Comportamento do mercado de trabalho brasileiro em duas recessões: análise do período 2015-2017 e da pandemia de Covid-19

Este estudo procura analisar os ajustes do mercado de trabalho em meio a essas duas retrações, tentando estabelecer similaridades e diferenças entre os ajustes observados nas crises anterior e mais recente. Para tanto, serão usados diversos indicadores de trabalho, construídos a partir da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), da Secretaria Especial de Previdência e Trabalho (SEPRT), e da Relação Anual de Informações Sociais (Rais), também produzida por essa secretaria.

A evolução do emprego setorial em 2020: quão heterogêneo foi o tombo entre os setores? / Mercado de Trabalho: A evolução do emprego setorial em 2020: quão heterogêneo foi o tombo entre os setores?

Nesta nota, analisamos os efeitos das medidas de contenção da pandemia sobre o nível do emprego ao nível setorial até maio de 2020. Para tanto, lançamos mão dos registros administrativos de admissões e desligamentos do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), dos pedidos do seguro-desemprego e das informações de abertura de empresas disponíveis para o estado de São Paulo, fontes que são restritas ao setor formal, e da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), para incorporar o segmento informal da economia. As informações sobre o setor formal indicam uma forte retração no nível do emprego em que a queda das taxas de admissão dita o ritmo. Os setores de comércio, construção e alimentação e alojamento são os mais afetados nesse universo, tanto pelo Caged como pelos dados de seguro-desemprego e de abertura de empresas. Já a PNAD Contínua, além de reforçar essas constatações, revela as atribulações da categoria de serviços domésticos, marcados por vínculos informais.

PNAD COVID-19: divulgação de 16/10/2020: principais destaques / Mercado de Trabalho: PNAD COVID-19: Divulgação de 16/10/2020: Principais destaques

De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Covid-19, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), referente à semana de 20 a 26 de setembro ­ 20a semana da pesquisa ­, a trajetória de recuperação do mercado de trabalho permaneceu basicamente inalterada em relação às semanas anteriores. Os efeitos diretos da pandemia sobre o mercado de trabalho continuam a arrefecer ­ conforme sinalizado pela tendência de diminuição do número de pessoas afastadas do trabalho devido ao distanciamento social e pela redução do contingente de pessoas fora da força de trabalho que gostariam de trabalhar, mas não procuraram emprego por conta da pandemia ­, mas de forma muito gradual. O nível de ocupação vem recuperando-se lentamente, mas ainda é muito baixo. Por sua vez, o aumento da participação na força de trabalho vem pressionando a taxa de desocupação, que continua em tendência de elevação. Assim, ainda que a evolução da Covid-19 permita a continuidade do processo de retorno paulatino a certo grau de "normalidade" no funcionamento das atividades econômicas no Brasil, os efeitos adversos da crise no mercado de trabalho tendem a persistir durante algum tempo.

Desigualdade de rendimentos no Brasil nas décadas de 80 e 90: evoluçäo e principais determinantes / Inequality of income in Brazil in the 80s and 90s: evolution and principal determinants

Relata que o grau de desigualdade vigente na sociedade brasileira vem ocupando lugar de destaque na agenda sociopolítica do país, e que a demanda por políticas públicas destinadas a diminuir as disparidades é intensa e crescente. Busca contribuir para a concepçäo de iniciativas dessa natureza através da identificaçäo dos principais determinantes da assimetria da estrutura de rendimentos no mercado de trabalho. Relata como resultado principal a heterogeneidade educacional junto com os diferenciais de remuneraçäo associados à escolaridade como sendo os principais responsáveis tanto para explicar a desigualdade de rendimentos quanto a sua elevaçäo no período analisado. Observa que elementos de discriminaçäo e segmentaçäo também se revelaram importantes.

Nível de bem-estar social no Brasil metropolitano: uma comparação inter-regional / Level of social welfare in metropolitan Brazil: a inter-regional comparation

Com base nas informações da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), tem como objetivo proceder à comparação do nível de bem-estar social entre dez regiões metropolitanas brasileiras, entre 1992 e 1996, assim como avaliar a evolução do bem-estar em cada região no ínicio desta década. (AU)

Nível de bem-estar social no Brasil metropolitano: uma comparaçäo inter-regional / Level of social welfare in metropolitan Brazil: a inter-regional comparation

Com base nas informações da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), tem como objetivo proceder à comparação do nível de bem-estar social entre dez regiões metropolitanas brasileiras, entre 1992 e 1996, assim como avaliar a evolução do bem-estar em cada região no ínicio desta década.

Poverty in Brazil in the 80s

Study the effects of the macroeconomic settings on social welfare, particularly on what concerns to poverty and indigence matters. Investigates the evolution of poverty and indigence in Brazil throughout the entire previous decade, trying to identify the most hardly poverty-stricken social-demographic groups, and attempting to offer a crude measure of the amount of resources to be committed if one wants to eradicate poverty in urban Brazil

A distribuiçäo de rendimentos no Brasil: 1976/85 / The distribution of revenue in Brazil: 1976/85

Faz uma análise da distribuiçäo de renda no Brasil entre 1976 e 1985. Tem por objetivo investigar os mecanismos econômicos responsáveis pelas mudanças na desigualdade que aconteceram nesse período. Procura averiguar em que medida o desempenho econômico do país pode ter afetado essas mudanças. Argumenta que uma parte do impacto, pode ser atribuída ao ciclo econômico e outra parte deve-se às mudanças estruturais ocorridas na economia brasileira no início da década anterior. Conclui näo ser possível estabelecer a priori a combinaçäo destas três forças - efeitos composiçäo, cíclico e estrutural - que seria mais plausível de se trazer à tona pelo crescimento econômico no caso geral: o tipo de estratégia de desenvolvimento adotado e as políticas macroeconômicas subjacentes säo fundamentais para a questäo distributiva. Observa que näo se deve descartar a possibilidade de satisfaçäo simultânea de metas de justiça social e de eficiência econômica.

Mobilidade de renda no Brasil: 1981/1989 / Income in Brazil: 1981/1989

Acredita ser da mais alta relevância discutir e avaliar a contribuiçäo do processo de mobilidade de renda para a maximizaçäo do bem-estar social. Investiga em que medida elevados níveis de mobilidade podem efetivamente contribuir para neutralizar tanto baixos níveis de renda "per capita" quanto elevados níveis de desigualdade. Avalia se, de fato, o grau de mobilidade na sociedade brasileira é elevado.

Educaçäo, desigualdade de renda e ciclo econômico no Brasil / Education, inequality of income and economic cycle in Brazil

Procura entender a mecânica redistributiva no Brasil. Contempla a relação entre escolaridade e desigualdade de salários, através da inspeção do comportamento dos diferenciais de salário entre mão-de-obra qualificada e não-qualificada ao longo do ciclo econômico de curto prazo. Verifica se parte da flutuação nesta desigualdade é de caráter efêmero e deve ser desconsiderada em discussões sobre a natureza estrutural do problema. Identifica mecanismos distintos de contribuição da educação para o bem-estar individual. Contempla o período entre 1976 e 1985.