ABSTRACT
Em 2004, a Pesquisa de Conhecimentos, Atitudes e Práticas da População Brasileira (PCAP) mostrou que entre indivíduos de 15 a 54 anos de idade, no Estado de São Paulo, 1,3% dos homens eram usuários de drogas injetáveis (UDI), 3,9% eram homens que fazem sexo com homens (HSH) e 89% eram heterossexuais. Entre as mulheres, 0,7% eram UDI e 90,3% heterossexuais. Os dados permitiram estimar essas populações específicas e calcular as taxas de incidência (TI) por categoria de exposição ao HIV. Este estudo estimou as TI de aids no Estado, de 1998 a 2005, e os riscos relativos de desenvolver a doença nas principais categorias de exposição: HSH, UDI masculino e UDI feminino, heterossexuais masculinos e femininos, na faixa de 15 a 49 anos de idade. Foram utilizadas três fontes de dados: Sinan Aids, população calculada pela Fundação Seade e PCAP. Para o cálculo dos denominadores, considerou-se que não houve alteração do comportamento, no período analisado, utilizando-se as mesmas proporções do PCAP 2004. As TI entre os UDI em 1998 foram as mais altas em homens e mulheres (1.735 e 614,8 por 100.000 habitantes, respectivamente), seguidos pelos HSH (450,4) e heterossexuais (22,7 nos homens). O risco relativo para UDI masculino foi 76,3 mais alto que os homens heterossexuais, em 1998. Todas as TI diminuíram de 1998 a 2005, mas a epidemia continua concentrada em grupos específicos (UDI e HSH)