ABSTRACT
Este estudo teve como objetivo identificar a prevalência do contato pele a pele entre mãe e filho na primeira hora de vida do bebê, em um Hospital Amigo da Criança, localizado em Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul, no ano de 2015. Trata-se de um estudo documental, descritivo, retrospectivo e com abordagem quantitativa, em que foram acessadas e analisadas as informações constantes no sistema informatizado da instituição, referentes aos nascimentos ocorridos no período. Para a caracterização da população estudada, foram elencadas variáveis: maternas, dos recém-nascidos, dos nascimentos e referentes à prática do contato pele a pele, consoantes com a proposta de pesquisa. Os dados foram analisados por meio de estatística descritiva simples, com emprego das frequências absoluta e relativa, utilizando-se o software Microsoft Excel®, com ilustração de gráficos e tabelas. Os resultados apontaram que embora houvesse um cenário clínico neonatal favorável à prática do contato pele a pele, tanto a prevalência do contato quanto o tempo de permanência deste, mostraram-se incongruentes com o preconizado. Observou-se que em 92,11% dos partos normais e 74,43% das cesáreas foi promovido o contato, sendo a prevalência nas cesáreas discordante do recomendado. Do cenário de partos normais, em apenas 29,02% estendeu-se o contato entre mãe e filho por mais de uma hora e em 65,82% praticou-se por até uma hora. Referente às cesáreas, identificou-se um valor ínfimo de 0,4% da prática com duração superior a uma hora e 7,76% por até uma hora. Este estudo evidenciou que a preconização de práticas baseadas em evidências científicas ainda não assegura sua aplicação sob forma de intervenções adequadas, fazendo-se necessário investigar suas razões e impedimentos, a fim de amenizar ou extinguir a disparidade entre o modelo proposto e as práticas atuais consolidadas no cotidiano.