ABSTRACT
RACIONAL: O câncer do esôfago ainda constitui neoplasia de difícil tratamento e de prognóstico muito ruim. OBJETIVO: Comparar a resposta do tratamento exclusivo com teleterapia isolada versus teleterapia associada à braquiterapia endoluminal de doentes portadores de carcinoma espinocelular avançado do esôfago. MÉTODO: Foram estudados 49 doentes portadores de carcinoma espinocelular avançado do esôfago médio em estádio clínico III (TNM). Os doentes foram divididos em dois grupos de doentes. O primeiro grupo foi submetido à teleterapia exclusiva com acelerador linear de partículas, dose média de 6000 cGy e o segundo à teleterapia na dose de 5040 cGy associada à braquiterapia endoluminal com Iridium 192 na dose de 1500 cGy. A braquiterapia foi iniciada uma a duas semanas após o término da teleterapia e dividida em três aplicações semanais de 500 cGy. Foram avaliadas as variáveis idade, sexo, raça, hábitos (tabagismo e etilismo), índice de massa corpórea (IMC), complicações com o tratamento, benefícios (melhora da dor e satisfação alimentar) e sobrevivência. RESULTADOS: Os resultados quanto a qualidade de vida (satisfação alimentar, paliação da disfagia e dor) foram melhores no grupo submetido à teleterapia associada a braquiterapia. A sobrevivência foi maior no grupo de teleterapia associada a braquiterapia. CONCLUSÃO: Apesar do índice de cura do câncer espinocelular do esôfago ser quase nulo quando tratado com irradiação isolada, esta terapêutica constitui-se em uma forma de tratamento paliativo para grande parte dos doentes em que existe contra-indicação cirúrgica.
BACKGROUND: Squamous cell carcinoma of the esophagus is still a difficult tumor to treat with very poor prognosis. AIM: To compare the response to teletherapy treatment (external beam radiotherapy) alone versus teletherapy combined with brachytherapy for patients with advanced squamous cell carcinoma of the esophagus. METHODS: Were studied 49 patients with advanced squamous cell carcinoma of the esophagus on clinical stage III (TNM-1999). They were separated into two groups. The first, underwent radiation therapy alone with linear accelerator of particles, average dose of 6000 cGy and the second to external beam radiation therapy at a dose of 5040 cGy combined with brachytherapy with Iridium 192 at a dose of 1500 cGy. Brachytherapy started one to two weeks after the end of teletherapy, and it was divided into three weekly applications of 500 cGy. Age, gender, race, habits (smoking and drinking), body mass index (BMI), complications with treatment benefits (pain relief and food satisfaction) and survival were analyzed. RESULTS: The quality of life (food satisfaction, and pain palliation of dysphagia) were better in the group treated with external beam radiation therapy combined with brachytherapy. Survival was higher in the brachytherapy combined with external beam radiation therapy alone. CONCLUSION: Although the cure rate of squamous cell cancer of the esophagus is almost nil when treated with irradiation alone, this therapy is a form of palliative treatment for most patients in whom surgical contraindication exists.