ABSTRACT
OBJETIVOS. De uma casuística de 1.900 pacientes portadores de câncer de esôfago, matriculados no Hospital A.C. Camargo, Sao Paulo, SP, no período de 1947 a 1986, foram estudados 234 casos submetidos a ressecçao cirúrgica. Durante estas quatro décadas aconteceram modificaçoes marcantes na filosofia da terapêutica destas neoplasias. MÉTODO. Foram identificadas cinco diferentes séries históricas e scus resultados apresentados. RESULTADOS. O primeiro grupo (1947-60) consistiu de 47 casos, que somente foram submetidos a cirurgia. 0 segundo grupo (1961-70), com 56 casos, teve radioterapia pré e pós-operatória em baixas doses. A reconstruçao do trânsito foi realizada com cólon subcutâneo. De 1971-75, o mesmo esquema terapêutico foi usado, exceto para a radioterapia pré-operatória, que foi administrada em altas doses (31 casos). No quarto grupo (1976-82), com 68 casos, houve associaçao da quimioterapia à radioterapia. No último grupo (1983-86), com 32 casos, o esquema foi: quimioterapia pré-operatória, ressecçao cirúrgica com reconstruçao pelo estômago, seguida de radioterapia em altas doses no leito cirúrgico e quimioterapia. Os fatores prognósticos estudados que demonstraram significância estatística foram o diâmetro do tumor e o comprometimento linfonodal periesofágico. CONCLUSAO. A sobrevida de cinco anos dos pacientes com este último planejamento terapêutico permitiu uma evoluçao de 3,7 por cento para 9,0 por cento, conseguindo-se, igualmente, sobrevivência de dez anos.
