandi et leurs ma-nières "d'être au monde".Mots-clé: Mafias; Nazisme; Heroïsation de la violence; Trait barbare.
Subject(s)
Psychoanalysis , ViolenceABSTRACT
Durante muito tempo, na literatura psicanalítica, o texto de S. Freud Psicologia de grupo e análise do ego parecia o mais indicado para nos servir de guia para compreender este não-pensado que foi o acontecimento nazista. O autor aqui convida a uma outra abordagem. Partindo de O mal-estar na civilização e do alerta freudiano sobre a questão da agressividade, ele propõe que se tente identificar o código criminal, o traço bárbaro do nazismo, buscando as homologias estruturais entre o mundo do crime (gangsters, máfias, sociedade dos amigos do crime - Sade) e o nazismo. A partir de seus modus operandi e de suas maneiras de ser no mundo. (AU)