As doenças crônicas não transmissíveis sob a ótica de um projeto de extensão universitária: um relato de experiência / Chronic non-communicable diseases from the perspective of a university extension project: an experience report

Consideradas o maior problema global de saúde, as doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) são a causa de grande parte das morbimortalidades no Brasil atualmente e possuem fatores de risco comuns, o que possibilita uma abordagem preventiva semelhante. Sabendo que a escola é um local fundamental para promoção em saúde, este artigo tem como objetivo relatar a experiência de um projeto de extensão universitária que foi realizado com alunos do ensino fundamental, em duas escolas públicas do município de Juiz de Fora ­MG, nos anos de 2018 e 2019. Foram realizadas palestras expositivas e dinâmicas sobre os sistemas do corpo humano e a sua relação com as DCNT, tendo sido aplicado um questionário, no início e fim da intervenção, a fim de avaliar o desempenho e compreensão dos alunos. Foram feitas estatísticas descritivas com valores absolutos, mínimos e máximos, médias e porcentagens. Após isso, foi possível constatar que os alunos obtiveram uma melhora significativa do desempenho não apenas no questionário, mas também no âmbito social, pois foi perceptível a troca de saberes entre alunos e acadêmicos, o que proporcionou um ambiente dinâmico e favorável para o aprendizado.

Considered the biggest global health problem, non-communicable chronic diseases (NCDs) are the cause of most morbidity and mortality in Brazil today and have common risk factors, which allows for a similar preventive approach. Knowing that school is a fundamental place for health promotion, this article aims to report the experience of a university extension project, carried out with elementary school students,in two public schools in the city of Juiz de Fora -MG, in the years from 2018 and 2019. Expository and dynamic lectures were held on human body systems and their relationship with CNCDs, with a questionnaire being applied at the beginning and end of the intervention, in order to assess the performance and understanding of students. Descriptive statistics were performed with absolute, minimum and maximum values, means and percentages. After that, it was possible to verify that the students obtained a significant performance improvement not only in the questionnaire, but also in the social sphere, as the exchange of knowledge between students and academics was noticeable, which provided a dynamic and favorable environment for learning.

Sistemas alimentares em Moçambique: Rumo a uma Política Alimentar Nacional / Food Systems in Mozambique: Towards a National Food Policy

Este relatório faz parte de um processo continental com o objectivo de desenvolver uma proposta de política pública alimentar africana. O processo é liderado a nível continental pela Aliança para a Soberania Alimentar em África (AFSA)¹, em parceria com a União Africana (UA). Neste âmbito, o presente relatório faz parte do processo nacional de diálogo público a nível de Moçambique, sobre a necessidade de uma política alimentar em Moçambique. Em Moçambique, o processo foi facilitado por uma aliança de organizações da sociedade civil que formam o comité implementador dos diálogos nacionais, nomeadamente, a Alternactiva ­ Acção pela Emancipação Social, a Justiça Ambiental (JA!), La Via Campesina África (LVC ­ África), o Observatório do Meio Rural (OMR) e a União Nacional de Camponeses (UNAC). O estudo foi coordenado pelo OMR com o apoio do comité de implementação. A Alternativa é um movimento de carácter académicoactivista (scholar-activist) que promove e defende ideias progressistas em prol de uma sociedade com justiça social. A Alternactiva adopta a educação popular como método para o alcance do exercício pleno da cidadania pelos(as) moçambicanos(as). A Justiça Ambiental (JA!) é uma associação moçambicana sem fins lucrativos, fundada em 2004, cuja missão é gerar uma cultura de exercício civil em Moçambique, não só através de acções de protecção do meio ambiente, pesquisa e investigação, mas também pelo envolvimento activo dos cidadãos nas decisões de desenvolvimento pertinentes a questões de justiça ambiental em Moçambique e no Mundo. Na JA! Vemos o ambiente de forma holística, incluindo as componentes sociais e biofísicas. A La Via Campesina África (LVC) é um movimento internacional de camponeses e camponesas. Como movimento autónomo, pluralista e multicultural, independente de qualquer tipo de filiação política, económica ou de outro tipo, o principal objectivo da LVC é desenvolver a solidariedade e a unidade entre as organizações de pequenos produtores. A LVC defende os direitos dos(as) camponeses(as), a produção agrícola familiar, a agroecologia camponesa, a soberania alimentar dos povos, a produção alimentar e as cadeias de abastecimento descentralizadas. Os seus membros são provenientes de mais de 70 países da Ásia, África, Europa, e Américas, e tem 17 membros em 15 países africanos, incluindo Moçambique. A nível africano, a LVC representa mais de 620 000 produtores(as), dos quais 60% são mulheres. A LVC África é membro co-fundador da AFSA